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7 de maio de 2017, penúltima jornada da Premier League, Emirates, a antepenúltima batalha da carreira entre Mourinho e Wenger. Com o Manchester United a perder por 2-0 com o Arsenal, José Mourinho resolve recorrer ao banco e nos instantes finais estreia um jovem escocês, com Scott McTominay a entrar para o lugar do consagrado Juan Mata.
Numa equipa com David de Gea, Michael Carrick, Mkhitaryan, Juan Mata, Paul Pogba, Wayne Rooney como figuras consagradas e Anthony Martial ou Marcus Rashford como principais promessas, poucos se lembrariam de McTominay. Oito anos depois tornou-se no melhor jogador do campeonato italiano, campeão com o Nápoles e herói da Escócia que está de regresso ao Campeonato do Mundo.
Um médio trabalhador, com um apetite goleador desenvolvido nos últimos anos, McTominay é, talvez, o último grande projeto de juventude que foi bem-sucedido com José Mourinho. E o treinador português sempre o recordou como tal, reconhecendo que em termos qualitativos não precisou de ser dos melhores que treinou.
“Os jogadores que mais gostei de treinar foram os que me deram tudo. Existem centenas de nomes talentosos, mas o que não eram os mais virtuosos, mas que me deram tudo, os que eu senti que não me podia dar mais, são os meus jogadores. E não querendo ser injusto, quando lanço um miúdo, torna-se meu para a vida. Olho para o Raphael Varane e é o meu miúdo. O McTominay é o meu miúdo. Quando chego a um clube, encontro os meus miúdos e vão sê-lo para sempre”, explicou ao podcast de Rio Ferdinand.
Segunda vida em Itália
Pese embora a posta de José Mourinho nos três anos que passou no Manchester United, Scott McTominay só começou a ganhar preponderância em Old Trafford após a saída do treinador português.
Um médio trabalhador, sem virtudes técnicas que se destacassem, fez da capacidade física e vontade uma das principais armas, acabando por ser utilizado de forma regular por Ole Gunnar Solskjaer, Ralf Rangnick e Erik ten Hag, mas sem ser a estrela de uma equipa que teve sempre nomes mais sonantes que ele.
Esse papel ficou-lhe reservado na mudança para o Nápoles. Em 2024, com a chegada de Manuel Ugarte e em busca de mais minutos, McTominay decidiu colocar um ponto final a uma ligação de 22 anos com o Manchester United e mudar-se para o sul de Itália por uma transferência de 30 milhões de euros.

No Diego Armando Maradona o miúdo de Mourinho tocou um Olimpo que poucos lhe adivinhavam. 13 golos e quatro assistências em 36 jogos, a eleição como melhor jogador da Serie A e o papel de destaque no quarto título da história do Nápoles.
Esta época mantém o ritmo (cinco golos e duas assistências) e continua a ser indispensável para Antonio Conte. E é assim que chega ao Estádio da Luz, quando encontrar o homem a quem está eternamente grato.
“No dia em que ele deixou o Manchester United encontrei-o no corredor e convidou-me para ir ao gabinete dele. Não sabia o que dizer, estava destroçado, foi complicado. É uma pessoa que significa tudo para mim, permitiu-me sonhar com tudo o que podia desejar e agora vai-se embora. Não sabia o que pensar. Agradeci-lhe pela oportunidade que que me deu. Ainda vamos falando, ele congratula-me cada vez que faço um bom jogo, liga-me sempre. Estou-lhe sempre agradecido”, recordou ao High Performance Podcast em 2024.

Esta quarta-feira, o miúdo de Mourinho vai procurar garantir ao Nápoles a terceira vitória na fase principal da Liga dos Campeões, esta com um significado especial. Já que foi também na Luz que fez o primeiro jogo na prova milionária, novamente lançado pelo treinador português, em outubro de 2017.

