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Não foi totalmente fora do seu perfil para o Rei Egípcio, já que fez algo semelhante na altura das negociações para o novo contrato, que acabaram por ser concluídas com sucesso em abril.
Um desabafo de Salah no pior momento
Desta vez, no entanto, o seu desabafo pode ser considerado muito mal escolhido.
Apenas cinco golos em todas as competições desde o início da época estão muito longe do registo das suas temporadas anteriores no clube, e fortes rumores vindos da Liga Saudita sugerem que o Al Hilal continua disposto a investir somas significativas para levar Salah para o Médio Oriente.
O jogador chegou mesmo a conversar com representantes sauditas antes de se comprometer com os Reds por mais duas temporadas.
“As minhas relações com os responsáveis da SPL são muito boas, falámos bastante e as negociações foram sérias", afirmou recentemente.
“Foi uma boa oportunidade para mim; se não tivesse renovado com o Liverpool, teria acontecido".
Será altura de o Liverpool fazer negócio?
Com 33 anos e tendo sido excluído do plantel dos Reds para defrontar o Inter na Liga dos Campeões, acredita-se que Salah pode já ter feito o seu último jogo pelo clube.
Em breve irá disputar a Taça das Nações Africanas e, com a janela de transferências de janeiro à porta, há argumentos sólidos para considerar que este é o momento ideal para o Liverpool fazer negócio.

No entanto, será que ao fazê-lo não estarão a prejudicar-se a si próprios?
Os golos têm sido claramente um problema, mas e o resto do seu jogo? Será que Salah caiu assim tanto em tão poucos meses, ao ponto de se ponderar seriamente cortar relações com o jogador?
Falta de empenho imperdoável
Nos 13 jogos que disputou na Premier League 2025/26, recuperou a posse de bola apenas em 10 ocasiões distintas – menos de uma por jogo – mas perdeu-a impressionantes 234 vezes.
Para uma equipa que depende do controlo da bola nas partidas, isso é imperdoável.
No que toca aos duelos diretos, 38 dos seus 48 dribles foram realizados no meio-campo adversário, mas apenas oito dentro da área, e só dois deles resultaram numa oportunidade criada.
Mais três terminaram com Salah a rematar à baliza, mas para um jogador do seu nível, isso continua a ser insuficiente.
Dos 234 passes tentados no último terço do campo adversário, 167 chegaram ao destino, o que lhe dá uma taxa de sucesso de 71,4%, mas apenas 79 foram passes para a frente.
Além disso, das suas 94 conduções progressivas, Salah só conseguiu criar uma ocasião em oito delas.
Sem mais dinamismo
Ter apenas quatro cruzamentos bem-sucedidos em jogo corrido, de um total de 37 tentativas, é mais um dado preocupante para o jogador de 33 anos, mas a lista de desempenhos abaixo do esperado não termina aqui.
Até agora, conseguiu uma taxa de conversão de remates de apenas 12,5%.
Os seus 10 remates enquadrados nas 13 partidas da Premier League (todos dentro da área) resultaram de 91 toques na área adversária.

Dois desarmes ganhos em duas tentativas e duas interceções feitas não são motivo de destaque, enquanto completar apenas um em cada quatro dribles – 48 tentados, 11 bem-sucedidos – é mais um sinal claro de que já não tem o dinamismo que outrora marcava as suas exibições.
Talvez a idade já pese nesse aspeto e, aos 33 anos, seria perfeitamente compreensível; no entanto, ao falhar também noutras áreas, Salah não tem argumentos para justificar a sua presença nos onzes iniciais de Slot com base no seu rendimento em 25/26.
Alerta máximo
Quando um jogador deste calibre atravessa uma fase tão negativa, é um verdadeiro alerta, e Salah pode descarregar as suas frustrações nos outros, mas os números são claros.
Se Alexander Isak também não correspondeu às expectativas, isso é irrelevante neste contexto.
Se o clube investe mais de 115 milhões de euros num jogador, é evidente que – pelo menos numa fase inicial – vai apoiá-lo para ultrapassar um momento menos bom.
Com o tempo, isso pode mudar, mas para já, o internacional sueco tem o conforto de saber que está a ser apoiado.

Salah não terá o mesmo benefício, simplesmente porque já está no clube há anos, conhece o modelo de jogo e o seu papel, e não tem cumprido a sua parte.
Deixá-lo de fora seria sempre uma decisão polémica, mas quando toda a polémica acalmar, os números mostram que, neste momento, não merece ser titular.
Por isso, a sua saída ou permanência dificilmente fará grande diferença nesta fase.

