“Não é propriamente a figura de taberneiro, mas é uma pessoa que não tem nível intelectual para ser treinador de um grande clube. A frase, proclamada num programa de crítica especializada em futebol, num canal nacional aberto, vem na sequência de outras semelhantes, de autores diversos, e fez-se a propósito de um treinador campeão nacional, com praticamente dez anos de carreira, que atravessou e respeitou todos os níveis de formação específica exigidos para a prática da sua atividade", referiu a ANTF.
"Tal afirmação, consideramos, surgiu de forma absolutamente gratuita, curiosamente, numa semana em que o treinador acabaria elogiado pelo italiano Luciano Spalleti: “O treinador Rui Borges, apesar de jovem, é competente e sabe pôr a equipa a jogar muito bem”. O comentador em causa desconhece, porventura, que ser treinador de futebol implica trabalhar com pessoas, gerir emoções e tomar decisões… sob pressão, o que exige elevada capacidade intelectual e emocional", acrescentou o organismo.
"Reduzir o papel de um treinador à falta de “capacidade intelectual” é faltar ao respeito a toda uma classe profissional, cujo rigoroso processo formativo exige investimento pessoal, conhecimento, estudo permanente e aturada investigação. Os ‘Rui Borges’ do desporto nacional respondem onde realmente importa: no trabalho, na competência, na experiência, na exigência, na gestão do grupo e na mentalidade vencedora que os seus clubes exigem", refere a ANTF, antes de concluir:
"A ANTF reafirma o seu compromisso na defesa de todos os treinadores, promovendo a excelência técnica, o fair-play e o reconhecimento da função que desempenham. A profissão de treinador merece ser exercida em ambiente de respeito, ponderação e segurança. Seguimos focados no essencial, porque alguns preferem o ruído nós preferimos o futebol."
