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Lage admite problemas e realça linhas vermelhas: "Não estou preocupado em ser consensual"

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LageFILIPE AMORIM/LUSA
Leia abaixo as declaração do treinador do Benfica, Bruno Lage, na conferência de antevisão ao duelo com o Qarabag, a contar para a primeira jornada da fase principal da Liga dos Campeões, agendado para terça-feira, às 20:00.

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Abordagem: "Sinto a equipa motivada em voltar a dar a imagem dos quatro jogos internacionais que fizemos. Vontade enorme de repetir os jogos da época passada na Liga dos Campeões e é esse o grande objetivo para amanhã: jogar bom futebol, conquistar três pontos e oferecer uma grande noite europeia aos nossos adeptos".

Moral afetada após empate: "Quem treina o Benfica sabe da exigência estratosférica que temos, não basta ganhar títulos, temos que jogar bem. Depois de um mau resultado, jogadores e equipa não podem olhar para trás, temos de olhar para a frente. Temos um longo caminho a fazer na evolução do nosso jogo. Defensivamente voltamos aos índices do ano passado, somos uma equipa muito forte, talvez uma das melhores da Europa, a pressionar na construção, na transição defensiva fomos muito mais agressivos do que éramos. Ofensivamente, na minha opinião, estamos a trabalhar muito para resolver uma questão do ano passado, a construção do jogo a partir do guarda-redes e centrais, controlar o jogo com bola. Temos um espaço enorme para evoluir no terço ofensivo, temos que criar mais dinâmicas, mais movimentos, temos que colocar os jogadores em situação de finalização e marcar mais golos. Temos consciência disso. Vamos falando com os jogadores à medida que temos tempo para trabalhar". 

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Entrada de Sudakov pode ajudar na criação?: "Noto isso até pela forma como olhamos para o nosso registo de cartões amarelos. O que peço e faço questão de reforçar é que temos de ter agressividade muito maior, isso foi um ponto fundamental quando começamos a época. É continuar a evoluir, temos de evoluir no terço ofensivo. Quando olho para o jogo, estamos pragmáticos na construção e controlo do jogo, temos claramente que evoluir muito nas nossas dinâmicas. Movimentos e contra movimentos, quando se joga contra uma linha de cinco, perceber quais são os espaços à volta dos defesas, ter um leque de dinâmicas e é isso que vamos trabalhar. Acredito que os golos vão surgir porque conheço bem esta casa. No meu primeiro dia disse que sei bem qual é o futebol que os adeptos gostam. As minhas equipas jogavam bem nos escolinhas, nos juvenis, nos juniores, na equipa B, na minha primeira passagem pelo Benfica... No ano passado tivemos momentos em que esse bom futebol apareceu, é uma questão de tempo e trabalho para que volte a aparecer".

Se fosse adepto estaria satisfeito com as exibições?: "Disse no último jogo que não ficamos satisfeitos com o que fizemos e eu sou o primeiro a identificar o que não tínhamos na época passada e estamos a crescer. É importante ver o que trouxemos do ano passado, a transição defensiva estamos no bom caminho, na construção defensiva também. Falta trabalhar muito mais o terço ofensivo. Havia um grande objetivo no início de época que era atacar o arranque da época e em 20 dias preparar uma Supertaça, garantir o acesso à Liga dos Campeões e por isso é que estamos aqui, e conquistar o maior número de pontos até ao final do primeiro ciclo. Fizemos isso, umas vezes a jogar bem, outras menos bem, estamos a iniciar um novo ciclo. Agora temos de perceber onde a equipa tem de crescer e continuar a trabalhar".

Disponível para ser treinador com qualquer presidente: "Sobre o (possível regresso do) Bernardo Silva, disse o óbvio, o que qualquer adepto diz sobre o que tem sido os registos do Bernardo publicamente sobre um possível regresso. Já tive oportunidade de falar com ele sobre isso e um dia, independentemente do treinador e presidente, vai regressar ao Benfica. Podia ser eu a dizer, como qualquer adepto. Quiseram levar isso para o lado político, lamento que o tenham feito. Sobre o mercado, comecei a abordagem na perspetiva do treinador e o que eu disse foi um facto. Perguntaram-me se sentia mais responsabilidade, eu disse que sim porque tinha sido o único mercado de verão em que as ideias convergiram nesse sentido. Levaram para o lado político. Só me meto nesse lado político se a linha vermelha for ultrapassada. Se sentir que um dos candidatos ataca a equipa de alguma maneira, tenho de dar esse passo em frente, as outras questões... Não estou preocupado em ser consensual".

Bloco baixo obriga a fazer mudanças: "Excelente questão, mas não se muda a característica e qualidade de plantel em função do que se vê. O Santa Clara faz este tipo de jogo muito bem, o Vasco (Matos) está a fazer um trabalho muito bem, são três anos de trabalho, veja-se os resultados contra os três grandes. O que vi do nosso adversário, o Qarabag tem um posicionamento completamente diferente, por isso acredito que a estratégia e o jogo serão diferentes. 

Falar de Bernardo Silva e do mercado é ultrapassar a linha vermelha?: "Eu respondi da perspetiva do treinador, depois fazem a interpretação que quiserem. É tão simples quanto isto".

Rui Costa falou após jogo com Santa Clara?: "Temos um trabalho a fazer, jogar bem, ganhar títulos e o mais importante é eu saber o que tenho de fazer enquanto treinador. Senti confiança da direção em mim, por isso falei do mercado".

Objetivo na Liga dos Campeões: "Preparamos o onze para cada momento e jogo, o adversário está muito bem identificado, tivemos oportunidade de trabalhar com os jogadores sobre isso. Amanhã vamos ter mais um treino para ver como está toda a gente. Sabemos a exigência dos nossos adeptos, os jogadores sabem o que representa jogar pelo Benfica, temos um objetivo muito claro: independentemente da hora e do local e do intervalo entre jogos, temos de vencer o jogo com muitos golos e jogar bom futebol. Essa é a exigência. O objetivo é vencer o próximo jogo".