Do lado do Olympique de Marselha, o enigmático Arthur Vermeeren

Arthur Vermeeren na Liga dos Campeões
Arthur Vermeeren na Liga dos CampeõesALEXANDER HASSENSTEIN/GETTY IMAGES VIA AFP

Mas afinal, qual é o verdadeiro valor de Arthur Vermeeren? Com o jovem médio belga, que poderá voltar a ser titular esta terça-feira na Liga dos Campeões frente ao Union Saint-Gilloise, o treinador do OM, Roberto De Zerbi, oscila entre elogios e críticas, alternando entre titularidade e banco de suplentes.

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Uma análise ao registo estatístico de Vermeeren desde que chegou ao Marselha não esclarece totalmente o mistério. O belga foi titular em oito ocasiões, entre campeonato e Liga dos Campeões, ficou cinco vezes no banco e em quatro partidas entrou para jogar apenas alguns minutos.

Das suas oito titularidades, duas terminaram logo ao intervalo: frente ao Angers no campeonato (2-2) e em Lisboa contra o Sporting (derrota por 2-1).

Em campo, já mostrou qualidade, especialmente na vitória sobre o Ajax (4-0), por vezes foi mais discreto, como um médio que ainda procura o seu melhor ritmo, e em alguns momentos teve dificuldades, sobretudo frente ao Angers.

Nos dias em que está em forma, é ativo, confortável com a bola e corajoso a atacar, características que De Zerbi exige de todos os seus jogadores.

Modelo Iniesta

"As minhas qualidades são a visão de jogo, a compreensão e a leitura da partida. Sou muito calmo e confiante com a bola nos pés e também consigo recuperar bolas. Se tivesse de escolher um nome como inspiração, seria o Iniesta. Acho que tenho um estilo semelhante e vê-lo jogar era maravilhoso", explicou o jovem belga (20 anos) na sua conferência de imprensa de apresentação.

Mas quando os jogos correm menos bem, também já se viu Vermeeren com mais dificuldades, atrasado nas ações, por vezes superado nos duelos ou a perder demasiadas bolas.

Os números de Arthur Vermeeren
Os números de Arthur VermeerenFlashscore

O conjunto é, por isso, difícil de interpretar e as mensagens transmitidas por De Zerbi não são fáceis de decifrar, entre elogios entusiastas e críticas diretas.

"Ele é muito jovem, já passou pelo Atlético, pelo Leipzig (que o empresta). Todos conhecem as suas qualidades. Mas para enfrentar o Atalanta, o Lens, este tipo de equipas físicas, tem de evoluir, tornar-se mais completo", avaliou o técnico italiano após um jogo bem conseguido do internacional sub-21 em Nice.

"Ele não vai transformar-se no Pierre-Emile Hojbjerg, mas quando se joga com um N.º10 e dois médios atrás, é preciso alguém que vá ao choque, é necessário acrescentar algum físico", acrescentou.

Benatia entusiasmado

Esta suposta falta de intensidade nos duelos já tinha sido apontada pelo treinador do Marselha, que vê aí claramente um ponto fundamental para o desenvolvimento do jogador.

"Ele é o presente e o futuro do clube. É um 2005 e é forte. Mas ainda pode evoluir muito. Em campo, tornando-se mais líder e menos tímido. E fora de campo, ao perceber o balneário, a cidade", avaliou no início de outubro.

"Já o queria no ano passado, quando foi para Leipzig. É um jogador forte, que faz coisas muito boas. Está a evoluir rapidamente, está a tornar-se completo e estamos muito satisfeitos com ele", resumiu De Zerbi na segunda-feira, num tom mais otimista.

A forma das equipas
A forma das equipasFlashscore

Medhi Benatia, diretor de futebol do OM, não tem dúvidas. "Já o queríamos há dois anos e ele mostra que pode tornar-se um jogador muito importante, não só para o OM", afirmou após a vitória sobre o Ajax.

"Com as suas qualidades, se for mais combativo nos duelos, porque a L1 é um campeonato físico, não vejo como não será uma mais-valia", acrescentou o dirigente do Marselha.

E esta terça-feira em Bruxelas, no seu país, será na Liga dos Campeões que Vermeeren terá nova oportunidade para provar que merece o seu lugar no Marselha.