Tiago Margarido (treinador do Nacional):
"Perante aquilo que foram os 90 minutos, foi um resultado bastante castigador.
Entrámos no jogo com um erro e demos a vantagem ao adversário, sem eles terem feito nada por isso. Mas, a equipa continuou a trabalhar, foi atrás para dar a volta e penso que conseguimos, de forma justa, chegar ao intervalo com o empate. Depois, na segunda parte, só houve Nacional, até fazermos a remontada no jogo.
A equipa foi competente, quis mais, tivemos várias oportunidades de golo para ganhar e, portanto, penso que é um resultado bastante injusto, face aquilo que aconteceu, e que nos penaliza por sofrermos o golo do empate ao cair do pano.
(Momento do 2-2) Sofremos um golo numa zona da área que, na teoria, não deve acontecer. Também há mérito do adversário, porque tem uma elevação muito boa naquele espaço e a bola também é colocada com grande qualidade. Mas, é algo que merece reflexão, temos que ser mais competentes nesses momentos do jogo.
O Arvin Appiah tem trabalhado como defesa esquerdo. O meu trabalho é procurar soluções dentro do plantel e o Appiah é o jogador com o melhor perfil para desempenhar essa função".
Ian Cahtro (treinador do Estoril):
"Sei que o Nacional, a cada duas semanas, tem viagens e isso não é nada fácil. Ontem (sexta-feira), nós tivemos um dia mais difícil, estivemos oito horas e meia no aeroporto de Lisboa e pedimos ajuda ao Nacional, à Liga e à televisão para tentar colocar o jogo mais tarde para garantir mais descanso aos jogadores. Agradecemos muito a toda a gente envolvida neste processo pelo entendimento e pela ajuda.
Antes de falar do jogo, acho que é importante dizer, de uma forma séria, que houve um momento de racismo, na primeira parte, contra um dos nossos jogadores. Isso é algo, obviamente, que eu sinto responsabilidade de dizer, pois não podemos esconder estes momentos. Depois, obviamente, tem que haver algum processo ou algum protocolo porque nós todos temos uma responsabilidade para não ter atletas a viver assim o futebol e, obviamente, qualquer pessoa tem que viver com isso na sociedade. Acho que temos todos uma grande responsabilidade nesta parte, não podemos esconder, tem que ser dito e tem que haver algum protocolo ou algum processo para nós podermos ser melhores seres humanos em todos os momentos e todos os dias.
Acho que o jogo, geralmente, foi muito caótico, com pouca ordem. Ainda não vi os dados, mas tenho a sensação que houve muito pouco tempo útil de jogo, que foi muito parado. Isso complicou as coisas, porque nós queremos jogar e queremos um jogo com mais ordem. Com menos tempo útil, temos que jogar ainda melhor nos momentos em que a bola está a andar e é algo que nós temos de melhorar e aprender com isso.
Nos 12 jogos que faltam, temos de crescer e aprender a jogar melhor enquanto estamos a ganhar. Mas, gostei muito da equipa na parte final do jogo, pela capacidade de voltar a fazer o que é mais o nosso jogo, a nossa forma de jogar com bola e acho que conseguimos fazer isso na parte final".