O recorde Pep Guardiola, de 11 títulos de campeão em 15 épocas como treinador do Barcelona, do Bayern de Munique e agora do Manchester City, fala por si.
Cinco desses títulos foram conquistados no City e, nas próximas três semanas, Guardiola pode levar o clube a outro patamar, vencendo a Taça de Inglaterra e, em seguida, a tão desejada Liga dos Campeões para completar o sonhado triplete.
Apesar de insistir que o facto de não ter ainda conseguido conquistar o topo da Europa com o City, não deve diminuir o que alcançou no clube, Guardiola sabe que a sua carreira no City pode acabar por ser julgada pelo facto de ganhar, ou não, a Liga dos Campeões com o clube.
"Quinto título da Premier League em seis anos, não me imagino a ganhar cinco em seis", disse Guardiola aos jornalistas.
"Tenho a sensação de que fizemos algo excecional, mas para sermos considerados um dos maiores temos de ganhar a Liga dos Campeões, caso contrário não está completo. Ganhámos muito, mas não se pode negar que pode ser injusto ter de ganhar a Liga dos Campeões para valorizar o que se fez", explicou o treinador espanhol.
Até há poucas semanas, o Manchester City estava oito pontos atrás do Arsenal na corrida pelo título da Premier League e Guardiola disse que, quando a equipa de Mikel Arteta chegou a meio da tabela com 50 pontos na bagagem, pensou que seria impossível apanhá-los.
Mas o City encontrou outra velocidade e uma série de 12 vitórias consecutivas, enquanto o Arsenal vacilou.
"Na primeira metade, o Arsenal fez 50 pontos e eu tive a sensação de que eles tinham feito algo especial, nós estávamos lá e eles sentiram-no", disse o espanhol, que assumiu o comando do City em 2016.
"Fomos incansáveis e recusámos desistir, tendo de ganhar cada jogo sabendo que seria impossível se não o fizéssemos", explicou o treinador.
É a terceira vez que Pep Guardiola conquista três campeonatos consecutivos, tendo-o feito na LaLiga de 2009 a 2011 e na Bundesliga de 2014 a 2016.
Padrões mais elevados
Perfecionista ao extremo, Guardiola exige o máximo dos seus jogadores, e é por isso que até mesmo os melhores do mundo parecem melhorar ainda mais sob o seu comando.
Jack Grealish (27 anos), que demorou algum tempo a encontrar o seu lugar no City, e que claramente não mereceu a confiança de Guardiola na sua primeira época, é o exemplo do efeito que técnico espanhol tem.
"Não posso falar o suficiente dele", disse Grealish, que tem brilhado no City nesta temporada.
"Ele é um pouco estranho pela forma como sabe tudo. Em alguns jogos, penso: o que é que ele vai inventar hoje? E ele apresenta tácticas diferentes todos os jogos. É um prazer trabalhar com ele. Adoro-o", disse Jack Grealish.
O central John Stones (28), que evoluiu de defesa para médio, prestou homenagem à visão de Guardiola.
"Este título tem sido muito agradável, jogando em diferentes papéis, em diferentes posições. Pep deu-m uma nova perspectiva", assumiu.