Recorde as incidências da partida
Há jogos monótonos, jogos de loucos e depois há jogos como este, em que tudo acontece num piscar de olhos. A Choupana não teve nevoeiro em pleno mês de agosto, mas foi palco de mais uma série de fenómenos estranhos nesta visita do campeão nacional à Madeira.
Madness in Madeira
O relato cronológico começa com os protestos de Luis Suárez logo aos 13 segundos de jogo, com o árbitro a mandar jogar e a bola a chegar rapidamente à área contrária. Ainda os adeptos estavam à procura dos seus lugares quando o Nacional festejava o primeiro da partida. Liziero cobrou o pontapé de canto na perfeição e Leo Santos saltou com tudo para fazer o 1-0 e deixar o Sporting, que até então ainda não tinha sofrido na Liga, a correr atrás do prejuízo.
Era apenas o prelúdio de um filme de ação em solo madeirense. Luis Suárez quase respondeu de imediato com um remate que saiu ao lado da baliza de Lucas França, que abanou aos 10', num remate à Pedro Gonçalves que bateu em cheio na trave. O internacional português começava a ser protagonista de uma primeira parte de curvas e contracurvas, com o próprio quase a desistir do circuito por lesão, numa entorse que pareceu feia, mas da qual conseguiu recuperar.
Com a vantagem no marcador, o Nacional baixou as linhas e convidou o Sporting a assumir o risco total, abrindo espaço para potenciais contra-ataques insulares. A equipa de Tiago Margarido tinha tido um arranque em falso na Choupana (0-3 com o Gil Vicente), mas mostrou o porquê de ter vindo de uma boa época ao apresentar-se a bom nível com bola em vários momentos.
Ainda assim, a desvantagem leonina, que durou toda a primeira parte, foi injusta para a quantidade de ocasiões desperdiçadas pelo Sporting, que perdeu Morita por lesão a uma semana do Clássico contra o FC Porto. Trincão vacilou a passe de Ricardo Mangas para a pequena área, Pedro Gonçalves continuava desinpirado na finalização e Hjulmand também não conseguiu finalizar junto ao guarda-redes madeirense.
Numa primeira parte recheada de acontecimentos, ainda havia mais histórias para contar nos derradeiros minutos. Pablo Ruan foi expulso (37') por entrada dura sobre Kochorashvili, Matheus Dias ficou a centímetros do 2-0 e, logo a seguir, evitou o 1-1 ao travar um remate de Pedro Gonçalves em cima da linha de golo. Tudo isto em pouco mais de 45 minutos. Nada mau para uma tarde de agosto.
A polémica e o show de Pote
A primeira parte tinha sido emocionante, mas faltava um dos dramas mais clássicos dos filmes da Liga Portugal, as polémicas de arbitragem. Depois da pausa para comprar mais pipocas, o árbitro Bruno José Costa e a sua equipa começaram a surgir cada vez com mais frequência na tela da Choupana.
O Sporting não tinha entrado particularmente bem, mas chegou ao 1-1 por Pedro Gonçalves (52'), assistido por Luis Suárez num lance que motivou protestos dos jogadores madeirenses por falta de Trincão no início do lance.
O VAR também teve protagonismo ao anular um golo a Luis Suárez (65') por fora de jogo de Vagiannidis, que faz a assistência, num lance em que não foram mostradas linhas que comprovassem a posição irregular do grego.
No entanto, a superioridade numérica e o domínio do Sporting acabou por prevalecer porque o pé direito de Pote estava finalmente calibrado. Num remate colocado, o internacional português fez o 1-2 aos 76 minutos, assistiu Harder (83'), que bateu no peito em reação aos rumores de saída, e ainda completou o hat-trick com um golaço (90+3') que confirmou o pleno leonino antes do Clássico da próxima jornada.
Um leão abananado que saiu bem vivo da Madeira.
Homem do jogo Flashscore: Pedro Gonçalves (Sporting)
