Siga o AFS - Benfica com o Flashscore
Apresentação: “Tenho tantas emoções, mas a experiência ajuda a controlar-nos. Quero agradecer a confiança, a honra que sinto neste momento. Obviamente que sendo português, não há um único que não conheça a história, cultura, a dimensão da nação benfiquista e deste clube, mas quero deixar uma coisa absolutamente clara: tenho de ser capaz debloquear todas estas emoções e olhar para o Benfica e este trabalho, a minha responsabilidade, de um modo muito simplista. Eu sou o treinador de um dos maiores clubes do mundo e quero-me fechar nesta missão, centrar, não diria na dificuldade, mas no prazer do ponto de vista do trabalho de um treinador, de me focar em algo apaixonante. São 25 anos, mas não venho para celebrar carreira. São 25 anos em que tive a oportunidade de trabalhar nos melhores clubes do mundo. Nenhum dos outros gigantes clubes que tive oportunidade de treinar me fez sentir mais honrado, responsabilizado do que ser treinador do Benfica. Palavras, o vento às vezes leva, as atitudes não. A promessa é clara: vou viver para o Benfica, para a minha missão. Saí de casa e disse ‘até domingo’. É uma honra tremenda, a minha experiência ajuda a treinar as emoções e agradecia que isto fosse curto porque temos jogo daqui a 48 horas e não há nada mais importante para a nação benfiquista”
Currículo vencedor: “Na cabeça de algumas pessoas tenho dois currículos: Um que durou um certo período tempo e outro que na cabeça de muita gente é uma fase menos feliz da minha carreira. A minha infelicidade é que nos últimos cinco anos joguei duas finais europeias. É a parte negativa da minha carreira… Eu não sou importante, venho para o Benfica numa fase da minha carreira em que sou mais altruísta, menos egocêntrico, penso menos em mim, eu não sou importante, o Benfica é importante, os adeptos são importantes. É o coração de qualquer clube e o Benfica de uma maneira ainda mais especial. Estou aqui para servir, o ADN do Benfica é ganhar, mas também penso que é perder nos limites e revejo-me muito na cultura, no perfil, no que é verdadeiramente o povo que ama o futebol. Querem ganhar, mas sentir parte do esforço, da mentalidade, do sacrifício. Nós que somos privilegiados, treinadores e jogadores, mas durante 90 minutos representamos toda aquela gente e é com esse sentimento que sempre entrei em campo. Tenho um respeito enorme pelos adeptos do meu clube e são aqueles que me fizeram sentir quase desconfortável e ontem e hoje, fui acompanhado por algumas motos, as pessoas percebiam onde eu estava, o Benfiquismo transbordava a estrada e isso arrepia. Queremos ganhar sempre, não vamos ganhar sempre. Não podemos perder como aconteceu há dois dias, não é Benfica. Benfica é quem jogou contra o Fenerbahçe, em Istambul, com um jogador a menos e conseguiu um resultado positivo. Esse é o que me revejo e o Benfica com o qual cresci. Vou encontrar uma equipa em que metade dos jogadores estão no segundo dia de recuperação, amanhã são 24 horas antes do jogo, tenho de meter o dedo muito ao de leve. Tem de ser com calma, não posso radicalizar e por onde se tem que começar é ao nível emocional, entrar em campo a saber que não somos só 11, somos muito milhões. Parte por aí, porque a nível tático vai ser muito controlado porque não quero desvirtuar uma essência e dizer com respeito pelo trabalho do meu antecessor que muita coisa foi bem feita”.
25 anos: “Eu tento bloquear. Como disse antes, são duas fases completamente diferentes, não só da minha carreira, mas da minha vida como homem. É o início e hoje estou num momento que diria de grande maturidade em que objetivamente digo: se alguém espera que acabe a carreira daqui a quatro ou cinco anos está muito engando. Vou ser eu que decido quando acabar e é quando não tiver a mesma paixão que tenho hoje. Eu queria ter vindo ontem à noite e só foi possível vir hoje. Eu só vou acabar quando sentir que alguma coisa mudou. O que mudou hoje é que eu tenho mais fome do que há 25 anos, numa fase completamente diferente do ponto de vista humano. Hoje não teriam sido como foram há 25 anos. Hoje penso muito mais nos outros, em quem ama o clube, nos jogadores, em que venho muito depois. Eu sou o último da fila. É um momento diferente até ao nível de maturidade. Sinto responsabilidade, mas sinto mais vivo do que nunca. É pena que o jogo seja já daqui a dois dias, não tenho tempo para trabalhar muito, mas é bom porque estou desejoso que isso aconteça. Tenho paixão por isto e quero muito. Seguramente têm alguma pergunta mais difícil, escondida, por exemplo, se eu sinto que todos os benfiquistas estão felizes. Acho que não. Quem é que tem esse poder de ter toda a gente do seu lado, a seu favor? Ninguém. De modo algum me sinto dessa maneira. Sinto com essa responsabilidade e motivação de fazer coisas boas. E sabemos o que é fazer coisas boas no Benfica, é ganhar títulos”.
Contrato: “É um contrato com uma grande ética. Só assinei, não fui eu que elaborei, foi pela Direção do Benfica e os meus representantes. Só assino com o qual concordo, mas tem um conceito ético tremendo. Tem um respeito enorme pelas eleições, pelos consócios que vão concorrer à presidência. É de louvar, sensibilizou-me. No dia seguinte às eleições serei o treinador do Benfica, mas a presença deste lado ético do contrato, que dá uma facilidade que em condições normais não existiria, que me deixa satisfeito. Quero trabalhar no Benfica, mas quero que as pessoas confiem em mim, é fundamental. O meu desejo é cumprir os dois anos de contrato, com êxito, que permita que o clube queira renovar comigo, que o meu objetivo é ser bem-sucedido e isso é ganhar competições”.
Motivação: “O que não mudou em absoluto é que estou doido para ganhar o próximo jogo. Há umas semanas estava doido para ganhar ao Benfica, hoje estou doido para ganhar ao AFS. Esse sou eu, essa é a minha essência. O que está diferente é que obviamente há muito mais maturidade, tudo no futebol passa a ser déjà vu. É muito difícil acontecer alguma coisa com a qual não me deparei. Venho para um clube com uma estrutura humana e profissional de altíssimo nível. Trago pessoas ótimas e são a minha gente no primeiro dia, no segundo dia são todos os outros”.
Sistema tático: "No anterior clube é muito fácil. Eu queria jogar a quatro, o clube contratou cinco jogadores depois de eu sair. Era impossível jogar a quatro quando existiam sete centrais e só um ala. Quando tenho a oportunidade de participar no mercado e os clubes têm estrutura profissionalizadas para o treinador se apoiar... Quando não é o caso, o treinador tem de se adaptar. Tentei jogar com as palavras, as emoções, tirar pressão e meter no Benfica? Sim. Mas não retiro nenhuma palavra. O Benfica fez um ótimo trabalho no mercado, dotou a equipa de potencial que não tinha na época passada e era uma equipa que gostei muito. Não sou um exemplo de fair-play, quando perco mordo os dedos. Não foi com facilidade que me saiu os parabéns ao Benfica e ao Bruno Lage, mas mereceu tudo isso. O Benfica tem bom plantel, bons jogadores e tinha um bom treinador. Mas a vida é assim. É um luto que precisamos de fazer, nós treinadores, quando o trabalho é interrompido e seguramente o Bruno sofre, como eu sofri há um mês, e desejo-lhe as maiores felicidades”.
Promessas: “O que prometi há 20 e tal anos… As promessas valem o que valem. Prometi e cumpri, podia não ter cumprido. Eu neste momento não prometo. Penso que o Benfica tem todas as condições para ganhar o campeonato. Tem dois pontos perdidos, seguramente iremos perder mais ao longo do campeonato, espero que não muitos, mas há potencial para ser campeão. Eu não me escondo, não prometo, mas tenho convicção de que podemos e devemos”.
Eleições: “O contexto ideal para mim é voltar a treinar um dos maiores clubes do mundo. A minha carreira foi rica até agora, treinei os maiores clubes do mundo em diferentes países. Tive uma opção errada, sem remorsos. Fiz mal em ir para o Fenerbahçe, não era o meu nível cultural, enquanto futebol. Dei tudo até ao último dia, tive de fazer o meu luto, mas regressar ao Benfica é regressar ao meu nível e o meu nível é treinar os melhores clubes do mundo”.
Ruído: “Sou muito forte em não sentir ruído mediático. Não sou maníaco do que dizem sobre mim, sobre a minha equipa. Tento passar ao lado, não desrespeitando o trabalho dos media, mas é uma proteção minha. O que me elogiar tremendamente não vai mudar a minha vida, tal como o que me criticar profundamente. Habituei-me a passar um bocadinho ao lado. Uma das coisas que pedi à nossa comunicação é só de saber os pontos-chave em dias-chave”.
Regresso ao Dragão: “Vai ser uma receção diferente. É normal a que tiveram para comigo, sou um treinador histórico no FC Porto, as pessoas reconhecem, há 20 anos que não ia lá. É normal. Obviamente que regressar como treinador do grande rival, sabendo eles que o meu objetivo é ganhar o jogo, a receção é diferente, mas o respeito que tenho para com eles e eles comigo não vai mudar”.
Estilo defensivo: “Com bola temos de atacar com 11 e ter alguns equilíbrios, sem bola temos de morder muito, porque o Benfica mordeu pouco”.
Ajuste de contas: “Penso na missão, na responsabilidade da missão. É servir e assim dás mais do que serves. Preocupas sempre em dar e não receber. Não tenho uma dívida com o Benfica por me ter dado uma oportunidade há 25 anos, porque podia ter pensado o oposto, que foi interrompido um trabalho. É fácil bloquear qualquer coisa que aconteceu há 25 anos. A minha preocupação é que preciso de ir treinar”.
___________________________
Patrocinado:
50% de desconto em Cartão Continente em bilhetes da Liga Portugal!
Nada supera apoiar a sua equipa no estádio! O Continente traz-lhe 50% de desconto em Cartão Continente nos bilhetes para a Liga Portugal. Viva a magia do futebol ao vivo e crie memórias inesquecíveis. Adquira já os seus bilhetes com desconto!
___________________________