Recorde as incidências do encontro
A Liga dos Campeões surgiu na altura ideal para Bruno Lage e a equipa fazerem as pazes com os adeptos. O Qarabag, adversário mais fácil que os encarnados irão defrontar na prova, jogava na Luz e o cenário parecia perfeito para uma noite tranquila e que até podia servir para dar confiança para recuperar do empate com o Santa Clara, especialmente tendo Sudakov e Dedic no onze inicial.

Showdacov
Os primeiros minutos foram nesse sentido e já com Sudakov a assumir a batuta. O médio ucraniano teve os primeiros minutos frente aos açorianos e, sem surpresa, entrou no 11 para revolucionar o jogo ofensivo do Benfica. O impacto dificilmente podia ter sido melhor.

O Qarabag entrou pressionante, mas sofreu cedo. Barrenechea (6') desviou de cabeça a primeira assistência de Sudakov, num golo que serviu para afirmar ainda mais o Benfica como equipa dominante desta partida.
O cenário tranquilo confirmou-se com o 2-0, desta vez com Pavlidis a finalizar o passe inteligente (criativo, permitam-nos) de Sudakov para dar uma vantagem mais confortável aos encarnados, que se revelaram eficazes na reta inicial do encontro.
São Trubin bem tentou adiar
No futebol, diz-se muitas vezes que o 2-0 é o resultado mais perigoso. Existem alguns céticos quanto a esta afirmação, mas se quiser tentar convencê-los basta mostrar-lhes o resto da primeira parte.
Apesar da superioridade benfiquista, o Qarabag reduziu por Leandro Andrade (30'), num lance em que a defesa portuguesa não afasta e o cabo-verdiano finaliza com um remate de primeira, e todo o estádio sentiu o peso daquele golo.
A partir desse momento, o Benfica deixou expostas todas as suas fragilidades defensivas e António Silva quase ofereceu o empate. Kady (33') atirou ao poste e Zoubir viu Trubin negar o 2-2 no remate seguinte. O ucraniano acabou mesmo a primeira parte como um dos destaques da partida, ao adiar (spoiler!) o empate a Camilo Durán (45') antes do intervalo.
Não foi certamente pelo guarda-redes ucraniano, mas o 2-2 era mesmo inevitável. O Benfica voltou a entrar da mesma forma e o Qarabag aproveitou para deixar o Estádio da Luz em choque, com Camilo Durán (48'), extremo que passou por Lusitânia dos Açores e Portimonense, a fazer o que quis da defesa encarnada e a finalizar de ângulo apertado para o empate.
Reação pobre e tardia acabou em debandada
Se o 2-0 surgiu de forma um bocado inesperada, tendo em conta a eficácia do Benfica nas duas ocasiões que criou, o 2-2 não surpreendeu, tal como não chocou que as águias decidissem reagir depois de o mal estar feito. Não é novidade, a equipa de Bruno Lage é uma equipa reativa e isso voltou a ficar evidente.

Como era obrigatório, o Benfica carregou para voltar à vantagem, mas isso não significou que a qualidade de jogo tivesse aumentado. Sudakov, que desapareceu depois dos 25 minutos, voltou a ser o único foco de criatividade, mas o Qarabag defendeu-se bem, negando as ocasiões de Aursnes e Pavlidis, e ainda conseguiu fazer o 2-3, anulado por fora de jogo claro de Mustafazada.

Bruno Lage ainda tentou mexer com o ataque, fazendo entrar Ivanovic, que jogou alguns minutos ao lado de Pavlidis e, depois, de Henrique Araújo, mas o maior risco das águias acabou por resultar numa reviravolta chocante e que pode custar caro ao treinador e ao próprio Rui Costa, já a pensar nas eleições. Kashchuk (86') aproveitou a passividade completa da defesa encarnada e confirmou uma das reviravoltas mais surpreendentes da história da Liga dos Campeões.
Homem do jogo Flashscore: Leandro Andrade (Qarabag)