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Feliz atinge 300 jogos na Liga 2 e quer manter-se “competitivo” no Felgueiras

Feliz com o prémio de homem do jogo
Feliz com o prémio de homem do jogoLiga Portugal

O extremo Feliz Vaz promete manter-se “competitivo e sério” no que resta da carreira, após realizar o seu 300.º jogo na Liga 2 no último sábado, ao serviço do Felgueiras.

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Face à derrota por 2-0 no reduto do Penafiel, em desafio da sétima jornada, no qual jogou a partir dos 62 minutos, o atacante de 36 anos assumiu que preferia “ter ganhado e não ter entrado”, alcançando mais tarde o número redondo, mas reconheceu que a “marca pessoal” premeia o seu comportamento em mais de década e meia de trajeto sénior.

“Sou muito competitivo e sério. Não sou aquele jogador que gosta de ir para o treino brincar. Tento dar sempre o meu máximo. Se calhar, sou demais, mas é aquilo que me caracteriza”, realçou, em declarações à Lusa.

Terceiro jogador no ativo com mais encontros na Liga 2, atrás de Luís Silva, médio do Académico de Viseu, com 323, e de Bura, defesa da Oliveirense, com 317, Feliz Vaz começou esse percurso na época 2011/12, no Trofense, por empréstimo do Rio Ave.

Após cumprir a formação no FC Porto e no Vitória SC e passar pelo Serzedelo e pelo Ribeirão, equipas de campeonatos não profissionais, o jogador natural de Vizela viu a estreia no escalão secundário como “uma boa oportunidade” para se mostrar, tendo participado em 27 jogos pelo conjunto da Trofa.

Utilizado apenas duas vezes no Rio Ave até ao final da época 2013/14, Feliz Vaz rumou ao Famalicão para ajudar a equipa minhota a alcançar duas subidas, do Campeonato de Portugal à Liga 2, logo em 2014/15, e da Liga 2 à Liga em 2018/19, a encerrar um percurso com 31 golos em 184 desafios oficiais, 137 dos quais para o segundo escalão.

“Foi o clube em que estive mais tempo. Tenho muito orgulho de ter jogado lá e contribuído para a sua história”, assumiu, sem qualquer surpresa pela consolidação dos famalicenses na elite do futebol luso, assente num “projeto que quer ter sucesso”.

A celebração da subida do Famalicão na época 2018/19 deu lugar à frustração de ver o campeonato suspenso em 2019/20, por causa da pandemia de covid-19, quando o Feirense, o clube que representou entre 2019 e 2021, era terceiro classificado à 24.ª jornada, após seis vitórias consecutivas, e perseguia os promovidos Nacional e Farense.

“Foi muito injusto para nós, até porque a Liga voltou a ser jogada e a Liga 2, não. Estando as duas sob a mesma entidade (Liga Portuguesa de Futebol Profissional), ter comportamentos diferentes não foi justo”, considerou.

O ala esteve ainda no Penafiel entre 2021 e 2023, antes de aceitar descer à Liga 3, o terceiro escalão, para representar o Felgueiras, clube que lhe permitia continuar “perto de casa”, com “um bom projeto”, que ascendeu à Liga 2 no final de 2023/24, sob o comando do atual treinador, Agostinho Bento.

Feliz Vaz adaptou o seu estilo de jogo com o passar dos anos, compensando a perda de rapidez e de capacidade no “um para um” com a experiência dentro e fora de campo, num plantel em que é um dos capitães e procura ser “um bom colega”, transmitindo o seu conhecimento.

Depois de contribuir para o campeonato tranquilo do Felgueiras na época passada, traduzido no nono lugar, o extremo quer estar de novo à altura dos objetivos dos azuis-grená e promete continuar a jogar enquanto se sentir bem consigo próprio.

“Se sentir que chego ao fim da época e tenho a mesma paixão que tenho agora e me sinto feliz como agora, vou continuar. Se a época me correr muito mal a nível pessoal ou coletivo, provavelmente irei terminar. Não vou continuar só para dizer que jogo futebol”, perspetivou.