Recorde aqui as incidências do encontro
Bruno Lage lançou Amar Dedic, Enzo Barrenechea e Richard Ríos como três reforços no onze inicial das águias e ainda apresentou uma surpresa com o jovem João Veloso a integrar o meio-campo. Florentino Luís foi baixa devido a uma mialgia, enquanto a possível chegada de João Félix à Luz ficou adiada.
Os encarnados tomaram controlo desde cedo, com Otamendi a ameaçar o primeiro num pontapé de canto, enquanto a turma de José Mourinho esteve perto do primeiro em contra-ataque, valeu Trubin a travar o golo de En-Nesyri. Foi preciso esperar 37 minutos para ver as redes a abanar, num grande passe de Pavlidis a isolar Akturkoglu que, com o número 7 nas costas, não perdooou perante Livakovic. Apesar de algumas dificuldades na finalização, o grego voltou a demonstrar uma excelente capacidade de ligação com os companheiros.
Pouco depois, o guardião croata negou a festa de Richard Ríos à queima-roupa, mas na insistência o cruzamento rasteiro de Amar Dedic encontrou uma floresta de pernas na pequena área e o segundo golo foi apontado a meias por Pavlidis e o defesa Archie Brown.
Parecia tudo bem encaminhado até que, em cima do descanso, uma má combinação entre Barrenechea e António Silva permitiu uma recuperação junto à área benfiquista, com Kahveci a disparar para o 2-1 ao descanso. Outro motivo de preocupação foi uma entrada fora de tempo de Amrabat sobre Ríos, que deixou o colombiano muito queixoso, embora tenha regressado para o segundo tempo.
Na segunda parte, as quatro alterações (entraram Samu Soares, Leandro Santos, Barreiro e Bruma) tiraram ritmo às águias, enquanto Mourinho acrescentou poder de fogo com a entrada do seu reforço mais sonante, Jhon Durán, que deixou logo um aviso claro com uma bomba ao poste. Pouco depois, En-Nesyri foi lançado em profundidade por Szymanski e, frente a Samuel Soares, restabeleceu o empate, furando o balão de confiança nas bancadas da Luz.
Veja aqui a numeração do plantel
Seguiram-se mais entradas com a estreia de Rafael Obrador - Prestianni, Schjelderup, Henrique Araújo e Diogo Prioste - até que, a 15 minutos do fim, Bruma lesionou-se sozinho (dificuldades musculares na perna esquerda) e foi rendido por Tiago Gouveia. O Benfica já tinha deixado bons indicadores nas bolas paradas ofensivas e capitalizou aos 81 minutos.
Schjelderup levantou um livre lateral para as costas da defesa, Otamendi saltou sozinho e cabeceou para a pequena área, onde o recém-entrado Henrique Araújo fugiu à defesa e desviou com a ponta dos dedos para fazer o 3-2 final.
Até ao apito final, ainda houve tempo para o avançado madeirense ver o bis anulado por fora de jogo, enquanto Bruno Lage lançou os restantes elementos no banco de suplentes: Joshua Wynder, João Rego, Rafael Luís, Diogo Prioste e Gonçalo Oliveira. Apenas Gonçalo Sobral não foi opção.
Um novo meio-campo
Bruno Lage apostou num 4-2-3-1 com um meio-campo totalmente remodelado com Barrenechea mais recuado e Aursnes como extremo direito que, sem bola, recuava para fechar o flanco junto a Dedic. Richard Ríos começou mais adiantado com João Veloso nas costas, que deixou muitos bons indicadores, principalmente no início do lance do segundo golo, com um belo passe para Pavlidis.
Por outro lado, o argentino mostrou-se algo nervoso e com falta de ritmo, falhando algumas ligações, inclusive no lance que acabou por dar origem ao golo de Kahveci. Algo que será melhorado com maior tempo de trabalho com os colegas, podendo-se salientar a qualidade de passe com os dois pés.
Transição defensiva e dificuldades na profundidade
A nível defensivo, a primeira parte não permitiu tirar grandes conclusões a nível defensivo, até porque os turcos não foram particularmente perigosos na metade ofensiva. Exceto no lance em que Trubin negou En-Nesyri e que surge de um alívio em que, nem Otamendi, nem António Silva, tiveram velocidade para chegar primeiro ao esférico. O marroquino teve todo o à-vontade para entrar na área e passar por Otamendi antes de rematar.
Se esse lance levantou um possível problema, o arranque da segunda parte confirmou-o. Com a defesa bem subida, uma bola em profundidade permitiu ao Fenerbahçe atacar em superioridade numérica com Durán a disparar do meio da rua ao poste. Pouco depois, a receita foi a mesma, mas do outro lado: Szymanski fez um passe em profundidade, En-Nesyri desmarcou-se entre os centrais e isolou-se desde a linha do meio-campo, batendo Samuel Soares.
Como Otamendi e António Silva não são propriamente reconhecidos pela sua velocidade, talvez seja uma boa opção não jogar constantemente com os dois centrais em cima da linha do meio-campo.
Os reforços
Apesar de só ter jogado 45 minutos, Amar Dedic foi o que melhores indicações deu, ficando a ressalva de que a nível defensivo não mostrou muito porque o jogo não o pediu e também porque foi ajudado por Aursnes quando a equipa recuava. A nível ofensivo, demonstrou muita disponibilidade e capacidade para ganhar metros não só em corrida, como também em combinação com os companheiros.
Richard Ríos também deixou água na boca dos adeptos. Não sendo espetacular com bola, foi muito agressivo sem ela e somou algumas recuperações quando colocava pressão sobre os médios do Fene. Já Barrenechea deixou a desejar, algo que é justificado por não ser um jogador com as mesmas características de Florentino Luís e também pela falta de ritmo.
Já Rafael Obrador, apesar de ter entrado ainda com 25 minutos por disputar, não teve grande tempo para mostrar as suas qualidades, até porque o ritmo do jogo caiu e as paragens foram muitas.
