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Liga dos Campeões: Reality? Check! Sporting goleado pelo Arsenal

Atualizado
Havertz apontou o segundo para o Arsenal
Havertz apontou o segundo para o ArsenalFILIPE AMORIM.AFP, Opta by Stats Perform
A primeira derrota na Liga dos Campeões chegou com um estrondo dos grandes. O Sporting foi goleado, em Alvalade, pelo Arsenal, por 1-5, na estreia de João Pereira como treinador na prova milionária. Martinelli (7'), Havertz (22'), Gabriel (45'+1), Saka (65') e Trossard (82') fizeram os golos dos Gunners. Inácio (47') apontou o único tento dos leões, que caem diretamente para o nono lugar, fora da zona de apuramento direto para os oitavos.

Recorde as principais incidências da partida

O Sporting trazia boas recordações recentes frente a equipas inglesas. O campeão Manchester City visitou Alvalade e saiu com uma goleada sofrida na despedida de Ruben Amorim e o próprio Arsenal ainda trazia na memória a eliminação na Liga Europa, em casa, frente a um Sporting que tinha Pote, capaz de marcar golos do meio-campo e quase nem festejar. A audácia!

As pontuações individuais das duas equipas
As pontuações individuais das duas equipasFlashscore

E era preciso audácia para voltar a surpreender os Gunners. Desde logo porque o Sporting é visto de uma forma diferente, fruto do que tem vindo a fazer nesta Liga dos Campeões (era vice-líder ao início da ronda), mas também porque havia na equipa de Arteta uma sede de vingança evidente desde os primeiros instantes, na forma de jogar e até de celebrar.

O primeiro teste de João Pereira na prova milionária era exigente. Com Odegaard, o Arsenal voltava à sua melhor versão. Por outro lado, o Sporting mostrou uma versão que já começa a ser habitual na Liga dos Campeões. Nervosos no arranque, os jogadores leoninos somaram erros na construção e a intranquilidade revelou-se o fruto proibido frente a uma equipa que sabe jogar com as emoções. Sete minutos e uma saída mal medida de Franco Israel permitiu a Martinelli encostar para o primeiro e pedir silêncio em Alvalade. 

Um outro jogo tinha acabado de começar.

Odegaard jogou e fez jogar
Odegaard jogou e fez jogarJOSE MANUEL ALVAREZ REY/NurPhoto/NurPhoto via AFP/Opta by Stats Perform

O Arsenal jogou com a vantagem, recuou linhas e fez o jogo curto que gosta e sabe fazer, especialmente quando o camisola oito norueguês está em campo. A reação do Sporting até parecia positiva, mas os leões voltaram a deixar-se levar pelas emoções e a cair no engodo. Novamente pelo flanco direito, onde Saka foi uma dor de cabeça constante e Morita viu-se obrigado a desdobrar-se em ações defensivas, o inglês conseguiu ter espaço para colocar a bola por baixo das pernas de Israel e permitir a Havertz (21') fazer o golo mais fácil da carreira. 

Com o 0-2, os ânimos refrescaram, mas a arma do Arsenal era precisamente essa. Com vantagem no marcador e no estado de espírito, os ingleses estabeleceram o posto de controlo junto à área de Franco Israel. Curiosamente, foi precisamente depois de Geovany Quenda ameaçar a baliza de Raya, dando alguma esperança para a segunda parte, que surgiu o 0-3. O aviso para as bolas paradas estava mais do que dado, mas ninguém segurou Gabriel (45') para o golo de cabeça após um canto e o festejo à Gyökeres.

Cabia ao Sporting mostrar como lidar com a provocação... e com os três golos de desvantagem. João Pereira tinha duas opções em cima da mesa neste primeiro teste de fogo: tentar minimizar os danos com algum prejuízo de identidade ou procurar assumir o risco, mesmo sabendo que o resultado podia deixar marcas futuras.

As estatísticas da partida
As estatísticas da partidaOpta by Stats Perform

Inácio ainda alimentou o sonho

O técnico leonino surpreendeu ao manter Edwards no lugar habitualmente ocupado por Pedro Gonçalves, depois de uma primeira parte muito apagada do inglês, mas a verdade é que o Sporting trouxe outro espírito dos balneários. Morita deu o primeiro sinal de um novo Sporting e Inácio (48), na sequência do canto, despertou Alvalade para o que podia ser mais um início de um sonho de contornos épicos.

E a verdade é que o sonho pareceu mesmo possível. A melhor fase do Sporting durou cerca de 20 minutos e incluiu ações de Gyökeres (muito vigiado pelos dois centrais) e Trincão, bem como intervenções de Raya, que voltou a aparecer nos momentos mais importantes, mas com o resultado confortável o Arsenal sabia que uma oportunidade seria suficiente para sentenciar a partida e voltar a acalmar o espírito verde e branco. Um penálti de Diomande sobre Odegaard (que classe!) permitiu a Saka (65') fazer o 1-4 e dar o golpe final no leão.

Com 25 minutos para jogar, os jogadores do Sporting perceberam que já não seria possível manter a invencibilidade, por isso João Pereira voltou a ter de fazer escolhas. O novo treinador mostrou personalidade para encarar um desafio pelo qual os leões ainda não tinham passado esta época e assumiu o risco para tentar pelo menos reduzir o marcador, mesmo sabendo da importância da diferença de golos na Liga dos Campeões. No final, a diferença também passou pela baliza. Se Raya continuou a negar o 2-4 após remates de Trincão e Gyökeres, Israel voltou a facilitar para o 1-5 final de Trossard (82'). 

Ainda com forças, Gyökeres quase reduziu após uma arrancada impressionante, mas o remate de pé esquerdo do sueco bateu em cheio no poste da baliza de Raya. De qualquer forma, não foi uma questão de sorte ou azar, foi mesmo um duro choque de realidade.

Homem do jogo Flashscore: Bukayo Saka (Arsenal)

Saka foi sempre perigoso no flanco direito
Saka foi sempre perigoso no flanco direitoRODRIGO ANTUNES/LUSA/OPTA BY STATS PERFORM