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México: Gabriel Milito com o pior arranque do Chivas em mais de duas décadas

Gabriel Milito no comando do Chivas
Gabriel Milito no comando do ChivasSimon Barber / Getty Images South America / Getty Images via AFP
Mergulhado numa crise de resultados e com o clássico contra o América à vista, o argentino Gabriel Milito (45) tentará, a partir de sábado, 13 de setembro, tirar ileso o Chivas Guadalajara de uma sequência de três partidas de alto risco na Liga do México.

A recompensa será salvar o projeto como treinador do gigante mexicano, segundo clube com mais títulos do campeonato local, com 12 estrelas, após um início para esquecer no torneio Apertura. Com quatro pontos de 18 possíveis, Milito comandou o pior início de um processo para o Chivas desde que a família Vergara, um grupo empresarial abastado do estado de Jalisco, adquiriu a instituição em 2002.

"Vejo uma situação muito crítica para o Chivas", disse à AFP Claudio Suárez, histórico que jogou pelo Guadalajara e pela seleção mexicana.

Na estreia na liga mexicana, Milito regista quatro derrotas em seis partidas da liga.

"São derrotas demais para uma equipa como o Chivas, concedeu muitos golos (12) e não foi contundente (nove golos a favor)", destacou o chamado Imperador Suárez.

O panorama para o Rebaño é sombrio porque seus próximos compromissos serão contra os rivais mais complicados da liga: o clássico contra o América (segundo) no sábado, Tigres (quarto) no jogo pendente da primeira jornada e Toluca (quinto), o campeão em título.

"Vejo complicado que o Chivas possa se recuperar e, sobretudo, Milito, que, afinal, é o responsável", apontou Suárez.

A crise

Apesar de estar empatado com quatro pontos com os lanternas Querétaro e Puebla, o entorno do Guadalajara considera que sua posição na tabela não corresponde ao futebol que tem apresentado.

"É a melhor versão do Chivas que vi desde que estou no México. Nos propuseram uma partida com muito protagonismo", reconheceu Nicolás Larcamón, técnico do Cruz Azul, após vencer por 2-1 o Rebaño na 7.ª jornada, antes da pausa internacional.

Campeão com o Chivas em 1997, Suárez considera que o Rebaño de Milito, que tem como nome mais conhecido o atacante mexicano Javier "Chicharito" Hernández, deveria viver um presente diferente. Algo semelhante aconteceu ao argentino em seu último clube, o Atlético Mineiro do Brasil: no ano passado, na Copa Libertadores da América, alcançou o vice-campeonato, mas esteve à beira do rebaixamento no Brasileirão.

O Chivas "tem jogado bem: propõe, vai ao ataque, recupera rápido a bola e cria oportunidades. O problema é que comete erros pontuais e não sabe vencer", opina Suárez, atual comentarista da Fox Sports.

Em defesa própria, Milito sustenta que seus comandados jogam o que ele quer que joguem neste início de sua estadia em Guadalajara. "Estamos convencidos de que estamos no caminho que devemos seguir", garantiu o antigo defesa do FC Barcelona e Real Zaragoza. "Não renuncio por nada deste mundo".

Prognóstico adverso diante do América

Durante a interrupção da liga devido à janela internacional, o Guadalajara venceu o León por 2-1 num particular no domingo, com uma virada apressada na reta final da partida. Com esse alívio, visitará no sábado seu grande rival, o América do treinador brasileiro André Jardine, na Cidade do México. Os homens de Milito têm os prognósticos contra si frente a umas Águilas que conquistaram três dos últimos quatro títulos da Liga.

"No papel, não vejo como o Chivas pode tirar o jogo do América, que teve uma queda, mas vem retomando seu nível com um grande plantel", analisou Suárez.

"O Chivas tem que jogar em conjunto, não pode pensar em resolver o clássico com individualidades", sugeriu o Imperador.

O América, o clube mais laureado da primeira divisão mexicana, com 16 conquistas, conta com figuras de nível internacional como o atacante francês Allan Saint-Maximin e o atacante uruguaio Rodrigo Aguirre.

De olho no clássico, uma derrota pode tornar insustentável a continuidade do técnico argentino em Guadalajara.

No ar já circulam os nomes dos uruguaios Diego Alonso e Vicente Sánchez e do colombiano Juan Carlos Osorio como candidatos para assumir o comando do combalido Rebaño, que não ergue o troféu desde 2017.