Recorde as incidências da partida
Na primeira mão, tínhamos feito uma comparação entre uma corrida de Fórmula 1 e o Mónaco - Benfica, mas para chegar à meta dos oitavos de final da Liga dos Campeões era preciso passar por Lisboa. Os encarnados partiram com uma vantagem curta, que podia ter sido maior não fosse o desperdício no final da partida em França, com os monegascos a jogar com menos um, mas continuavam a ser favoritos, não só pela superioridade no resultado mas também por ter menos baixas no plantel.

Apesar de sete ausências de cada lado, as águias voltaram a contar com Tiago Araújo e Aursnes e só trocaram Florentino, castigado, por Leandro Barreiro, que foi pela primeira vez titular num jogo de Liga dos Campeões. Do outro lado, além das lesões, havia ainda três ausências por suspensão, com destaque para o capitão Zakaria.

Tal como aconteceu em França, a partida começou com aquele ritmo desenfreado, digno de um arranque em zonas apertadas. Por pouco não houve deslizes. Leandro Barreiro (2') quase teve começo de sonho, mas foi o Mónaco quem ficou mais perto de dar o primeiro golpe no jogo. Valeu Trubin para negar o golo de Diatta (7'), minutos depois de o ucraniano ter estado no centro das atenções por pedidos de penálti de Embolo.

O jogo estava mexido e aberto, por isso a pressão de Leandro Barreiro viria a ser determinante para que o Benfica conseguisse ganhar maior conforto na eliminatória. Com um raio maior de ação do que Florentino, o luxemburguês recuperou duas vezes a bola e Pavlidis fez o trabalho restante para que Akturkoglu (22') abrir o ativo.
O golo apareceu um pouco contra a corrente, embora o espaço (e erros) na defesa do Mónaco pudesse ser o cenário perfeito para o Benfica matar a eliminatória, mas a equipa de Bruno Lage ficou surpreendentemente intranquila e perdeu o controlo de um jogo que ia sendo dominado pelos pés do talentoso Akliouche.
Embolo (32') deu um sinal claro com um cabeceamento ao poste quando Trubin estava completamente batido, mas o guarda-redes acabou mesmo por não ficar bem na fotografia do lance seguinte, que começa com um erro da equipa do Benfica num lançamento de linha lateral que atestava a tal intranquilidade encarnada e que foi aproveitado por Minamino, o melhor marcador japonês de sempre na Liga dos Campeões, com cinco golos marcados.
Antes de ir para os balneários, o Benfica não se livrou de um valente susto, com Embolo (45+4') a desperdiçar uma ocasião flagrante que motivou os assobios dos adeptos benfiquistas quando os jogadores recolhiam aos balneários. Não foi, de todo, uma boa primeira parte da equipa de Bruno Lage.

A loucura da Luz em dia de Liga dos Campeões
Mas a verdade é que o coro de assobios não foi suficiente para alertar a equipa do Benfica para o perigo que vinha do lado monegasco, sempre com Akliouche a pegar na batuta. Depois de Ben Seghir (47') obrigar Trubin a mais uma boa intervenção, foi o marroquino a empatar a eliminatória (51') depois de mais um grande trabalho de Akliouche e de simulação de Embolo.
Além do 2-2 na eliminatória, o Benfica era uma equipa com graves dificuldades ofensivas e falhas defensivas exploradas por um Mónaco que se apresentou com baixas importantes, mas Bruno Lage acabou por ter uma boa reação desde o banco de suplentes. As entradas de Amdouni e Dahl, que ajudou Carreras a tapar os caminhos a Akliouche, deu um novo fôlego às águias e após algumas tentativas sem grande perigo, um penálti de Kehrer sobre Aursnes permitiu que Pavlidis (76') voltasse a colocar o Benfica na frente da corrida - o grego já leva nove contribuições para golo nos últimos seis jogos europeus.
E assim, de repente, o jogo entrou naquele ritmo frenético a fazer lembrar a partida com o Barcelona, embora aqui o cenário de prolongamento fosse uma possibilidade real, especialmente depois de Ilenikhena (81') sair do banco para voltar a deixar tudo igualado, ganhando o duelo com Otamendi para bater Trubin no um para um, com o ucraniano novamente muito mal na fotografia.
Nuns metros finais intensos na Luz, o Mónaco tentava pela primeira vez ganhar a dianteira da eliminatória, mas foi apanhado num movimento pouco habitual de Kokçu (84'), que pediu um cruzamento de Carreras e apareceu na pequena área para conseguir um pequeno desvio que encaminhou o destino das duas equipas: o Benfica segue para os oitavos de final e o Mónaco diz adeus às competições europeias.
Homem do jogo Flashscore: Pavlidis (Benfica)
