Estrela Vermelha 1-2 Pafos
O Pafos deu um passo importante rumo à primeira qualificação da sua história para a fase de grupos, ao vencer de forma surpreendente o Estrela Vermelha no Estádio Rajko Mitić, num jogo marcado por várias situações de mão na bola.

Os adeptos da casa ainda não tinham terminado a sua coreografia pré-jogo quando os visitantes chegaram ao golo. O capitão Muamer Tanković recuperou a bola a meio-campo antes de servir João Correia à entrada da área, e o internacional cabo-verdiano, ex-Chaves, rematou de forma aparentemente inofensiva, mas um ligeiro desvio enganou Matheus, ex-SC Braga, e resultou num início fulgurante logo no primeiro minuto.
O Estrela Vermelha tentou responder de imediato e obrigou o guarda-redes Neofytos Michail a defender para canto um cabeceamento de Cherif Ndiaye, apenas dois minutos depois. A equipa de Juan Carlos Carcedo perdeu Tanković por lesão pouco depois do primeiro quarto de hora, mas pensou ter aumentado a vantagem à meia hora de jogo, quando Bruno Felipe pareceu cabecear para dentro um cruzamento de Kostas Pileas. No entanto, o VAR detetou uso do braço por parte do brasileiro, anulando justamente o lance.
Embora a formação de Vladan Milojević tenha dominado a posse de bola até ao intervalo, ficou limitada a remates de longa distância de Mahmudu Bajo e Shavy Babicka, e foi para o descanso em desvantagem. O mesmo Babicka teve a última oportunidade da primeira parte e a primeira da segunda, mas o seu cabeceamento poderoso a cruzamento de Nair Tiknizyan foi defendido por Michail. Em resposta, o Pafos avançou no terreno e foi beneficiado com uma grande penalidade aos 51 minutos, após Timi Elšnik tocar na bola com a mão dentro da área. Da marca dos 11 metros, Pêpê manteve a calma e colocou a bola no canto inferior, enganando Matheus.
Incrivelmente, Bruno Felipe voltou a ser protagonista cinco minutos depois, ao cortar uma bola com o braço de forma inexplicável na sua própria área, oferecendo também um penálti aos sérvios. O suplente Bruno Duarte, antigo avançado de Vitória SC e Farense, assumiu a responsabilidade e, embora Michail tenha defendido a primeira tentativa, o avançado brasileiro foi mais rápido na recarga e cabeceou para o fundo da baliza, com a bola a entrar após tocar na trave. Pouco depois, Felipe redimiu-se com um corte decisivo que evitou o golo de Mirko Ivanić. O capitão do Estrela Vermelha ainda acreditou ter conquistado mais um penálti por mão na bola assinalada pelo árbitro Alejandro Hernández, mas o VAR interveio a favor dos cipriotas, ao revelar que a bola tinha batido nas costas de David Goldar.
Apesar de alguns momentos de nervosismo no final, o campeão cipriota segurou a vantagem e levará um resultado positivo para o seu reduto europeu em Kolossi, onde tentará fazer história. Já o Estrela Vermelha terá de melhorar significativamente a sua exibição na segunda mão, se quiser chegar pela terceira época consecutiva à fase de liga da Liga dos Campeões.

Rangers 1-3 Club Brugge
O Club Brugge KV garantiu uma vantagem importante na primeira mão do play-off da Liga dos Campeões frente ao Rangers, ao vencer por 1-3 na Escócia.

Depois de ter vencido em Ibrox nas duas eliminatórias de qualificação desta temporada – ambas na primeira mão – o Rangers esperava voltar a entrar forte. No entanto, a equipa de Russell Martin sofreu uns primeiros 20 minutos que só podem ser descritos como um pesadelo. O Brugge precisou de menos de três minutos para inaugurar o marcador quando Nasser Djiga deixou inexplicavelmente a bola para Jack Butland, apesar de o guarda-redes não estar em posição para a recuperar, permitindo que Romeo Vermant o batesse com um chapéu à distância.
Aos sete minutos, o Rangers já perdia por dois golos, depois de Jorne Spileers finalizar para o canto inferior, com a bola ainda a desviar em John Souttar, na sequência de um canto de Christos Tzolis.
O pesadelo dos escoceses agravou-se ainda mais com um magnífico pontapé de meia-volta de Brandon Mechele à entrada da área, deixando os anfitriões em risco de sofrer uma derrota absolutamente humilhante. Para crédito da equipa, conseguiram reagir ligeiramente e podiam ter reduzido a desvantagem se o livre de Joe Rothwell tivesse entrado em vez de embater no poste. Ainda assim, Butland teve de estar atento pouco antes do intervalo, defendendo um remate de Carlos Forbs para manter a diferença em apenas três golos.
É apenas possível especular sobre o que Martin terá dito à equipa ao intervalo, mas seja o que for, surtiu efeito, já que o Rangers reduziu pouco depois. Um cruzamento de Jayden Meghoma encontrou Danilo Pereira, que finalizou de perto e devolveu a esperança ao público da casa. Djeidi Gassama – já com quatro golos nesta fase de qualificação – tentou a sorte de fora da área, mas atirou ligeiramente ao lado. Pouco depois, o francês pensou que tinha marcado, mas o lance foi anulado porque Simon Mignolet já segurava a bola quando o avançado a empurrou para a baliza.
No fim, o Rangers não conseguiu voltar a bater Mignolet e terá agora de vencer por dois golos de diferença na Bélgica na próxima semana apenas para levar o jogo para prolongamento. O Brugge, por sua vez, segue invicto nos últimos sete jogos de qualificação para a Liga dos Campeões e perdeu apenas um dos últimos 13 em todas as competições. Assim, parte confiante para selar a eliminatória no Estádio Jan Breydel e alcançar a fase de grupos pela 10.ª vez consecutiva.
