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Na procura por um lugar, Rodrigo Mora regressa ao palco da consagração

Rodrigo Mora festeja em Moreira de Cónegos na época passada
Rodrigo Mora festeja em Moreira de Cónegos na época passadaMiguel Riopa/AFP

A última visita do FC Porto ao Moreirense, no campeonato, foi o primeiro com Rodrigo Mora a titular. Desde então, o médio transformou-se da peça-chave para um prodígio que é preciso encaixar numa ideia.

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21 de dezembro de 2024. Em terceiro lugar, o FC Porto regressava ao local onde tinha sofrido o primeiro grande golpe da temporada. Praticamente um mês antes, a equipa de Vítor Bruno tinha sido surpreendentemente eliminado pelo Moreirense, na quarta eliminatória da Taça de Portugal.

Numa época que muitos adeptos portistas quererão esquecer, este regresso a Moreira de Cónegos será, contudo, um dos pontos altos. Rodrigo Mora, um nome bem conhecido da formação portista, surgiu pela primeira vez no onze titular. Então com 17 anos, o criativo recompensou a confiança com uma assistência para Samu e o segundo golo dos azuis e brancos.

Parecia ser a afirmação daquele que muitos consideram como um dos maiores talentos a sair da formação do FC Porto no passado recente. Contudo, quase um ano volvido, e 35 jogos depois, o cenário parece ter dado uma volta de 180º.

A época do FC Porto foi atribulada. A mudança de Vítor Bruno por Martín Anselmi não funcionou. Terceiro lugar e um desastroso Mundial de Clubes, com a saída na fase de grupos ditaram a chegada de Francesco Farioli. Um técnico que veio revolucionar os dragões e com impacto em Rodrigo Mora.

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Os números

A queda de protagonismo do jovem tem sido um dos temas da época, com Farioli constantemente questionado sobre o papel do jogador. Um criativo, Rodrigo Mora não tem encaixe direto no sistema de Farioli, que gosta de utilizar extremos abertos e dois interiores no meio-campo.

Tem sido principalmente utilizado como alternativa a Gabri Veiga, no papel de interior esquerdo. De resto, nas três titularidades - Sporting, Nacional e Estrela Vermelha - que teve com Farioli foi sempre aí que foi utilizado.

Contudo, não deixa de ser verdade que Mora está entre os 10 jogadores com maior número de jogos (só falhou dois dos 12 já disputados), mas soma apenas 341 minutos. É o 16.º neste pecúlio.

Os terrenos que Rodrigo Mora pisou contra o Sporting
Os terrenos que Rodrigo Mora pisou contra o SportingOpta by Stats Perform

Diferenças

A qualidade de Rodrigo Mora é inegável, um jogador que tem todos o predicados para atingir um alto nível, no entanto na altura de encontrar a melhor solução para o onze, a opção de Farioli acaba por recair em Gabri Veiga.

A comparação entre os dois médios
A comparação entre os dois médiosOpta by Stats Perform

Os dois são similares em alguns aspetos – ambos têm quase 3 remates por jogo e sentem-se mais confortáveis a tocar a bola na área ofensiva, sentindo naturais dificuldades nos duelos aéreos.

E pese embora terem quase o mesmo número de toques na bola, Rodrigo Mora parece arrisca mais no drible (7,1 por jogo) do que Gabri Veiga (1,7). O espanhol ganha na criação de oportunidades (2,6 contra 1,4), mas aqui beneficia de ser um dos principais batedores de canto nos azuis e brancos.

Em termos defensivos, uma surpresa. Ao contrário do que tem sido veiculado, Rodrigo Mora apresenta melhores números que Gabri Veiga. Em média, tem mais ações defensivas (5,2 contra 4,1) e ganha mais vezes a posse (3,8 contra 3,6) que o espanhol.

Com apenas 38 minutos desde que foi titular contra o Estrela Vermelha, Rodrigo Mora regressa agora ao palco da afirmação apostado em acabar com as dúvidas e recuperar a importância da época passada.