Opinião: Niko Kovac deixa as primeiras fissuras no Borussia Dortmund

Niko Kovac em conversa com o irmão Robert
Niko Kovac em conversa com o irmão RobertČTK / imago sportfotodienst / Malte Ossowski/SVEN SIMON

A situação começa a ficar interessante no Borussia Dortmund. Primeiro, Julian Brandt critica o estilo de jogo, depois Nico Schlotterbeck levanta a questão da mentalidade. Os jogadores discutem de forma bastante pública, neste momento, como imaginam o futebol no Borussia Dortmund.

E o treinador Niko Kovac? Parece estar no meio de tudo isto e começa a perder um pouco da autoridade que demonstrou nos últimos meses. A solidez defensiva que conseguiu dar à equipa desorientada na época passada, e que ainda a levou à Liga dos Campeões, já não é suficiente. Para alguns jogadores, isso é evidente, mas também para muitos adeptos, que esperam mais espetáculo do clube que se autointitula como o segundo maior da Alemanha.

Recorde o Borussia Dortmund-Bodö/Glimt

Cresce a crítica

O facto de o jogo na Liga dos Campeões contra um claro outsider como o Bodö/Glimt ter corrido mal deixou Kovac bastante irritado, e no balneário foi aparentemente muito direto. Até agora, parecia que o treinador estava a tomar todas as decisões certas: salvou uma temporada que estava praticamente perdida, recuperou o défice físico apesar da pausa de verão encurtada (devido ao Mundial de Clubes), geriu bem a carga dos jogadores, orientou o desenvolvimento para maior estabilidade, melhores resultados e, gradualmente, um futebol mais atrativo no ataque (especialmente na Liga dos Campeões), tanto internamente como externamente. E tudo isto com uma serenidade e maturidade que lhe faltavam nas experiências anteriores.

Mas agora, quando se exige que a estabilidade defensiva não seja sinónimo de aborrecimento e que o futebol bonito não se torne arrogante, começam a surgir as primeiras fissuras nesta imagem.

A tão falada união ("como um punho") está a desmoronar-se. O descontentamento aumenta – também porque o caminho mais curto para um título, na Taça da Alemanha, já terminou. E Kovac começa a destacar-se por comentários irónicos sobre um internacional (Maximilian Beier) ou por juízos duros sobre um jovem muito talentoso (Julien Duranville). O ambiente está a aquecer em Dortmund.