O FC Porto venceu o Atlético Madrid por 1-0, na apresentação aos sócios. Último particular antes do arranque oficial, diante do Vitória SC, já deu para tirar algumas ilações mais aproximadas do que vai ser o novo Dragão desenhado por Francesco Farioli.
Reveja aqui as principais incidências da partida
O FC Porto encerrou a pré-temporada com um triunfo diante do Atlético Madrid. Numa apresentação aos sócios marcada pela surpresa Luuk de Jong, uma emotiva homenagem a Diogo Jota e André Silva, bem como o recordar de algumas lendas que vestiram as duas camisolas – desde Paulo Futre a Radamel Falcao – o resultado acabou por ser o que menos importa.
Victor Froholdt, numa bela combinação com Pêpê aos 45+1’, fez o único golo de uma partida em que os dragões aproveitaram o momento de preparação bem mais avançado em relação ao Atlético. Oblak ainda brilhou nos remates de Borja Sainz e Pêpê, Samu atirou ao lado num canto e Rodrigo Mora quase que brilhou numa bela jogada individual. No lado espanhol, foi Julián Álvarez que atirou à trave.
Feito este mini-filme, veja os pontos a retirar da partida.
Ensaio Geral
66 minutos, foi o que Francesco Farioli deu ao onze do FC Porto – com as exceções de Bednarek, recém-chegado, e Martim Fernandes, com queixas físicas – deixando antever que esta é claramente a equipa que o italiano tem preparada para a receção ao Vitória SC.
A única dúvida parece ser no parceiro de Nehuén Pérez. Bednarek deu boas indicações, Prpic também se mostrou seguro e um dos dois deverá ocupar uma das vagas no centro da defesa, com Zé Pedro a ser claramente o quarto central da hierarquia.
O lado esquerdo é uma dúvida inesperada (ler mais abaixo), Alberto Costa vai assegurando a direita, o trio do meio-campo está composto e no ataque Pepê parece estar a ganhar a confiança do treinador, Borja Sainz soma minutos na esquerda. Samu é, para já, a grande opção ofensiva, resta saber em que forma Luuk de Jong se vai apresentar e se pode ameaçar o lugar do espanhol.
O lado esquerdo
A lesão de Francisco Moura foi, certamente, um golpe duro para Farioli. No papel, o canhoto de 25 anos seria o dono do lado-esquerdo da defesa, mas a lesão na pré-época deixou a vaga em aberto.
Martim Fernandes foi o titular no jogo com o Atlético Madrid, cumpriu bem, mas saiu com queixas. Zaidu é a opção mais natural, mas apresenta dificuldades do ponto de vista técnico para cumprir o que Farioli pede em termos ofensivos e, verdade seja dita, também defensivamente. João Moreira, lateral da equipa B, foi apresentado, mas parece mais um recurso do que uma alternativa (veja aqui todos os jogadores apresentados).
Uma dor de cabeça de Farioli no arranque do campeonato.
O viking que encanta o Dragão
O jogo com o Twente deixou boas ideias, o duelo com o Atlético Madrid parece ter confirmado. Victor Froholdt é mesmo um caso sério e, ao melhor estilo das sagas nórdicas, este viking tem tudo para escrever uma bonita história no Dragão.
O bruaá que se ouve das bancadas cada vez que toca na bola já é audível e o médio de 19 anos é uma fonte de perigo do FC Porto. Interior pelo lado direito, pega na bola e arranca em condução, permitindo queimar linhas e aproximar os azuis e brancos da área. Um motor no coração da equipa.
Marcou um golo e saiu aos 68’ debaixo de uma ovação. É um nome a ter em conta e, para já, parece um reforço na mouche.
O puzzle Rodrigo Mora
No cinzento FC Porto de 2024/25, Rodrigo Mora foi a luz que manteve a esperança dos adeptos acesas. Ainda menor idade, o criativo português ganhou o estatuto de estrela e o presente, mais do que o futuro, parecia passar pelos seus habilidosos pés.
Contudo, a chegada de Francesco Farioli e a mudança para o 4x3x3 deixou o internacional jovem português sem um encaixe natural. Não é o extremo a quem o italiano pede largura constante, também não é rotativo o suficiente para funcionar como interior e isso coloca uma questão, mais do que um problema.
Rodrigo Mora é, indiscutivelmente, o jogador mais talentoso do plantel do FC Porto, mas tem 18 anos. Está a maturar como pessoa e jogador, irá encontrar o seu espaço – entrou para o lugar de Gabri Veiga nesta partida – somar minutos, e crescer num puzzle que Farioli terá de saber montar.
Diogo Costa
O FC Porto mudou metade dos centrais do plantel do ano passado. Nehuén Pérez e Zé Pedro resistiram, Bednarek e Dominik Prpic entraram, sendo que os reforços parecem ser utilizados no lado esquerdo da dupla.
Contudo, um problema parece persistir: Nenhum é propenso a construir jogo desde trás. Alan Varela recua e é muitas vezes utilizado como opção, mas o FC Porto goza de um recurso que poucas equipas em Portugal têm: Diogo Costa.
O capitão continua após mais um verão de rumores e é o melhor da Liga a jogar com os pés. Uma vantagem que o FC Porto não se coibiu de usar sempre que é pressionado, com a capacidade do guardião a ser essencial para encontrar solução e permitir contornar a equipa adversária.