O treinador neerlandês teve a difícil missão de suceder Jurgen Klopp, um técnico aparentemente adorado por jogadores, funcionários e adeptos, e respeitado pelos seus colegas de profissão.
Péssima época para o Liverpool
Para mérito de Arne Slot, rapidamente assumiu o cargo e deixou claro que a direção dos Reds acertou novamente na escolha.
No entanto, olhando para o momento atual, os Merseysiders estão a atravessar uma época 2025/26 bastante negativa.
O Liverpool ocupa o 10.º lugar na Premier League, a 10 pontos do líder Arsenal, tendo marcado e concedido 24 golos nesta temporada. São apenas menos 17 do que os que concedeu durante toda a época 2024/25.
As lesões e a quebra de rendimento de jogadores-chave não ajudaram, e o clube certamente dispensava o desabafo de Mo Salah recentemente, quando sugeriu que tinha sido "atirado para debaixo do autocarro" pelo clube.
Como consequência da sua reação inesperada, o Rei Egípcio ficou de fora da convocatória para a deslocação do Liverpool a San Siro, onde defrontou o finalista vencido da última Liga dos Campeões, o Inter de Milão.
Szoboszlai decidiu em Itália
Num encontro que se revelou bastante equilibrado, foi Dominik Szoboszlai quem resolveu a partida já perto do fim, ao converter uma grande penalidade aos 88 minutos.
Com o golo apontado aos 87:24, tornou-se o golo da vitória mais tardio de sempre do Liverpool fora de casa na Liga dos Campeões, e o segundo penálti vencedor mais tardio da equipa na competição, apenas atrás de Steven Gerrard em setembro de 2014 (92:29 frente ao Ludogorets).
Ninguém deveria ficar surpreendido por Szoboszlai ter assumido a responsabilidade, já que tem sido, sem dúvida, o jogador mais importante dos Reds nesta época.
Este foi o seu terceiro golo na competição, mais do que qualquer outro colega de equipa em 25/26, e permitiu-lhe também partilhar o terceiro lugar no ranking de participações em golos na Liga dos Campeões esta temporada.
Os seus cinco golos e cinco assistências em todas as competições podem não parecer impressionantes, mas ainda assim esteve diretamente envolvido em mais golos do que qualquer outro jogador do Liverpool nesta campanha.
Intensidade e entrega
Além disso, a importância de alguns desses golos não pode ser subestimada. Por exemplo, quem pode esquecer o seu livre frente ao Arsenal, que valeu aos Gunners uma das duas únicas derrotas até agora em 2025/26.
Mais do que os golos, a sua entrega e disponibilidade para ocupar qualquer posição que o treinador lhe peça merecem destaque.
Já nesta época, o médio húngaro atuou como médio centro, médio ofensivo e médio defensivo, e ocupou todas as posições do lado direito – lateral-direito, médio-direito e extremo-direito – sempre que foi solicitado.
Só na Liga dos Campeões, realizou 363 passes bem-sucedidos em 400 tentativas, o que lhe dá uma excelente taxa de sucesso de 90,8%.
Os 17 passes-chave que já fez na competição reforçam o seu valor, sem esquecer que também foi bem-sucedido em 80% dos passes longos, definidos como passes de 20 metros ou mais.
Em todas as competições, o seu contributo é ainda mais notório.
Em todo o lado
Recuperou a posse de bola para o Liverpool 68 vezes no terço intermédio do campo e outras 13 vezes no terço final, além de ter realizado 1491 passes de posse para ajudar a equipa a avançar no terreno.
Destes passes, 498 foram para o terço final, com uma taxa de sucesso nessa zona do campo de 88,1%.
Dos seus 35 dribles totais, 23 foram realizados na metade ofensiva do campo, e dos 363 transportes de bola, 197 foram progressivos, o que mostra a sua tendência para jogar sempre em ataque.
O húngaro também criou nove oportunidades, mas se há um aspeto em que pode melhorar, é nos cruzamentos.
Dos 49 cruzamentos que tentou em 2025/26, 36 não chegaram ao destinatário, embora se possa argumentar que nunca foi o seu ponto forte.
Os adeptos estão habituados a vê-lo avançar contra as defesas adversárias, usando a sua força física para penetrar em zonas perigosas antes de passar a bola a um colega – algo que já fez com sucesso em 29 ocasiões distintas – ou de enfrentar o marcador direto e tentar o remate.
17 dos seus 22 remates enquadrados foram feitos de fora da área, e as equipas adversárias já sabem que não hesita em tentar a sorte de longe.
Na vertente defensiva, venceu 26 dos 38 desarmes que tentou, pelo que Szoboszlai pode, pelo menos, manter a cabeça erguida nesta época difícil.
Não é exagero afirmar que, neste momento, é ele quem está a carregar esta equipa do Liverpool.
