Recorde aqui as incidências do encontro
À procura de vingar a derrota nas meias-finais (2-1) no Europeu há cerca de um ano, a França tinha o handicap de não poder contar com algumas figuras fulcrais na equipa, como Saliba, Koundé, Saliba e Upamecano. Já os espanhóis, também contavam com algumas baixas, principalmente de Rodri, enquanto Carvajal, Laporte e Ferrán Torres parecem ter perdido espaço.

França ameaça, Espanha marca
Com uma frente de ataque composta por Olise, Doué, Mbappé e Dembelé, os bleus entraram na partida com o pé no acelerador, valendo a rápida saída dos postes de Unai Simón a travar Mbappé e, pouco depois, Théo Hernández disparou à trave desde a entrada da área. La Roja estava a sentir dificuldades para segurar o ímpeto e só a partir dos 15 minutos é que acalmou o ritmo, controlando através da posse de bola.
Foi precisamente através de uma longa posse de bola que surgiu o golo inaugural, aos 22 minutos, com Lamine Yamal a ir ganhando espaço no corredor direito, antes de fazer um cruzamento rasteiro para Oyarzabal no coração da área, o falso 9 segurou de costas para a baliza e tocou para o lado, onde apareceu Nico Williams a fuzilar Mike Maignan à queima-roupa.
Estava encontrada a receita e foi repetida pouco depois. Um excelente passe vertical de Zubimendi desmontou o puzzle da defesa francesa - claramente sem dinâmicas -, Mikel Merino tocou de primeira para Oyarzabal, Lenglet saltou na pressão, o avançado da Real Sociedad picou por cima da defesa e o médio do Arsenal apareceu na cara de Maignan para fazer o 2-0 num espaço de três minutos.
A França até reagiu rapidamente à desvantagem, mas Unai Simón segurou a reação com excelentes intervenções a remates de Mbappé e Dembelé. Antes do descanso, Huijsen ainda viu o terceiro anulado por fora de jogo e o guarda-redes do Athletic Bilbao voltou a segurar a vantagem de dois golos.

Defesas já tiraram férias
Sem alterações na segunda parte, fica por perceber o que Deschamps achava que iria mudar no segundo tempo. Até porque, menos de 10 minutos após o recomeço, a Espanha saiu em contra-ataque e superioridade numérica, com Rabiot a derrubar Yamal em falta dentro da grande área. O miúdo assumiu a marcação e não tremeu, aumentando para 3-0.
Apenas um minuto depois, cansado de dominar o meio-campo, Pedri aventurou-se no ataque com um excelente toque de calcanhar no ar para manter a posse, combinou com Nico Williams que o voltou a servir na área e o médio do Barcelona, com toda a classe do mundo, picou sobre Maignan e fez o 4-0. Dois golos em dois minutos, uma autêntica avalanche da Furia Roja.
Parecia que estava aberta a torneira dos golos. Instantes depois, Mbappé deixou Porro para trás que o travou em falta já dentro da grande área, originando nova grande penalidade que o capitão francês não desperdiçou para relançar uma possível reação.
Uma das raras alturas em que pouco havia para comentar a nível tático, já que os golos jorravam e ainda não tinham acabado por aqui. Até porque Yamal ainda estava em campo e queria somar mais pontos para ultrapassar Dembelé na corrida à Bola d'Ouro antes de enfrentar o nosso favorito Vitinha. Zubimendi, que foi o patrão do miolo, lançou um grande passe para Porro, o ex-Sporting tocou de primeira para o miúdo do Barça que, em esforço, rematou fora do alcance de Maignan.
Estreia de Cherki virou o jogo do avesso
Foi um duro golpe nas aspirações dos bleus que, ainda assim, ficaram perto de reduzir e reentrar na partida com remates de Doué muito perto do poste e outro de Mbappé para uma grande defesa de Simón (com pedidos de penálti). As substituições dos dois lados voltaram a agitar as águas com algum azar para o recém-entrado Samu, já que um minuto depois de ter entrado, o estreante Rayan Cherki fez o golo da noite num potente remate à meia altura de fora de área.
O extremo de 21 anos que está a caminho do Manchester City foi um abre-latas para a turma de Deschamps. Cinco minutos depois, fez um grande passe para a entrada de Malo Gusto pelo flanco direito, que tirou um cruzamento rasteiro desviado por Dani Vivian para a própria baliza, fazendo o 5-3 e relançando uma possível remontada épica.
Nos últimos minutos, Samu foi encontrado em profundidade por Yamal e até definiu bem, mas desta vez Maignan fez uma boa defesa com a ponta do pé, do outro lado foi Barcola a trocar as voltas à defesa e a servir o remate de Kolo Muani que saiu muito perto da trave. A um minuto do fim, Cherki tirou mais um coelho da cartola com um cruzamento fantástico para a redenção do avançado da Juve que cabeceou para o 5-4 final.
Homem do jogo Flashscore: Lamine Yamal (Espanha).