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José Mourinho: "Não trocaria o Benfica por nenhum clube do mundo neste momento"

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José Mourinho, treinador do Benfica
José Mourinho, treinador do BenficaSL Benfica

José Mourinho, treinador do Benfica, fez esta segunda-feira a conferência de imprensa de antevisão ao jogo com o Newcastle, da 3.ª jornada da Liga dos Campeões, marcado para amanhã, às 20:00.

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Impacto deste jogo nas eleições: "Em relação às eleições, jogar, treinar no Benfica, já por si só, encerra pressão, responsabilidade, e jogar no Benfica não é para todos. Mas é suficiente essa pressão de ser treinador, jogador do Benfica, para vir ainda uma pressão extra nas eleições. Não acho que seja justo e não acho que nós tenhamos de estar preparados para isso. Preparámos o jogo de Chaves e iremos preparar o jogo de sábado, com o Arouca, esquecendo que existem eleições. O nosso trabalho é outro e é nisso que temos de focar."

Jogo com o Newcastle é uma final? "Estão 18 pontos em disputa. Depois do jogo de amanhã, estarão 15. Se fizemos 15 pontos, qualificamos. O jogo de amanhã não é decisivo, mas jogaremos a pensar que sim, que é a nossa oportunidade, mas não é."

Sentimento especial por Bobby Robson: "Eu sentia sempre qualquer coisa especial mesmo antes antes de (Bobby) Robson partir. Após a sua morte, comecei a sentir a proximidade, que, infelizmente, no nosso dia a dia, mesmo com as pessoas que amamos, o dia a dia leva-nos a passar ao lado dessa saudade. Há locais, que abrindo as portas, essas pessoas voltam ao nosso pensamento. Aqui sim. Trabalhei com o mister Robson quatro, seis anos e não havia um dia que ele não me mostrava a sua paixão pelo Newcastle. Como treinador de outros clubes ingleses, nunca escondi que o Newcastle sempre foi um clube querido para mim, por influência de uma lenda deste clube e desta região."

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O que é o Benfica ainda não tem e precisa para vencer o Newcastle? "Vencermos. Pode acontecer ganhar amanhã o jogo e dizer que não falta nada para ganhar aqui. Vamos ver. Há um adversário pela frente. Muitas vezes, há um plano de jogo que se consegue por em prática, outras vezes simplesmente não se consegue. Muitas vezes, as pessoas têm a ideia que o plano de jogo foi o errado, mas é o adversário que o fez parecer. Amanhã, jogamos contra uma equipa muito forte. Olham para a classificação na Premier e ficam enganados no que toca ao potencial desta equipa. Muito organizados, jogadores escolhidos a dedo para a ideia do Eddie. Equipa tremendamente física, forte no jogo direto, quatro alas rápidos, dois a jogar e dois no banco. O estádio joga com eles. As pessoas vêm aqui para jogar com a sua equipa. É um jogo extremamente complicado para nós, mas também para eles"

Significado de jogar no St. James' Park: "Não é só o estádio, é o clube, a história, a paixão dos adeptos, o poderio económico que lhes permite sair de uma situação complicada e ganhar pela primeira vez em décadas como ganharam a Taça da Liga. Que lhes permite jogar duas épocas na Champions. São uma equipa que está perto de coisas maiores, que esta gente merece. Cultura de Chelsea, Arsenal, Tottenham é diferente desta zona. Adoro jogar aqui. Disse isso aos jogadores, que mesmo como adversário é fantástico jogar aqui."

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Assinava empate antes do jogo? "Não, eu disse o mesmo com o Chelsea e perdemos. Se calhar devíamos ter aceite o empate. Queremos jogar e dentro das limitações estamos preparados. Se viéssemos aqui treinar, seria impossível treinar. Sabemos que vão querer levar o jogo para o lado que são mais fortes e nós temos que levar para outro contexto."

Ambiente de eleições no Benfica: "Temos que tentar estar isolados desse contexto. A nossa missão é outra. Temos que estar isolados desse contexto. Ser jogador e treinador do Benfica não é fácil. Os adeptos querem vitórias e bons jogos e isso é mais do que suficiente para estarmos motivados. A situação eleitoral seria pressão extra se estivéssemos focados nela e não estamos."

O que o deixa frustrado por não ter conseguido ainda incutir na equipa? "Nada me deixa frustrado, apesar de ter sido a terceira vez na carreira que agarro a equipa com o campeonato em andamento. Benfica, Tottenham e agora novamente Benfica. Não posso dizer que tenho muita experiência, nisto, mas sei que é muito mais difícil, sem tempo para trabalhar, discutir coisas internamente. O Eddie tem jogadores do perfil que ele quer, conforme quer jogar. Quando se chega a meio da época não se pode estar frustrado. É o que é. Não cheguei a meio, mas com o comboio em andamento, e tenho que me adaptar sem frustração."

Manu Silva: "Na próxima semana já poderá treinar de um modo global. Pensamos que a partir da próxima semana, já poderá integrar o trabalho normal da equipa. Quase que arriscaria dizer que no final de novembro, estará em condições de jogar."

Mensagem aos jogadores pós-Chaves: "Nunca digo nada à equipa quando o jogo acaba. Vou ao balneário, cumprimento os jogadores, não é o momento de falar. Nunca o faço. A equipa quer o mesmo do que eu, não há divergência. Uma coisa é o plano e outra é o campo, relativamente à relação com os jogadores também pode acontecer. Entre eu e eles não há desacordo. O que queria, assim que marcassemos acabar com o jogo. Eles tentaram mas não conseguiram. O Pavlidis está em boa posição e atira fora, o Lukebakio frente ao guarda-redes... eles tentaram mas depois entraram num jogo mais lento, que acho que era o ritmo a que estavam habituados a jogar."

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Newcastle em transição: "Sir Robson é uma lenda. Amava este clube e deu tudo por este clube. Ficaria muito feliz com a vitória na Taça. Fiquei muito feliz. A Taça é um início para disputarem outras competições. É um passo importante e acho que estão a ir no caminho certo. Há clubes com dinheiro e que tomam decisões erradas. Existe estabilidade. O perfil dos jogadores... nunca vi um jogador chegar aqui e que não sirva para o estilo de jogo. Estou muito feliz. Parabéns ao Eddie, ao clube, aos adeptos. A família de Robson estará muito feliz."

Saída de Isak do Newcastle: "Eu acredito que no final todos sabiam que ele ia Liverpool. Isak e Woltemade são diferentes e há sempre períodos de transição, mas este menino parece que está aqui há muitos anos. O Newcastle está a fazer as coisas bem."

Importância de Bobby Robson na carreira: "Uma coisa são as oportunidades que ele me proporcionou. Levou-me para Barcelona e isso para um jovem, com o tempo que passei lá, foi uma experiência incrível. Aquela porta é gigante e foi aberta por ele. Outra coisa foi o que aprendi a nível futebolístico e humano. A confiança que ele colocou em mim. Naquele periodo, o adjunto tinha um espaço apertado, hoje em dia é diferente. Os adjuntos têm mais liberdade. Isso foi muito importante e sei que dei tudo o que tinha."

Regresso a Newcastle: "Quando fui embora de Inglaterra, pensei que Newcastle não estava longe. A primeira vez que jogaram Champions foi há três anos. É um processo para o clube. Quando fui para a Roma, joguei na Liga Conferência e na Liga Europa, então não houve oportunidade de voltar. No Fenerbahçe ganhámos ao Feyenoord e perdemos com o Benfica. Estar aqui é ótimo para mim. Apesar de ter quase 200 jogos na Liga dos Campeões, Champions é Champions. É sempre uma grande emoção. Gostaria também de dar as minhas condolências a Stuart Pearce e à sua família. Notícia muito triste."

Alguma vez recusou treinar o Newcastle? "Nunca recusei o Newcastle. Já recusei alguns clubes, com respeito, mas o Newcastle nunca entrou em contacto comigo. Para ser sincero, eles não precisam de um treinador. Isso quer dizer que tudo está bem para o clube e para o Eddie (Howe), e é o que lhes desejo. Neste momento da minha carreira, não haveria outro clube que me motivasse tanto e me fizesse mais feliz do que o Benfica. Eu não trocaria o Benfica por nenhum outro clube no mundo neste momento."