Desde que a Clearlake Capital assumiu o controlo de Roman Abramovich, tem sido uma autêntica montanha-russa no Oeste de Londres, com inúmeras entradas e saídas no plantel.
Entradas e saídas continuam em Stamford Bridge
No último ano, o Chelsea vendeu ou emprestou Noni Madueke, Christopher Nkunku, Joao Félix, Djordje Petrovic, Lesley Ugochukwu, Kiernan Dewsbury-Hall, Renato Veiga, Armando Broja, Carney Chukwuemeka, Nicolas Jackson, Mathis Amougou, Bashir Humphreys, Kepa Arrizabalaga, Marcus Bettinelli, Alfie Gilchrist, Ben Chilwell, Lucas Bergstrom, Mamadou Sarr, Mike Penders, Kendry Paez, Aaron Anselmino, Marc Guiu, David Datro Fofana e Jadon Sancho.
Entre os que chegaram a Stamford Bridge estão Liam Delap, Jorrel Hato, Estevão, João Pedro, Dário Essugo, Jamie Gittens, Alejandro Garnacho e Facundo Buonanotte, para além de vários jogadores que regressaram após empréstimos, voltando assim a integrar o plantel.
Para além das muitas lesões que afetam atualmente o plantel principal do clube – 11 jogadores indisponíveis, o maior número da Premier League – entre as novas contratações, tanto Delap como Essugo estão lesionados sem data prevista de regresso.
Apesar disso, Enzo Maresca conseguiu ainda assim levar o Chelsea a um respeitável sétimo lugar, apenas a três pontos do Tottenham, que está em terceiro, e a cinco dos líderes Arsenal.
Como têm rendido as novas contratações esta época?
Então, como se têm saído as restantes grandes contratações desde que chegaram ao clube?
Estevão deu nas vistas no seu último jogo pelo emblema do Oeste de Londres, ao marcar nos descontos o golo que não só derrotou os campeões em título, o Liverpool, como também levou Maresca a ser expulso após uma celebração à José Mourinho, correndo pela linha lateral para festejar com a equipa.
Na verdade, foi praticamente a primeira ação relevante de Estevão desde que chegou ao clube, para além de uma assistência isolada.
É importante, no entanto, lembrar que tem apenas 18 anos e quase de certeza precisará de tempo para evoluir até ao nível que todos esperam dele.
Até ao momento, o promissor brasileiro soma apenas 341 minutos em nove jogos em todas as competições, e ainda não esteve perto de completar um jogo inteiro. Por isso, a decisão final fica em suspenso até Maresca considerar que chegou o momento de dar a Estevão uma sequência prolongada na equipa.
Garnacho tem estado apagado
Após uma transferência longa e mediática no verão, proveniente do Man Utd, Alejandro Garnacho poderia esperar um papel de destaque como nova contratação, mas o jovem de 21 anos jogou ainda menos do que Estevão.
Nem sequer foi convocado para o jogo do Chelsea na Premier League frente ao Fulham, pelo que a sua estreia aconteceu num empate 2-2 diante do Brentford, onde esteve em campo apenas 11 minutos.
Depois disso, ficou no banco até ao jogo com o Liverpool – incluindo um possível reencontro com o United – e também foi pouco utilizado na Liga dos Campeões e na Taça da Liga, sem que Maresca tenha dado grandes explicações para tal.
Após todas as dificuldades que o argentino enfrentou sob o comando de Ruben Amorim nos seus últimos meses como jogador do Man Utd, num ano de Mundial, Garnacho não ficará satisfeito por passar a maior parte das semanas no banco.
Se a situação se irá alterar em breve, só o tempo o dirá.
Gittens mantém Garnacho no banco?
Pode argumentar-se que a forma de outro reforço, Jamie Gittens, está por detrás da decisão de Maresca relativamente a Garnacho, embora também ele ainda não tenha marcado nem assistido em 259 minutos de utilização em todas as competições.
Gittens tem-se mostrado explosivo com a bola nos pés e parece ser daqueles jogadores que fazem os adeptos levantar-se das bancadas.
É uma qualidade valiosa para um extremo, embora seja justo dizer que, tal como os seus colegas, não tem tido verdadeiras oportunidades em termos de minutos em campo.
Ser utilizado apenas pontualmente não beneficia nem Gittens, nem Garnacho, nem Estevão, mas talvez jogadores e adeptos tenham de confiar em Maresca e, no fundo, aceitar que será uma época longa e exigente, durante a qual todos terão a sua oportunidade para brilhar.
Físico de Jorrel Hato pode ser uma mais-valia
Jorrel Hato ainda não se estreou na Liga dos Campeões pelo Chelsea, mas tem impressionado nos jogos em que o treinador apostou no jovem neerlandês.
O seu poder físico ficou evidente nos dois cartões amarelos que viu nos dois primeiros jogos pelos londrinos – ambos como lateral-esquerdo – e é precisamente esse tipo de exibições autoritárias que o Chelsea precisa dos seus defesas, sobretudo em jogos em que um golo pode fazer toda a diferença.
Hato talvez não estivesse habituado a isso numa liga neerlandesa mais técnica, por isso é de louvar a rapidez com que adaptou esse aspeto do seu jogo.
Buonanotte parece fora de profundidade
Entre todas as novas contratações, Buonanotte é quem parece mais deslocado neste momento, com todo o respeito.
O argentino ficou de fora das três primeiras convocatórias da Premier League antes de somar 45 minutos frente ao Brentford.
Desde então, não voltou a ser chamado, exceto para o jogo com o Liverpool, onde permaneceu no banco.
As suas únicas outras aparições foram frente ao Lincoln na Taça da Liga e contra o Benfica na Liga dos Campeões, pelo que o seu empréstimo de uma época pode estar em risco – a menos que consiga, de alguma forma, conquistar o seu espaço.
João Pedro é o destaque para Enzo Maresca
Em contraste, João Pedro tem sido o grande destaque entre os novos jogadores do Chelsea.
Depois de terminar em alta no Mundial de Clubes, o avançado brasileiro soma dois golos e três assistências em sete jogos na Premier League.
Com 705 minutos disputados entre o principal escalão inglês e a Liga dos Campeões, é quem mais tempo tem tido em campo, o que lhe permitiu ganhar o ritmo que tem faltado aos colegas.
Com 12 jogos no total, incluindo o Mundial de Clubes, já leva cinco golos e três assistências. Nesta fase, os Blues não podiam pedir mais, e com Delap lesionado por tempo indeterminado, João Pedro tem margem para continuar a afirmar-se.
Resta saber quem mais se destacará numa época crucial para qualquer jogador com ambições de estar no Mundial.
