Recorde as incidências da partida
Lamine Yamal, a estrela de 17 anos que é o rosto icónico da Espanha de Luis De la Fuente, foi o primeiro a abandonar o relvado de Munique no domingo, tirando a medalha de vice-campeão enquanto Cristiano Ronaldo erguia o troféu como capitão da equipa das quinas.
O seu ar cabisbaixo e perdido fazia lembrar o que tinha usado no final das meias-finais da Liga dos Campeões, em que o Barcelona foi eliminado pelo Inter de Milão em maio.
Yamal tinha sido a grande figura da meia-final de quinta-feira, ao marcar dois golos frente à França, mas na final esteve mais apagado, quase sem se destacar, preso na teia tática montada pelo selecionador adversário, Roberto Martínez.
O selecionador espanhol, Luis de la Fuente, chegou mesmo a substituí-lo no intervalo do prolongamento, em busca de "um pouco mais de energia". Ainda assim, não poupou elogios ao jovem talento, apesar da deceção coletiva: "Para mim, ele é o melhor. Fez o suficiente para ganhar a Bola de Ouro este ano. Ainda tem um longo caminho a percorrer e muito que treinar, mas neste momento tem tudo para ser eleito Bola de Ouro. Tem um talento que poucos no mundo possuem", afirmou.
Na véspera da final, De la Fuente já tinha preparado o terreno, alertando para o facto de que Yamal também teria dias menos conseguidos e que a equipa teria de saber lidar com eventuais derrotas - um desafio que se coloca agora, depois das conquistas na Liga das Nações em 2023 e, sobretudo, no Euro-2024.
Aprender a perder
Este foi o primeiro troféu conquistado pela seleção espanhola desde que Luis de la Fuente assumiu o comando técnico, após a saída de Luis Enrique, na sequência da eliminação nos oitavos de final do Mundial de 2022, no Catar, frente a Marrocos — nos penáltis.
"Estou preparado para quando a derrota chegar. Quando se ganha muito, está-se sempre mais perto de perder. Nada dura para sempre, nem a derrota nem a vitória", tinha já avisado De la Fuente na véspera da final.
Na zona mista, os jogadores espanhóis admitiram que ainda estavam marcados pela deceção de terem perdido a final da Liga das Nações, mas já viravam atenções para o verdadeiro grande objetivo: o Campeonato do Mundo do próximo ano, que se disputará na América do Norte.
"Temos de manter os pés bem assentes na terra, estamos habituados a isso. E eu sou o primeiro: desde que cheguei à seleção, só nos aconteceram coisas positivas. Esta derrota serve como um aviso para o que está para vir", reconheceu o médio Martin Zubimendi, em declarações à televisão pública espanhola (TVE).
À espera de Rodri e Carvajal
O próximo desafio da seleção espanhola será a qualificação para o Campeonato do Mundo de 2026, cuja campanha arrancará no início de setembro, com deslocações à Bulgária e à Turquia, num grupo de quatro equipas que inclui ainda a Geórgia.
"Disse aos meus jogadores que estou muito orgulhoso de os treinar, de trabalhar com eles e de continuar a crescer juntos. Já estamos focados no próximo Mundial, que é o nosso grande objetivo. Com o trabalho que temos vindo a fazer, estou convencido de que vamos alcançar grandes coisas no futuro", sublinhou o selecionador Luis de la Fuente.
Para esta fase de qualificação, a Espanha contará com dois regressos importantes: Dani Carvajal e Rodri, ausentes da final em Munique devido a lesões graves sofridas no final da temporada.
"O Campeonato do Mundo é o sonho. Esperemos que o possamos alcançar - e já não falta assim tanto tempo", confessou Pedri, um dos jogadores chamados a liderar esta nova geração, em declarações recentes.