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Bruno Lage repetiu montanha-russa na segunda passagem pelo Benfica

Bruno Lage deixou comando técnico do Benfica após derrota com o Qarabag
Bruno Lage deixou comando técnico do Benfica após derrota com o QarabagSports Press Photo, SPP Sport Press Photo. / Alamy / Profimedia
O treinador Bruno Lage viveu uma montanha-russa na sua segunda passagem pela equipa principal do Benfica, após render o alemão Roger Schmidt em setembro de 2024 e ser demitido após pouco mais de um ano.

O surpreendente desaire na receção aos azeris do Qarabag, por 3-2, na estreia na fase de liga da Liga dos Campeões de futebol, acabou por ser o fim da linha para o treinador setubalense, de 49 anos, que voltou a ser vítima dos maus resultados.

A história de Bruno Lage no Benfica pode ser semelhante à da primeira passagem, mas, desta vez, o treinador durou menos e sem o mesmo sucesso, pois não logrou conquistar o título de campeão nacional, alcançado na temporada 2018/19.

No entanto, as conquistas da Taça da Liga, na última época, e da Supertaça, já na abertura da presente temporada, deixam as marcas principais da nova aventura de Bruno Lage no clube da Luz, perdendo Liga e Taça de Portugal para o Sporting.

Recuando um ano, o regresso de Bruno Lage, depois de passagens pelos ingleses do Wolverhampton e pelos brasileiros do Botafogo, não foi consensual entre os benfiquistas, mas o início foi auspicioso, com 14 triunfos nos 16 embates iniciais.

Parecia estar de volta o futebol ofensivo e demolidor que caracterizou a turma de Bruno Lage em 2018/19, com duelos a fazer sonhar as bancadas da Luz, como as goleadas a Atlético de Madrid (4-0) ou FC Porto (4-1), que perduraram na memória.

Na chegada a dezembro, a qualidade exibicional já não era idêntica, mas o Benfica aproveitou a queda do Sporting com João Pereira, embora os desaires com leões, na estreia de Rui Borges, e SC Braga tenham impedido fugas na liderança.

A conquista da Taça da Liga, nos penáltis, frente ao Sporting, foi uma boa entrada na segunda metade, mas a formação de Bruno Lage era capaz do melhor e do pior, como ficou à vista na derrota com o Casa Pia (3-1) e na vitória à Juventus (2-0).

A enorme contestação após o desaire em Rio Maior fez tremer Bruno Lage, com a divulgação pública de um áudio de uma conversa com adeptos a motivar mesmo a marcação de uma conferência de imprensa a explicar algumas das declarações.

Rui Costa agarrou o treinador e Bruno Lage voltou a ganhar força entre os adeptos com mais uma sequência de oito partidas sem perder, incluindo a passagem aos oitavos de final da Liga dos Campeões, onde foi eliminado frente ao FC Barcelona.

Uma nova vitória expressiva perante o FC Porto, igualmente por 4-1, no Estádio do Dragão, parecia galvanizar o Benfica na reta final da temporada, mas, na jornada seguinte, as águias empataram na receção ao Arouca (2-2) e sofreram duro revés.

Contudo, o Benfica chegou à última jornada com a possibilidade de ser campeão, mas já de forma complicada, pois o jogo que decidiu o título foi na penúltima, em que o dérbi lisboeta terminou empatado 1-1 e deixou o Sporting com o bi na mão.

Falhado o principal objetivo, os comandados de Bruno Lage ainda partiram para a final da Taça de Portugal com a possibilidade de se vingarem do rival, e estiveram a segundos de a efetuar, mas deitaram tudo a perder no tempo de compensação.

Um penálti cometido por Renato Sanches sobre Gyökeres levou a decisão para o prolongamento, onde o Sporting se revelou depois mais forte, ao garantir a vitória por 3-1.

A participação no Mundial de Clubes, nos Estados Unidos, impediu o clube de ter uma pré-época normal, destacando-se a vitória ao Bayern Munique, por 1-0, mas o Benfica acabou por sair de prova nos oitavos pelo campeão do mundo Chelsea.

Um forte investimento no reforço do plantel e um mercado “onde o presidente e a direção levaram em consideração as ideias do treinador” colocaram expectativas na temporada, que começou bem, ao cumprir os dois objetivos iniciais propostos.

A conquista da Supertaça, frente ao Sporting, e a presença na fase de liga da Liga dos Campeões foram conseguidos, mas as más exibições começaram a aliar-se aos maus resultados. O Santa Clara (1-1) e o Qarabag (2-3) resultaram no adeus.