Recorde aqui as incidências do encontro
Obrigado a vencer para ainda sonhar com uma candidatura tardia ao título, Anselmi não fez qualquer alteração no onze depois da vitória por 1-2 no Estoril. Por outro lado, Bruno Lage, que celebrou o 200.º como treinador principal, promoveu os regressos de Tomás Araújo e Florentino Luís, em detrimento de Dahl e do lesionado Renato Sanches, após a vitória por 3-2 sobre o Farense, que valeu a liderança partilhada com o Sporting.

Estratégia ruiu aos 39 segundos
O ambiente espetacular num Dragão a fervilhar rapidamente levou um banho de água gelado quando, numa jogada de insistência, Akturkoglu tirou a varinha de mágico do bolso para fazer um excelente cruzamento que encontrou Pavlidis e o grego, completamente sozinho na área, desviou de primeira perante um Diogo Costa sem reação para evitar o golo inaugural, logo ao primeiro minuto! Inicialmente anulado por fora de jogo, o lance acabou validado pelo VAR, com Nehuén Pérez a colocar o avançado em jogo.
Os dragões podiam ter respondido de imediato numa recuperação alta, mas as más receções de Rodrigo Mora e Fábio Vieira permitiram a recuperação rápida dos defesas. A equipa subiu de rendimento para tentar responder ao golpe madrugador, até que aos 17 minutos, Pérez viu um amarelo que o retira do próximo jogo e, no livre lateral, Florentino apareceu sozinho para cabecear para uma grande defesa de Diogo Costa, que precisou de intervenção médica.
Muitos ameaçaram, mas só Pavlidis concretizou
Após a retoma, Fábio Vieira roubou a bola a Florentino e arrancou para um contra-ataque fulminante, estendeu a passadeira a Pepê, que tentou servir Samu de primeira na área, mas o passe saiu forte e o avançado não conseguiu chegar. Pouco depois, Mora abriu o livro ao lançar Francisco Moura, de calcanhar, cujo cruzamento na linha de fundo foi travado por Trubin.
Na transição, Akturkoglu levou tudo à frente sobre o flanco esquerdo, entrou na área e rematou em arco ao poste, com Pavlidis a pedir o esférico na pequena área! O Benfica manteve o pé no acelerador e, pouco depois, foi a vez do avançado grego, servido pelo turco, acerta no poste em novo ataque rápido e, logo a seguir, valeu o toque milimétrico de Diogo Costa a travar o cruzamento de Aursnes.
Na sequência desse canto, a bola sobrou para um remate de primeira e enrolado de Florentino Luís que, inadvertidamente, acabou por ser uma assistência perfeita para Pavlidis que, dominou, sentou Pérez e bateu Diogo Costa com um remate calmo para fazer o 0-2. E, novamente, mais um homem atrasado a colocar o ataque encarnado em jogo.
Há 50 anos que os benfiquistas não saiam a vencer por dois golos de diferença no reduto dos azuis e brancos e esse segundo tento exaltou os ânimos com cenas feias na bancada. Apesar da maior posse de bola da turma de Anselmi, o Benfica foi mais perigoso ao aproveidar as passadeiras estendidas do lado esquerdo do ataque, com oito remates em nove ataques e três bolas ao poste!

Objetivo: evitar a goleada
Num recomeço sem alterações, os encarnados aproveitaram a frustração e precipitação contrária para, agora sim, ir dominando a posse de bola sem se exporem demasiado. Di Maria tentou um canto olímpico para defesa atenta de Diogo Costa e, num bom desenho ofensivo, Carreras surgiu na linha de fundo, fez um cruzamento rasteiro atrasado, a bola atravessou toda a área e caiu nos pés do argentino, que acertou na malha lateral.
Não estava a fácil vida no reino do Dragão, com Samu em dificuldades físicas e uma verdadeira casa a arder na defesa pelo seu próprio sopro. Pérez evitou o remate de Aktorkuglu na pequena área e, logo a seguir, Diogo Costa brilhou com uma defesa incrível para impedir a lei do ex de Otamendi.

Objetivo falhado
O xadrez dos bancos veio com a entrada de Dahl por Tomás Araújo, com resposta de Anselmi que lançou Martim Fernandes e Gonçalo Borges por Eustáquio e Pepê. O que mudou? Martim criou a primeira oportunidade da segunda parte para os dragões, que Samu desperdiçou ao cabecear por cima. Na resposta, Di María fez magia descaído pela direita, arranjando espaço para armar um cruzamento teleguiado para a cabeça do inevitável Vangelis Pavlidis. O grego assinou um hat-trick com três lances em que apareceu completamente sozinho em zona de finalização e fez história.
Um pesadelo encarnado que ditou a saída de muitos adeptos das bancadas, que acabaram por não ver o melhor momento dos portistas no encontro, não sem antes Schjelderup ficar perto do escandaloso quarto golo. A 10 minutos do apito final, Samu ainda apontou o tento de honra ao aproveitar uma recarga a um primeiro remate de Fábio Vieira para bater Trubin e fazer o 1-3. Logo a seguir, Moura surgiu completamente sozinho no flanco esquerdo, mas tirou um cruzamento para ninguém.
Já no último lance da partida, um livre lateral levantado para a área por Kokçu encontrou a cabeça de Otamendi ao segundo poste e o capitão benfiquista acabou mesmo por aplicar a lei do ex contra o seu antigo clube.
Homem do jogo Flashscore: Vangelis Pavlidis (Benfica).
