Quando Alexis Vega regressou ao Toluca em janeiro de 2024, após a passagem agridoce pelo Club Deportivo Guadalajara, o futebolista formado nos Diablos Rojos escolheu vestir a camisola 9, emblemática e sagrada no clube mexicano desde que foi usada pelo paraguaio José Saturnino Cardozo, um nome que ali representa reverência.
Consciente de que não queria perder mais tempo, Vega decidiu fazer do seu regresso ao Toluca a obra que o seu talento iria aperfeiçoar para calar todas as críticas que vinha recebendo nos últimos anos, em que foi acusado de ser pouco profissional e de ser um futebolista que não conseguia ter impacto no momento certo.
E embora o seu contributo para a equipa de Antonio Mohamed, da qual é capitão, tenha sido evidente, o aspeto físico de Vega tem preocupado tanto os adeptos como os observadores, sobretudo desde que não chegou ao Catar 2022 na melhor forma. Uma nova lesão muscular reacendeu o receio, precisamente no final da fase regular do Apertura 2025, com a Liguilla assegurada e com o Mundial à vista.
Um calendário apertado
O habitual bulício das bancadas do Nemesio Diez, repletas da apaixonada massa adepta do Toluca, calou-se de repente ao minuto 72 deste domingo entre Toluca e Pachuca, precisamente quando a equipa visitante tentava empatar o marcador. Ver Alexis Vega caído no relvado, sem que ninguém o tocasse e depois de correr atrás de uma bola longa, foi suficiente para que o semblante de todos os presentes se endurecesse.
Ao mesmo tempo que Vega era retirado de campo em maca, tocando na parte posterior da coxa esquerda, adeptos e observadores começaram a imaginar tudo o que o emblema dos Diablos Rojos iria perder: duas jornadas do Apertura 2025, frente a Atlas e América, e a data FIFA do próximo novembro em que a seleção mexicana joga em Torreón e em San Antonio no início da última fase de preparação para o Mundial.
Uma notícia que preocupa o Toluca, com ambições de bicampeonato, mas sobretudo o seio do Tri. Javier Aguirre, que leva algumas semanas a analisar como resolver o problema de não ter um bom lateral-direito em forma, sobretudo após a dura lesão no joelho sofrida com o Copenhaga, agora terá de ter fé para que um dos melhores jogadores da Liga Mexicana chegue a tempo e em forma ao Mundial.
Liguilla e Mundial: os objetivos
Sem um boletim médico oficial mas com toda a experiência dos anos, Antonio Mohamed confirmou na conferência de imprensa após o jogo frente aos Tuzos que não iria contar com Vega para o fecho do torneio. Uma notícia dura, sobretudo tendo em conta o confronto com o América que pode decidir os primeiros lugares da tabela.
O treinador argentino também confirmou que Vega tinha queixas musculares prévias após o jogo contra os Xolos em Tijuana e apontou para o relvado sintético do Estádio Caliente. “O Alexis aqueceu, pensávamos que não ia jogar. Ele, do relvado sintético, vinha magoado do joelho, tirou líquido e, por proteger a perna, teve um problema muscular. Por isso, vamos tê-lo de fora no que resta do torneio, mas já esperamos que esteja bem para a Liguilla. É uma baixa importante, obviamente, mas pronto, é assim”, referiu El Turco.
Mas, apesar do entusiasmo de Mohamed, que só pensa em que Vega chegue a tempo para lutar pelo bicampeonato do futebol mexicano, a equipa técnica de Javier Aguirre espera que o jogador do Toluca possa chegar da melhor forma à última fase de preparação para o Mundial. O receio sobre a forma física de Alexis no Catar é algo que El Vasco tem como tarefa pendente. Tê-lo saudável e em ritmo é vital para as suas aspirações e as do país.
