O mesmo se aplicava aos anfitriões, que não venciam há três jogos e tinham perdido por 5-1 frente ao Atlético de Madrid na sua última presença na Liga dos campeões.
Ekitike regressa ao Eintracht
O Eintracht tinha marcado 17 golos nos últimos seis jogos em todas as competições antes de defrontar os Reds, mas também concedeu 19 nesse mesmo período, o que revela um ataque demolidor mas uma defesa permeável.
Grande parte da conversa antes do jogo centrou-se no rápido regresso de Hugo Ekitike ao clube que o vendeu aos gigantes da Premier League no verão, e se o seu desempenho seria afetado por isso, caso fosse escolhido por Arne Slot.
A ausência de Mo Salah pelo segundo jogo consecutivo da Liga dos Campeões foi uma decisão arrojada e surpreendente do treinador neerlandês, sendo a primeira vez desde que o Rei Egípcio chegou ao clube em 2017 que tal aconteceu.
O início discreto de ambas as equipas não trouxe grande emoção junto das balizas, até que Alexander Isak rematou duas vezes à baliza, aos oito e dez minutos, com ambas as tentativas a serem bem defendidas pelo guarda-redes do Eintracht, Michael Zetterer.
Alemães marcam primeiro
O conjunto da Bundesliga mal tinha atacado quando o antigo jogador do Leeds, Rasmus Kristensen, apareceu completamente sozinho ao segundo poste e conseguiu bater Giorgi Mamardashvili com um remate certeiro.
Mais um jogo sem baliza inviolada para os Reds poderia preocupar Slot, já que em 16 dos últimos 18 encontros em todas as competições, os adversários do Liverpool marcaram pelo menos um golo.
No entanto, com 77,4% de posse de bola até à meia hora, parecia ser apenas uma questão de tempo até os visitantes restabelecerem a igualdade.
O destino quis que fosse Ekitike a silenciar o público do Deutsche Bank Park, aproveitando o espaço deixado por um Eintracht demasiado ofensivo para ultrapassar a defesa da casa e receber o passe longo de Andrew Robertson, finalizando com frieza.
Esse golo deu-lhe a honra única de ser o primeiro jogador na história do Eintracht a marcar tanto a favor como contra o clube em competições europeias.
Magia nas bolas paradas do Liverpool
Pouco depois, os anfitriões lamentaram a sua marcação nos cantos, com Virgil van Dijk a saltar mais alto e a cabecear com força para o fundo das redes aos 38 minutos, antes de Ibrahima Konate fazer exatamente o mesmo do lado oposto aos 44.
O golo de Van Dijk foi o seu 26.º de cabeça em 30 marcados pelo Liverpool, sendo que todos os cinco que apontou na Liga dos Campeões também foram de cabeça.
Apenas Harry Kane (34) tem mais golos de cabeça por um só clube na Premier League.
O quinto golo concedido nos últimos 15 minutos da primeira parte colocou os alemães no topo desse registo específico da Liga dos Campeões, sugerindo que a equipa de Dino Toppmoller precisa de maior solidez defensiva ao aproximar-se do intervalo.
Dominik Szoboszlai destacou-se claramente ao longo da primeira parte, com uma eficácia de passe de 98% (54 certos em 55 tentados), além de ter assistido para o golo de Konate.
O húngaro ainda viria a marcar perto do final, coroando uma noite de grande nível a nível individual.
Isak substituído ao intervalo
O mesmo não se pode dizer de Isak, que foi substituído ao intervalo e continua a ter dificuldades após a sua transferência milionária do Newcastle.
Depois das duas oportunidades iniciais, pouco fez para impressionar no ataque, e a sua eficácia de passe de 66,7% foi claramente a pior entre todos os jogadores de campo das duas equipas.
O seu substituto, Federico Chiesa, entrou rapidamente em jogo com um remate desenquadrado, entre o remate bloqueado de Ekitike e a meia oportunidade de Florian Wirtz.
Os Reds mantiveram-se ofensivos, com mais três remates antes de Cody Gakpo marcar o quarto, após a primeira assistência oficial de Wirtz pelo Liverpool – sem contar com a da Supertaça Inglesa.
Marcar quatro golos num jogo da Liga dos Campeões pela primeira vez desde novembro de 2024, frente ao Bayer Leverkusen, terá sido um dos aspetos mais positivos para a equipa técnica dos Reds, tal como a segunda assistência de Wirtz para Szoboszlai, cinco minutos depois.
Tal como Isak, o jovem alemão demorou a adaptar-se a Anfield, mas este foi um dos seus melhores jogos e deverá dar-lhe confiança para o futuro.
Recuperou a posse de bola em sete ocasiões distintas, partilhando o melhor registo do Liverpool nesse aspeto, tal como as suas sete ações na área do Eintracht.
Curtis Jones, o arquiteto da vitória do Liverpool
Uma série de substituições tardias dos Reds permitiu a Slot poupar jogadores antes de uma deslocação difícil a Oeste de Londres, no sábado, para defrontar o Brentford e o antigo capitão, Jordan Henderson.
Salah teve 15 minutos para mostrar serviço, e os seus três remates (dois deles enquadrados) sugerem que aproveitou bem a oportunidade. O golpe ao seu ego por não ter sido titular revelou-se claramente uma jogada de mestre do treinador.
Com o Liverpool a tentar 699 passes no total, foi o seu maior registo desde o início da época passada, com Curtis Jones a merecer destaque pelo seu contributo neste aspeto.
O médio combativo realizou 127 passes, pelo menos mais 17 do que qualquer outro jogador em campo, e completou com sucesso 122 deles, atingindo uns impressionantes 96,1% de eficácia – o melhor registo individual da noite.
Também esteve envolvido no maior número de duelos individuais (nove) e venceu o maior número partilhado (cinco), o que constitui um forte argumento para manter a titularidade nos próximos jogos.
