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Ao fim de seis jornadas, pode parecer precoce demitir um treinador contratado no verão, mas no futebol português essa é uma teoria que não funciona na prática, como pode ser comprovado pelo número de técnicos já demitidos esta temporada - José Mota, José Faria e Bruno Lage.
O dérbi do Minho é, sem margem para dúvidas, o jogo grande da jornada, mas também é um teste à capacidade de Vitória SC e SC Braga, mas acima de tudo dos seus treinadores. Por questões distintas, Luís Pinto e Carlos Vicens são, a esta altura, dois homens pressionados pela já tradicional ditadura dos resultados.
Luís Pinto ganhou balão de oxigénio
A pressão sobre Luís Pinto chegou primeiro. O técnico, campeão da Liga 2 pelo Tondela, fez uma pré-época positiva, mas a perda de jogadores importantes ao longo do verão e um mau começo frente ao FC Porto colocou logo o técnico em xeque.
Apesar dessa pressão inicial, a verdade é que o Vitória SC chega ao dérbi do Minho a apenas um ponto do rival SC Braga, isto depois de uma jornada em que os Conquistadores somaram três pontos importantes na Reboleira. Se o resultado da última jornada foi a sentença final para José Faria, para Luís Pinto foi um balão de oxigénio que justificou as mudanças que o técnico tem vindo a operar nas últimas rondas.
Devido à debandada no meio-campo, que levou referências de longa data como Tiago Silva e Tomás Händel, o Vitória SC reeinventou-se e vai receber o SC Braga com a dupla de Nogueiras e Beni Mukendi no miolo, mas a principal novidade está na baliza.
Juan Castillo foi aposta frente ao Estrela da Amadora e o Vitória SC conseguiu o seu primeiro jogo sem sofrer, o que deverá significar que Charles, pelo menos para já, vai voltar ao papel que tem tido em Guimarães, o de segundo guarda-redes.
Com um saldo de cinco jogos, duas vitórias, um empate e duas derrotas, Luís Pinto ainda não afastou por completo a pressão que recebeu logo na reta inicial, mas o facto de ter perdido várias referências retirou o peso da responsabilidade deste jovem técnico a viver uma primeira experiência de fogo no D. Afonso Henriques.
Comparando com Vicens, o treinador de 36 anos parece agora mais confortável no cargo, mas o dérbi obriga a cautelas redobradas. Nas últimas quatro temporadas, o Vitória SC só perdeu uma vez no D. Afonso Henriques. Um desaire frente ao eterno rival, dependendo da forma como ele possa acontecer, tem potencial para ser fatal, mas Luís Pinto tem nas mãos a possibilidade de deixar o histórico do dérbi igualado, somando a 52.ª vitória do conjunto de Guimarães.
Das más exibições aos maus resultados
Ao contrário do que aconteceu com Luís Pinto, Carlos Vicens começou a sua passagem pela Pedreira de uma forma mais tranquila. Apesar das exibições não terem convencido na pré-época, o SC Braga cumpriu os seus objetivos para a fase inicial da temporada, chegando à fase de liga da Liga Europa, mas o nível da equipa demorou a subir.
As constantes hesitações táticas do técnico espanhol e a colocação de jogadores em posições pouco confortáveis - Dorgeles e Zalazar foram extremos - ajudavam a explicar a pouca qualidade do conjunto arsenalista, mas os resultados eram incontestáveis. No entanto, já não o são.
Nas últimas três jornadas, o SC Braga somou apenas dois pontos e praticamente hipotecou qualquer chance que teria de lutar pelo título, que seria o objetivo numa época de investimento recorde.
Por isso, Carlos Vicens chega a este dérbi ainda mais pressionado do que o seu par. Nova derrota para a Liga Portugal, e logo em casa do eterno rival, pode ser a sentença final para o antigo adjunto de Pep Guardiola, que pode, no entanto, tornar-se no primeiro treinador estrangeiro do SC Braga a vencer em Guimarães.
Caso o dérbi precisasse de mais motivos de interesse, aqui estão mais duas boas razões para seguir o duelo entre Vitória SC e SC Braga. Promete ser quentinho.
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