Antonio Rudiger transformou o jogo de Haaland em Madrid num pesadelo. Dada a incapacidade do norueguês para criar oportunidades de golo, Pep Guardiola não fez uma única alteração e foi surpreendentemente inoperante no banco de suplentes.
Na conferência de imprensa após o jogo, o treinador catalão foi questionado sobre esta falta de movimentação e falou sobre o papel que o outro avançado da equipa poderia ter no próximo jogo: "Pode ser que Julián Álvarez tenha minutos no segundo jogo. Como titular, no final... Temos jogadores com os quais podemos mudar o ritmo, mas na segunda mão não me interessava fazer um jogo de parada e resposta", explicou.
O que é certo é que a entrada do campeão do mundo com a seleção argentina no 11 inicial frente ao Real Madrid poderá desviar as atenções de um "ciborgue" que foi vigiado de perto pelos dois centrais na visita à capital espanhola.
Neste contexto, apesar de o jogador natural de Córdoba ter marcado apenas um golo no último mês - o golo da vitória contra o Fulham, a 30 de abril -, desempenharia a valiosa função de criar espaço para Haaland. Além disso, o jogador pode oferecer alternativas de combinação para um meio-campo que, em muitos momentos da partida de Madrid, pareceu desconectado do ataque.
Pouca confiança
Apesar dos seus esforços, Álvarez ainda não parece ter a confiança que Guardiola gostaria que tivesse. Alterna partidas como titular com substituições e jogos em que nem chega a jogar. Como aconteceu na primeira mão da eliminatória, o seu treinador hesita muitas vezes em pô-lo em campo em jogos importantes.
Com alguém como Haaland, um recordista, ao seu lado, as comparações são odiosas. O argentino tem 15 golos em 45 jogos como Sky Blue, oito dos quais na Premier League e dois na Liga dos Campeões, números demasiado terrestres quando comparados com os da fera nórdica.
O seu grande desempenho no Mundial, onde marcou quatro golos em sete jogos, também não o impulsionou. Devia tê-lo lançado, mas a voracidade insaciável do seu companheiro de equipa do Manchester City está a bloquear o seu caminho. A melhor opção é aprender a viver com isso e adaptar o seu jogo às necessidades do norueguês.
A segunda mão contra o Real Madrid pode ser um bom ponto de partida para se testar. A decisão cabe a Pep, mas Julián Álvarez é uma opção mais do que razoável para mudar o rumo dos acontecimentos e qualificar os cityzens para nova final continental.