Aos 22 anos, Armando "Hormiga" González, avançado do Chivas, sabe que os seus golos ressoam no ânimo nacional. O seu bom momento desperta paixões e anseios pessoais. "Hormiga" tem claro que os próximos meses serão decisivos na sua vida para fazer parte do Mundial e emigrar para o futebol europeu.
Quando Armando González regressou a casa do último microciclo da seleção mexicana, convocado por Javier Aguirre, a primeira coisa que o novo avançado do Club Deportivo Guadalajara disse à sua família foi: "Sim, eu posso", referindo-se às suas possibilidades de competir por uma vaga entre os convocados para o Mundial-2026.
Essa confiança, com o toque de arrogância necessário que todo "9" precisa para subsistir entre a maré de sucesso, tem sido o seu motor ao longo de toda a sua trajetória envolta na instabilidade e volatilidade que o Chivas não consegue apagar totalmente do seu ambiente. Um contexto que, longe de fazê-lo sucumbir, o motivou a cumprir todos os seus grandes sonhos.
Golos cruciais que apontam ao Mundial
Longe de se sentir ofuscado pela presença no plantel de Javier "Chicharito" Hernández e Alan Pulido, dois jogadores de renome no universo Chivas, Armando González fez o mesmo que sempre fez em toda a sua vida: chegar antes de todos aos treinos e sair depois de todos.
Com essa forma de ser, com a bola ocupando toda a sua mente, "Hormiga" soube conquistar um lugar de destaque na equipa, acima dos dois veteranos que, desde o regresso, ficaram muito aquém das expectativas. Porque além de se adaptar ao que o treinador Gabriel Milito lhe pede no aspeto tático, González tem marcado presença no marcador.
O golo frente ao América no último Clássico Nacional confirmou a sua boa fase e o que marcou contra o Necaxa, em casa, acabou por catapultá-lo entre os melhores marcadores do Apertura 2025, com cinco golos. Mas para além do bom posicionamento estatístico, González conquistou o direito de entrar no debate sobre se merece um lugar entre os 26 mexicanos que irão ao Mundial.
Nesse contexto, "Hormiga" descobriu um cenário parecido, com hierarquias diferentes. Desta vez, o jovem da formação do Chivas sabe que terá de acompanhar o nível de Raúl Jiménez e Santiago Giménez, os dois avançados que já garantiram o seu lugar. Esse terceiro posto é uma das maiores ilusões de González; e ele dará a vida para consegui-lo.
Europa, o próximo destino
Ser o avançado do Chivas exige uma força mental que nem todos os jogadores costumam ou querem ter. Uma virtude que Armando González mostrou não só possuir, mas também desfrutar. Um aspeto que não passou despercebido aos mercados europeus e a importantes agências de representação do mundo.
Entre essas agências de renome, a que mais apostou no "9" foi a brasileira Roc Nation Sport, um conglomerado que gere vários futebolistas de elite, como Vinicius Júnior. González é o único jogador mexicano e de toda a Liga MX que faz parte dessa organização, após assinar contrato em fevereiro, o que deu um toque de realidade ao seu sonho de emigrar para a Europa.
Mas, longe de se apressar e de se deslumbrar com ofertas menores, González sabe que o peso de ser o "9" de um dos grandes do país é uma responsabilidade que, se continuar a carregá-la tão bem como até agora, acabará por consolidar a sua carreira proeminente e, por consequência, trazer-lhe a proposta certa para jogar nas melhores ligas do mundo.