António Miguel Cardoso recordou que o processo foi uma decisão totalmente tomada pelo treinador, logo após a primeira jornada da Liga Portugal, e na sequência da eliminação do clube da Liga Conferência Europa, e que o dirigente apenas teve de aceitar.
“Temos de estar preparados para tudo o que possa acontecer. Quando entro no Vitória, de repente, temos uma responsabilidade muito grande. Temos um passivo de 50 milhões de euros, temos uma mensalidade à volta dos dois milhões e não temos dinheiro na conta. O que eu queria fazer era afastar os jogadores mais velhos e mais caros. O projeto era apostar na formação. E quando tenho treinadores que querem jogadores maturados, mais velhos...”, começou por explicar, aludindo ao período em que Pepa comandou os vimaranenses.
O presidente do clube recuperou o processo de saída de Pepa, para a comparar com decisão de Moreno.
“Os caminhos não eram convergentes e, na altura, o Pepa saiu. O caso do Moreno foi diferente. É alguém que é um grande vitoriano, de quem gosto muito, fez um grande trabalho. Sendo de Guimarães, a pressão é muito maior. Valorizou muitos jogadores mas as competições europeias não correram bem. Foi um grande murro no estômago. O Moreno sentiu que tinha de sair, foi uma decisão dele. Entristeceu-me, mas tenho a certeza que vai fazer uma grande carreira", concluiu.
António Miguel Cardoso explicou ainda o que levou à escolha de Paulo Turra para substituir Moreno.
“O Paulo Turra é alguém que tem uma grande capacidade de liderança e é imune à pressão. Tem um currículo muito forte. Sendo alguém que há 20 anos foi responsável pela contratação dele como jogador, percebi que, obviamente, sendo uma decisão arriscada, fazia sentido", esclareceu ainda o dirigente.
Após quatro jornadas, o Vitória de Guimarães, que perdeu pela primeira vez na última ronda frente ao campeão Benfica (4-0), ocupa o quinto lugar da I Liga, com os mesmos nove pontos dos ‘encarnados’, a um dos líderes Boavista, FC Porto e Sporting.