Vinícius encerra o seu pior ano em cinco temporadas: os números falam por si

Vinícius fechou o seu pior ano natural em cinco anos
Vinícius fechou o seu pior ano natural em cinco anosGuillermo Martínez / NurPhoto / NurPhoto via AFP

Vinícius Jr. registou em 2025 os seus piores números num ano civil ao serviço do Real Madrid desde 2020. Marcou menos 18 golos do que em 2024, realizou menos dribles e terminou a temporada sem conquistar títulos.

Tudo aquilo que Vinícius prometeu fazer, se fosse preciso, acabou por ficar ofuscado num 2025 cinzento para o brasileiro. Em termos numéricos, esteve muito aquém do que apresentara em 2024, ano em que chegou a sonhar com a Bola de Ouro, e encerra agora aquele que foi o seu pior ano como jogador do Real Madrid nos últimos cinco anos e o primeiro, em quatro, sem qualquer troféu.

Daquele Vini mágico, enérgico, vertical, surpreendente e eficaz restaram apenas alguns lampejos. O que o tornara, possivelmente, o melhor jogador do mundo foi a sua transformação de driblador vistoso em driblador eficiente, aliado à facilidade em marcar e criar golos para o Real Madrid. Passou de 32 golos e 14 assistências em 2024 para 13 golos e 15 passes decisivos em 61 jogos oficiais em 2025.

Há, contudo, uma parte expectável nesta quebra. Antes da chegada de Kylian Mbappé, o brasileiro era a principal referência ofensiva, o jogador sobre quem recaía a responsabilidade de marcar. Com o francês, era natural que Vinícius passasse a assistir mais do que marcar. Mas a diferença foi mínima: mais uma assistência em troca de menos 19 golos. Ou seja, perdeu 18 contribuições diretas para golo.

Os números de Vino
Os números de VinoFlashscorfe

Não marcava tão pouco desde 2020

A nível individual, 2025 foi o pior ano civil de Vinícius Jr. em frente à baliza do Real Madrid desde 2020. O jogador que conhecíamos há cinco anos era bem diferente - tinha entre 19 e 20 anos e gerava mais dúvidas do que golos. Ainda era imaturo. Nessa altura, marcou apenas seis golos ao longo dos 12 meses e começou a crescer pouco depois, naquele jogo que mudou tudo: o bis frente ao Liverpool, em Valdebebas, em abril de 2021. Nesse ano, já mostrava evolução sob o comando de Zidane, e explodiu com Carlo Ancelotti, elevando os seus números para 15 golos e nove assistências.

Em 2022, Vinícius registou 20 golos e 14 assistências (34 contribuições ofensivas); em 2023, 19 e 17 (36). E, como referido, 46 em 2024. A Taça Intercontinental, conquistada em dezembro, foi o último troféu levantado pelo extremo com o Real Madrid. Desde então, ficou em branco — e passou até a ser apontado, por alguns setores, como parte do problema da equipa. Ainda assim, quando as coisas correram bem, foi um dos motores do sucesso: dos seus 17 golos na Liga dos Campeões, 12 foram em eliminatórias e dois em finais, ambas vencidas.

É apenas um exercício de memória para lembrar quem Vinícius Jr. pode ser. Seria precipitado falar no que foi aos 25 anos, quando ainda tem margem para amadurecer e reencontrar o seu melhor nível. Entre desentendimentos com o treinador e conflitos fora de campo, o jogador de São Gonçalo dos Campos soma 14 jogos sem marcar e, após o regresso de Rodrygo, é atualmente o avançado com a segunda pior sequência em frente à baliza, apenas atrás de Gonzalo (18). Ainda está longe do seu pior registo - 25 jogos sem marcar em 2020/21 -, mas preocupa ver números que recordam uma fase em que ainda não tinha explodido como jogador.

Quebra no drible, a sua grande virtude

Não é apenas na veia goleadora que se nota a quebra. Essa perda de fulgor sente-se também nos seus números de drible. Segundo dados da BeSoccer Prime, Vinícius arriscava mais em 2024 (9,92 dribles por 90 minutos) do que em 2025 (9,39), e tinha maior taxa de sucesso (4,83 contra 4,5). Também produz menos passes-chave que resultam em ocasiões de golo (0,88 face a 0,94) e coloca menos passes na área (1,4 contra 1,78), ainda que toque ligeiramente mais vezes na bola dentro da grande área (6,42 face a 6,27).

Na última vitória do ano, frente ao Sevilha, o público do Santiago Bernabéu assobiou-o diretamente, levando o jogador a reagir de forma simbólica: mudou a fotografia de perfil no Instagram, retirando a camisola do Real Madrid e colocando a da seleção brasileira. Coisas do futebol moderno, moldado pelas redes sociais. Talvez Vinícius reaja melhor a estímulos positivos do que negativos, mas os adeptos deixaram-lhe o aviso mais claro até agora.

No próximo dia 4 de janeiro, frente ao Real Betis, começará para Vinícius um 2026 que terá, obrigatoriamente, de ser melhor do que este 2025 de retrocesso.

Pode ler aqui esta e outras notícias sobre Vinícius e o Real Madrid no BeSoccer.

Siga os seus futebolistas favoritos e mantenha-se atualizado com as novas notificações de jogadores!