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"Os ataques ganham jogos, as defesas ganham campeonatos". Este ditado antigo é muitas vezes verdadeiro, embora a ambição do Famalicão não passe, naturalmente, por sagrar-se campeão da Liga Portugal 2025/26.
No entanto, a boa campanha da equipa de Hugo Oliveira no campeonato explica-se em grande parte pelos seus êxitos defensivos. Ao fim de quatro jornadas, há ainda quatro equipas sem derrotas, mas só uma ainda não sofreu golos.
Fortaleza impenetrável começa em Carevic
O Famalicão junta-se a FC Porto, Benfica e SC Braga entre as equipas imbatíveis na Liga Portugal, mas Carevic é o único guarda-redes titular que ainda não sabe o que é sofrer golos em 2025/26.
As boas exibições do internacional georgiano já lhe valeram a distinção de melhor guarda-redes do campeonato no mês de agosto, pois o nulo no que toca a golos sofridos não é fruto do acaso.
Carevic é, ao fim de quatro rondas, o guarda-redes com mais defesas efetuadas na Liga, com 17, sendo que 10 delas foram feitas a remates no interior da grande área.

Contratado ao Vojvodina na época passada, devido à lesão de Zlobin, que estava a fazer um grande arranque de temporada, Carevic tem provado em Portugal o estatuto que o currículo lhe confere. Internacional pela Geórgia, que tem em Mamardashvili o titular indiscutível, este guarda-redes de 26 anos passou pela formação do Barcelona, onde venceu a Youth League, antes de ingressar no futebol sérvio.
Como um dos bons guarda-redes do futebol português, tem sido fundamental para que o estatuto de melhor defesa do campeonato more em Vila Nova, mas não é a única peça neste esquema bem montado por Hugo Oliveira.
A melhor defesa também ataca
Apesar do estatuto de melhor defesa da Liga, o Famalicão não é o protótipo de uma equipa defensiva. É, isso sim, um conjunto organizado e equilibrado, com armas no ataque para criar perigo, embora ainda procure a melhor fórmula para ultrapassar a ausência de peso do lesionado Óscar Aranda.
A equipa de Hugo Oliveira tem apenas cinco golos marcados, é um facto, mas o modelo passa por uma linha defensiva subida, como é possível perceber no posicionamento médio da partida com o Santa Clara, em que o Famalicão venceu por 3-0 - não é diferente do posicionamento no nulo com o Gil Vicente, por exemplo.

Embora não seja a equipa com mais remates da Liga (10.ª), marcou a grande parte dos seus golos em jogada corrida e tem apenas um de bola parada, o que demonstra qualidade na construção de jogadas ofensivas, algo comprovado pelos 99 toques na área do adversário - 4.º melhor registo da Liga Portugal -, mesmo sem ter a maior percentagem de posse de bola do campeonato (49,4%).
A arte de defender
Defensivamente, o Famalicão é uma equipa que, como já se percebeu, conta com um grande guarda-redes, mas também tem bons valores logo à frente de Carevic. Coletivamente, a formação de Hugo Oliveira é a 2.ª com mais desarmes (68) e apenas a 13.ª a cometer erros que permitam situação de remate ao adversário (2).
A nível individual, o lateral Rodrigo Pinheiro tem vindo a evoluir e é quase o rosto desta forma de jogar, um jogador equilibrado entre a defesa (37 duelos) e o ataque (seis ocasiões flagrantes criadas). Nota ainda para a importância do médio Mathias de Amorim, o 2.º jogador com mais desarmes (14) na Liga Portugal e o líder nos duelos (70).

Leão com missão de fogo
Depois da derrota no Clássico, o Sporting está proibido de perder pontos, mas enfrenta uma espécie de antítese estatística que promete voltar a dificultar a vida aos leões, que já passaram por tempos complicados em Famalicão.
O melhor ataque (13 golos marcados) contra a melhor defesa (cinco sofridos). Um duelo entre o guarda-redes com mais intervenções na Liga Portugal e a equipa que mais remata no campeonato (93 tentativas). Não há dúvidas, é mesmo o jogo da jornada!
