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As escolhas de Xabi Alonso dividem o plantel: titulares, esquecidos e irritados

Vinícius protesta uma ação frente ao Rayo junto a Xabi Alonso
Vinícius protesta uma ação frente ao Rayo junto a Xabi AlonsoAlberto Gardin / NurPhoto / NurPhoto via AFP

Xabi Alonso já sabia ao que se expunha quando aceitou o cargo de treinador do Real Madrid. A obrigação de vencer é tão grande que nem um empate, mesmo liderando a LaLiga, serve de muito. E menos ainda depois de uma derrota dura na Champions. A sua política de rotações já está a ser questionada.

Os problemas físicos de Fede Valverde em Vallecas, que acabou por pedir para sair, ou a lesão anterior de Tchouaméni são apenas a ponta do icebergue que ameaça fazer explodir a gestão de recursos de Xabi Alonso. O excesso de esforço de alguns jogadores e a subutilização de outros só se justifica se os resultados aparecerem. Mas quando estes começam a falhar...

Os números não mentem

É evidente que o técnico tem os seus titulares indiscutíveis, que raramente são substituídos. Salvo motivos de força maior, como lesão – ou recuperação dela – ou castigo, não costuma haver idas para o banco para Courtois, Mbappé, Álvaro Carreras, Militão, Huijsen, Vinícius, Arda Güler ou os já referidos Valverde e Tchouaméni.

Todos eles ultrapassam largamente os 1.000 minutos em campo. Dos 16 jogos oficiais disputados entre LaLiga e Champions, esses nove jogadores foram titulares em pelo menos 12. E sim, alguns minutos de descanso nas segundas partes, mas pouco mais.

A esse grupo de intocáveis junta-se Bellingham, que, ao atingir uma boa forma física, já foi titular em sete dos seus 11 jogos esta época. Mas os restantes estão já a uma distância abismal em minutos ou presenças no onze inicial. Entre Huijsen, com 1.044 minutos, e Mastantuono, o primeiro não milenar com 689, há quase quatro jogos completos de diferença.

Vários problemas em aberto

Como consequência, alguns jogadores, nestes três meses de competição, e sem contar o que jogam pelas seleções, já apresentam sinais de saturação física. Vindo de Liverpool, frente ao Rayo, com praticamente os mesmos no onze, viu-se uma equipa sem a frescura física necessária para pressionar sem bola, nem a lucidez mental para encontrar espaços e ultrapassar adversários.

E o abuso desses jogadores faz com que os que entram como suplentes raramente tenham o ritmo certo para mudar o rumo dos jogos. Sem falar das irritações. E não só a já conhecida de Vinícius ou as anteriores de Valverde ou Mastantuono. Há o caso de Ceballos, que tentou sair nas primeiras semanas, o de Endrick, que procura um empréstimo para voltar a desfrutar do futebol, ou outros que não se manifestam mas não compreendem a evidente falta de oportunidades, como Alaba, Fran García ou até Alexander-Arnold.

Ainda sem estreia

No plantel merengue há ainda quem não se tenha estreado. Lunin, por exemplo, ainda não sabe o que é jogar um encontro oficial desde que Xabi Alonso chegou. Ferland Mendy, recém-recuperado de uma lesão grave, tem sido convocado nas últimas partidas, mas continua sem minutos.

É um desafio complicado para um treinador que precisa de gerir bem o balneário e tentar manter todos fiéis à sua ideia, como fazia Ancelotti, mesmo aqueles que jogam menos.

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