Exclusivo com Vanessa Gilles (Bayern Munique): "Tenho muitas saudades do meu segundo país"

Vanessa Gilles ao serviço do Bayern
Vanessa Gilles ao serviço do BayernPhoto par SVEN HOPPE / DPA / dpa Picture-Alliance via AFP

Antiga defesa das OL Lyonnes, Vanessa Gilles vai regressar a França esta quinta-feira para disputar o jogo da Liga dos Campeões frente ao Paris Saint-Germain, agora com a camisola... do Bayern Munique. A internacional canadiana, que se adaptou muito bem à vida bávara, falou sobre este encontro especial no seu "segundo país", durante uma conferência de imprensa virtual organizada pela UEFA.

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- Já não vinha a França há muito tempo. Está ansiosa?

- Claro, tenho muitas saudades do meu segundo país. Mas sim, Paris é muito diferente das cidades onde vivi até agora. No entanto, é sempre um momento especial, sobretudo quando jogamos no Parc des Princes. Acho que é um dos melhores estádios do mundo. Por isso, vai ser um jogo espetacular, tanto para jogar como para viver. Estou muito ansiosa por voltar a respirar o ar francês. Nos últimos meses, tivemos algumas conversas com as alemãs aqui para decidir qual país tem as melhores padarias. Espero poder representar bem a França nos próximos dias e mostrar-lhes que, de facto, o melhor pão é francês.

- As suas antigas colegas do Lyon vão vê-la?

- Elas jogam contra a Juventus na quarta-feira. Por isso, imagino que na quinta vão estar a recuperar, já que também têm jogos no fim de semana. Depois segue-se a pausa internacional. Infelizmente, não temos muito tempo para nos encontrarmos. Mesmo quando temos um ou dois dias de descanso, estamos sempre focadas na recuperação. Portanto, não, ficaria muito surpreendida se alguém aparecesse lá. Mas estou ansiosa por reencontrar antigas colegas em Paris, como a Griedge Mbock. Vai ser um jogo interessante e será bom rever caras conhecidas.

Venceu muitas vezes contra o PSG. Falou disso com o treinador e as colegas? Como avalia esta equipa?

- Penso que conheço muito bem o PSG, claro. Mas este ano é uma equipa diferente. Nos últimos quatro ou cinco anos, tiveram muitos treinadores diferentes. Por isso, as suas táticas e a técnica mudaram, e houve muitas alterações no plantel, até em relação ao ano passado, quando jogámos contra elas com o Lyon. O núcleo do PSG mantém-se na defesa, no sentido de ser uma equipa muito focada na marcação individual. São muito fortes no contra-ataque e fisicamente, tanto no meio-campo como na frente. Não tenho muito mais a acrescentar que as jogadoras não saibam já, por terem jogado contra a França na última pausa internacional. E também jogaram contra o PSG no ano passado ou há dois anos. O mundo do futebol feminino é tão pequeno que todas se conhecem e todas seguem umas às outras. Por isso, mesmo tendo jogado várias vezes contra elas, sei que toda a equipa conhece estas jogadoras e esta equipa. Faço a minha parte ao partilhar os hábitos individuais das jogadoras que fui observando ao longo dos anos. Mas sim, elas já sabem o que precisam de saber.

- Estão numa excelente sequência na Liga dos Campeões. Acha que foi útil terem sofrido uma derrota na 1.ª jornada frente ao Barça?

- Não, não acho que perder ajude realmente nesse sentido. É, claro, uma experiência. Espero que nos seja útil no futuro, mas não posso dizer que tenha sido positivo para nós, especialmente tendo em conta o novo formato da Liga dos Campeões, em que cada golo conta. Sabemos que isso nos prejudicou bastante. Acho que é algo que aprendemos: cada jogo e cada ponto são mesmo importantes para avançar, devido à diferença de golos. Sobretudo contra o Arsenal na segunda parte, quando conseguimos virar o resultado. Passar de um jogo como o do FC Barcelona para outro como o do Arsenal, em que vencemos o campeão da Liga dos Campeões, foi importante para nós a nível emocional. Somos candidatas, estamos aqui, mas também podemos ganhar. É algo em que trabalhamos muito, no sentido de que, quando entramos em campo, sabemos que temos o nosso lugar e que podemos vencer qualquer equipa. Somos uma equipa jovem, por isso a confiança e a experiência são coisas que se aprendem e se ganham em jogos importantes como o do Arsenal. Por isso, penso que o jogo mais importante para nós na Liga dos Campeões foi mesmo contra o Arsenal, com aquela reviravolta de 2-0 para 3-2. Marcar três golos ao Arsenal não é fácil. Por isso, conseguir uma vitória assim e somar seis pontos nos últimos três jogos é enorme.

- Isso dá confiança para este jogo contra o Paris Saint-Germain?

- Sei que o PSG ainda não tem qualquer ponto. Este jogo vai ser muito importante para elas também. É uma equipa muito física, tal como nós, por isso vai ser um jogo muito interessante de disputar e muito importante para ambas. Neste momento, é tudo ou nada para as duas equipas em termos de três pontos, por isso tudo se vai decidir por quem quiser mais no final.