Na reunião, o presidente da APAF começou por manifestar a apreensão dos árbitros com o ambiente vivido no futebol profissional, tendo o presidente da FPF demonstrado, também, a sua preocupação, deixando a garantia de que tudo irá fazer para, dentro das suas competências e das responsabilidades da Federação Portuguesa de Futebol, contribuir para um clima de tranquilidade, respeitando sempre o princípio de autorregulação prevista em matérias relativas às competições organizadas pela Liga Portugal.
Pedro Proença vincou ainda que essa tranquilidade no seio do futebol profissional e da Liga Portugal é absolutamente vital, numa altura em que se aproximam decisões urgentes quanto a temas verdadeiramente estruturantes para a indústria, como a Centralização dos Direitos Audiovisuais, a reformulação dos quadros competitivos ou a redução dos custos de contexto, temas que devem ser discutidos e decididos nas sedes previstas para o efeito, nomeadamente Cimeiras de Presidentes e Assembleias Gerais da Liga Portugal.
José Borges manifestou, durante a reunião, a intenção de apresentar um conjunto de medidas que os árbitros portugueses pretendem ver implementadas no Regulamento Disciplinar das competições profissionais, tendo recebido de Pedro Proença a garantia de que a Federação Portuguesa de Futebol está totalmente disponível, respeitando sempre a autorregulação legalmente prevista em matérias relacionadas com o futebol profissional, para propor a ratificação imediata de novos regulamentos em Assembleia Geral da FPF depois de os mesmos serem, conforme estatutariamente determinado, aprovados em sede própria, no caso em Assembleia Geral da Liga Portugal.
Esta reunião de emergência, recorde-se, foi soliticada depois de uma 10.ª jornada da Liga Portugal marcada pela denúncia do árbitro Fábio Veríssimo, da AF Leiria, de uma tentativa de pressão por parte do FC Porto no jogo com o SC Braga (2-1), com comunicados de Sporting, SC Braga e Benfica, à qual os dragões responderam numa longa nota oficial, denunciando "graves problemas na arbitragem em Portugal".
No final da reunião, Pedro Proença falou ao Canal 11.
Objetivo da reunião: “Cumprimos uma solicitação da Associação Portuguesa de Árbitros de Futebol (APAF) e a FPF reuniu com a APAF. Os temas colocados pela APAF têm a ver com a preocupação de algum estímulo comunicacional que está a acontecer no Futebol Profissional. Da parte da FPF existe total disponibilidade para, dentro do seu campo de ação, e mesmo sabendo que não cabe à FPF a responsabilidade da gestão do Futebol Profissional, tudo fazer para que possamos dar tranquilidade às competições profissionais."
Apelo à tranquilidade: “Recebemos ontem essa missiva por parte da APAF e, hoje às 9 horas, a delegação da APAF foi recebida na Cidade do Futebol. Em relação ao primeiro ponto, total alinhamento naquilo que é o apelo a esta tranquilidade, percebendo que o fórum de discussão é o futebol profissional, é na Liga Portugal que essa discussão deve ser feita."
Eventuais alterações regulamentares: “Obviamente que os clubes do futebol profissional devem encontrar, neste princípio de autorregulação, as melhores soluções para dar resposta àquilo que é a discussão pública que existe neste momento, mas também registamos o apelo que a APAF nos veio trazer nestas alterações aos regulamentos disciplinares. Estas são feitas pela Liga e pelos clubes, mas que terá na FPF total abertura, depois de recebido esse documento final, para que procedamos, na Assembleia Geral da FPF, de forma automática, à ratificação, para que possamos ultrapassar rapidamente estas dificuldades."
Reformulação dos quadros competitivos: “Estamos, neste momento, na antecâmara da Centralização dos Direitos Audiovisuais. Há uma necessidade de compatibilidade dos calendários nacionais com os internacionais. Há uma discussão que tem de acontecer com decisões imediatas em relação aos quadros competitivos. Há uma discussão que tem de ser iniciada em relação aos custos de contexto. Há um conjunto de desafios que confluem para o ranking da UEFA. O futebol português necessita que exista essa reflexão ponderada no Futebol Profissional, com tranquilidade. São estes os assuntos estruturantes do futebol português. A FPF disse à APAF que está completamente disponível, dentro das suas competências e responsabilidades e respeitando a autorregulação."
