Recorde as incidências da partida
Foi há quatro anos, precisamente numa Luz a rebentar pelas costuras, diante do Santa Clara, que o Benfica celebrou a conquista do 37.º título de campeão nacional. Desde então perdeu dois campeonatos para o FC Porto e um para o Sporting, terminando duas vezes atrás dos rivais. Desde agosto de 2019 (Supertaça) que as águias não erguiam um troféu.
Dia 27 de maio de 2023, novamente o Santa Clara, novamente uma Luz a rebentar pelas costuras, pronta para festejar o 38.º campeonato nacional.
Em relação ao dérbi com o Sporting, Roger Schmidt mudou três unidades. Morato substituiu o castigado António Silva, com Bah a regressar à ala direita, com Chiquinho a sair do onze, bem como David Neres, entrando Florentino.
O Benfica entrou a todo o gás, embalado pelos pedidos de 38 dos adeptos. Logo aos quatro minutos João Mário serviu Aursnes, que foi desarmado quando se preparava para visar a baliza açoriana.
Primeira explosão aos 7'
Aos sete minutos, porém, chegava mesmo a primeira grande explosão de alegria na Luz: passe de Rafa para Bah e o cruzamento perfeito do lateral-direito para Gonçalo Ramos, na pequena área, cabecear para o 1-0.
Ainda antes do quarto de hora Gonçalo Ramos tentou a sorte, procurando o bis, com um remate de fora da área, muito por cima.
O Benfica dominava o jogo como queria, João Mário aos 15' rematava à figura do guarda-redes do Santa Clara, e o ritmo ainda diminuindo à medida que aquele nervoso miudinho acalmava.
Aos 25 minutos, depois de Bah ter cedido canto, o Santa Clara chegou pela primeira vez à baliza de Vlachodimos, com Ítalo a cabecear ao lado.
Segunda explosão aos 28'
O Santa Clara subia, beneficiaria de um livre aos 28 minutos que resultou.... no 2-0 do Benfica: Grimaldo recuperou a bola, lançou Rafa, o avançado combinou com João Mário e, já dentro da área, rematou de trivela, com a bola a ainda desviar em Ítalo. 2-0 na Luz, nova explosão de alegria dos cerca de 60 mil adeptos encarnados.
Aos 41 minutos, primeiro remate do Santa Clara à baliza, com um tiro de MT, fora da área, e Vlachodimos a voar para sacudir o perigo.
Para a segunda parte Accioly lançou Misao, tirou Bruno Almeida, arrumou-se num 4x3x3 e conseguiu ter mais bola, apesar de nem por isso maior assédio à baliza de Vlachodimos.
Aos 55 minutos o Benfica voltou a criar perigo, através da velocidade de Rafa, mas o remate do avançado foi cortado pelo corpo de Ygor Nogueira.
As lágrimas de Grimaldo
Aos 57 minutos, num cruzamento de João Neves da direita, Adriano cortou a bola com a mão, dentro da área. O árbitro Rui Costa não assinalou, foi chamado pelo VAR e aos 59 minutos assinalou mesmo grande penalidade. Aplausos na Luz, antes dos assobios quando... Grimaldo se encaminhou para a marca dos 11 metros. Foi mesmo o lateral-esquerdo espanhol, no último jogo pelo Benfica, a fazer o 3-0 aos 60 minutos, com Gabriel Batista a ainda adivinhar o lado mas sem conseguir evitar o golo. Grimaldo correu para as bancadas, tirou a camisola, beijou o símbolo, mostrou o nome nas costas e não evitou as lágrimas.
Aos 68 minutos Otamendi causou calafrios, com um corte que Vlachodimos, no caminho da bola, impediu que se transformasse em auto-golo, antes de Ricardinho antecipar-se a Bah e cabecear ao lado da baliza do Benfica.
Altura para as primeiras substituições, com Gonçalo Ramos e Rafa a saírem, entrando Musa e David Neres para os seus lugares.
Aos 70 minutos, novamente Vlachodimos em evidência. Ricardinho rematou, o guarda-redes defendeu e, na recarga, teve reflexos suficientes para evitar o golo a Andrezinho. Respondeu Accioly, tirando Ricardinho e Sagna por Alano e Diogo Calila, já depois de terem entrado Gilberto e Chiquinho no Benfica, por Bah e Florentino.
Aos 84 minutos o Santa Clara voltou ainda a estar perto do golo de honra, com Ricardinho, de calcanhar, a ver Vlachodimos, uma vez mais, brilhar. Logo depois saíram Ítalo e Bruno Jordão, entrando Paulo Henrique e Rildo.
A quarta explosão para... Samuel Soares
A última grande onda de aplausos pertenceu a Samuel Soares, jovem guarda-redes que, aos 88 minutos, estreou-se pela equipa principal do Benfica, sagrando-se também campeão nacional.
Porque de futebol, na verdade, já pouco se tratava, perante a festa das bancadas e com o Benfica a gerir o ritmo, sem forçar, e o Santa Clara apenas à espera que o relógio avançasse para se despedir de uma temporada a todos os níveis dececionante para os açorianos.
Homem do jogo Flashscore: Rafa Silva (Benfica)