Carlo Ancelotti viu a sua vida dar uma reviravolta completa. De viver em Madrid e lutar pela Liga e pela Champions, passou a ser surpreendido pela altitude de mais de 4.000 metros em El Alto, na Bolívia. Agora, desfruta do dia a dia no Rio de Janeiro, cidade que o “encanta”, enquanto acompanha de perto o seu antigo clube, o Real Madrid, para observar os jogadores brasileiros. O técnico elogia a competitividade do Brasileirão e lidera uma seleção brasileira que, apesar de atravessar um momento difícil, quer voltar a sonhar com o título no Mundial de 2026.
Em entrevista ao AS, conduzida por Tomás Roncero, Ancelotti falou sobre o Real Madrid e a pressão constante que envolve o clube merengue.
“Não se pode ganhar sempre”
“Não tenho conselhos a dar. Vejo todos os jogos do Real Madrid porque quero acompanhar os brasileiros, e noto a equipa muito bem. Venceu quase todas as partidas, mas infelizmente no futebol não é possível ganhar sempre. Às vezes é preciso aceitar um empate. Uma coisa que aprendi no Real Madrid é que um empate lá é o prenúncio de uma crise (sorri). Não é brincadeira. É preciso habituar-se a isso. Já sabemos que a grande avaliação de um treinador são os resultados, e até agora os resultados têm sido extraordinários. Líderes isolados na Liga e entre os oito melhores da Champions. O que mais se pode pedir ao Xabi?”, afirmou.
O italiano mostrou total confiança em Xabi Alonso, acreditando que o antigo pupilo está preparado para liderar o Real Madrid.
“Obviamente, sim. Vejo uma equipa sólida, sobretudo defensivamente, e muito eficaz no ataque. Mbappé está em excelente forma e Bellingham regressou. Creio que o Xabi pode triunfar sem qualquer problema.”
Por fim, Ancelotti comentou com prudência sobre Neymar e a possibilidade de o craque estar presente no Mundial.
“Ninguém pode pôr em causa o talento do Neymar, mas ultimamente tem tido problemas com lesões. Agora voltou a jogar, mas precisa de recuperar a melhor forma física. É algo normal no futebol atual, que é muito exigente e tem uma intensidade enorme.”