Carlos Vicens (treinador do SC de Braga):
“A equipa entrou ambiciosa, esperávamos um Santa Clara bem organizado, que não nos ia dar espaço e ia ser difícil penetrar. Trabalhámos muito para ter mobilidade, controlo do jogo e ter situações na área contrária. Mostrámos personalidade e tranquilidade, a equipa não se precipitou, porque, se perdêssemos a calma e errássemos, podíamos conceder contra-ataques perigosos.
Chegou bem o prémio do golo e, na segunda parte, viu-se que este é o jogo 29 da época. Tivemos um grande esforço em Nice (na passada quinta-feira, para a Liga Europa), são muitos treinos, muito trabalho, um esforço tremendo dos jogadores e não posso estar mais orgulhoso.
Mais do que o quarto lugar, importa olhar para trás e ver como a equipa evoluiu desde que começámos em julho, isso é que pode dar confiança à equipa. Houve uma melhoria significativa, com altos e baixos, mas dando sempre a sensação de que a equipa está a crescer. Falta muito, nem à metade do campeonato chegámos, mas há motivos para estarmos confiantes de que estamos no bom caminho. Não nos podemos conformar com o que somos hoje, se o Braga quer cumprir os seus objetivos tem que melhorar a cada dia.
Não creio que estarmos onde estamos agora nos aumente a pressão. Há sempre pressão, somos o Braga e somos ambiciosos. Agora, vamos ao Estoril na sexta-feira e o jogo começa 0-0, o que não nos satisfaz. Temos que trabalhar muito. Se não tivermos na nossa melhor versão, inclusivamente melhor do que fizemos hoje, vai ser muito difícil ganhar".
Vasco Matos (treinador do Santa Clara):
“Claro que sim (acreditou que podia ter outro resultado), no cômputo geral fizemos um bom jogo dentro do que tem sido o nosso crescimento como equipa, estamos mais fortes.
Houve duas partes distintas. O Braga entrou forte na primeira parte, tem jogadores com muita capacidade de ter a bola e assertividade no passe, mas, em termos de ocasiões, não me lembro de nenhuma e a grande ocasião é nossa.
Sofremos o golo num momento em que tínhamos a bola. Foi mais demérito nosso do que mérito do Braga. A segunda parte foi diferente, tivemos mais bola, mas no último terço pecámos na decisão. É o nosso trabalho e caminho, saímos reforçados enquanto equipa e identidade. Mostrámos isso contra uma grande equipa e que podemos competir contra estas grandes equipas.
O que fizemos na segunda parte poucas equipas o fizeram aqui e isso deixa-nos orgulhosos, mas tristes com o resultado. Vínhamos com a cara suja (da goleada por 5-0 na Taça da Liga) e tínhamos que a limpar.
(Preocupa-o ter menos dois dias de descanso do que o Sporting?) Claro que sim, mas são decisões que me ultrapassam, estou solidário com a nossa administração que tomou uma posição forte, mas sentimo-nos bastante prejudicados e resta-me tentar minimizar essas decisões e fazer o nosso melhor (no jogo da Taça de Portugal, na quinta-feira). A nossa prioridade é o campeonato, mas queremos dar uma boa imagem da nossa equipa, da nossa região, da bravura do povo açoriano. As entidades deviam ter mais consideração e sensibilidade por aquilo que está a ser feito no Santa Clara em prol do futebol português”.