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Artur Jorge insatisfeito com momento na Liga, mas quer "alguma serenidade"

Para Artur Jorge, os bracarenses têm que ser não só “mais consistentes nas exibições, mas em tudo”
Para Artur Jorge, os bracarenses têm que ser não só “mais consistentes nas exibições, mas em tudo”LUSA
O treinador do SC Braga, Artur Jorge, disse este sábado não estar satisfeito com o momento da equipa na Liga de futebol, na qual já soma duas derrotas em cinco jogos, mas apelou a “alguma serenidade”.

Ganhar com uma “exibição condizente com a qualidade” da equipa era a ambição de Artur Jorge para o jogo com o Farense, da última jornada, mas o SC Braga perdeu por 3-1 e realizou uma das piores exibições da era Artur Jorge.

Questionado sobre se a luta dada ao campeão italiano Nápoles, na quarta-feira, na Liga dos Campeões, apesar da derrota por 2-1, lhe dá esperança de que a equipa vai dar uma resposta diante do Boavista, o técnico, que falava na conferência de imprensa de antevisão à receção aos ‘axadrezados’, no domingo, da sexta jornada, disse acreditar mais no “equilíbrio, coerência e consistência das exibições”.

“Sou o primeiro a não estar satisfeito com termos perdido já dois jogos (no campeonato), mas isso não me cria desânimo em relação ao que a equipa pode fazer e poder dar”, notando que “o jogo com o Nápoles foi apenas um exemplo” disso.

Para Artur Jorge, os bracarenses têm que ser não só “mais consistentes nas exibições, mas em tudo”.

“No suporte à equipa, no apoio que temos que ter, no acreditar no processo e no projeto e não reduzir tudo ao desempenho da equipa. Temos jogado de três em três dias, temos que ter alguma serenidade e paciência no que estamos a fazer e saber o que estamos a fazer”, disse.

Artur Jorge lembrou o trajeto que tem como treinador principal do SC Braga para falar na “consistência do projeto”. “Falo em dois terceiros lugares, uma final da Taça de Portugal, um ‘play-off’ da Liga dos Campeões 100% vencedor, um apuramento para a fase de grupos da ‘Champions’. São cerca de 70 jogos”, enumerou.

“Estamos satisfeitos com o momento? Não estamos, mas temos margem de crescimento para fazer muito melhor, temos que ter consistência em tudo e não só nas exibições para podermos ter uma época de sucesso”, sentenciou.

Artur Jorge reforçou a ideia de que continua a acreditar que “um dia o Braga será campeão”. 

“Mas temos que gerir bem as expectativas. Basta ver que na primeira vez que estivemos na fase de grupos da Liga dos Campeões, com o míster Domingos (Paciência), tínhamos oito pontos à quinta jornada, mais um do que tínhamos hoje”, disse.

O Boavista tem o melhor ataque da prova e lidera o campeonato, com os mesmos pontos que FC Porto e Sporting, e Artur Jorge elogiou o percurso da equipa de Petit, considerando-a “extremamente perigosa”.

“Vamos defrontar uma boa equipa, que está a fazer um arranque muito bom, tenho gostado de ver e seguramente será um desafio grande e importante. Acredito que o resultado do primeiro jogo (vitória por 3-2 contra o Benfica) deu um ânimo ao Boavista e permitiu andar em primeiro lugar, com confiança, com motivação em alta. Será um jogo bastante difícil para nós”, disse.

Questionado sobre alguns jogadores em particular, como Zalazar e Rony Lopes, que têm tido poucas oportunidades, Artur Jorge defendeu que “esta equipa teve sempre um rendimento muito alto” e que é sempre necessário "um período de adaptação às ideias da equipa”.

"De forma gradual, têm dado o seu contributo. Temos que ter algum equilíbrio na utilização de jogadores para ter um maior rendimento”, sustentou.

Sobre André Horta, que também tem jogado pouco nas últimas partidas, o técnico notou que a qualidade da equipa aumentou com os reforços contratados.

“Aumentámos a qualidade e a equipa fica mais competitiva, mas isso não retira valor a quem não joga. Temos uma equipa com um grupo de grande qualidade e, como qualquer treinador, não consigo pôr mais do que 11 a jogar regularmente”, afirmou.

Já José Fonte foi alvo de críticas pelo jogo com o Nápoles, mas Artur Jorge defendeu o experiente defesa central.

“Contribuiu para uma excelente exibição no último jogo, mas temos a tendência de reduzirmos ao negativo. Se pode fazer melhor? Seguramente e já o mostrou com o Sporting e o Panathinaikos. A questão da idade (39 anos)? Ele cuida-se muito bem, como o Paulo (Oliveira), o Castro, o Pizzi ou Moutinho. Têm uma idade superior, mas trabalham lindamente e cuidam-se da melhor forma”, frisou.