Recorde as principais incidências
No futebol, todos gostam do sabor das vitórias, mas todos sabem que ao fim de uma partida só pode mesmo haver um vencedor.
Depois de seis jornadas sem sentir esse sabor, o Famalicão recordou essa sensação numa tarde em Rio Maior, na última jornada da Liga Portugal, frente ao Casa Pia. Para o SC Braga, 2024 veio com sabor amargo.
Empate com o rival de Guimarães, derrota na Luz que significou o adeus a um dos objetivos da temporada, a Taça de Portugal, e desaire no Dragão que complicou as contas do SC Braga na luta pelo título e pelos lugares de Liga dos Campeões. Não há outra forma de explicar estes resultados: é um SC Braga em crise, mesmo que Artur Jorge evite confirmar esse cenário.
O futebol, por vezes um dos mais entusiasmantes do futebol português, deixou de encantar. Se essa perda de qualidade ofensiva trouxesse outra solidez defensiva, a história até podia ser diferente, só que o SC Braga que já não ataca tão bem (e a ausência de Banza não explica a falta de oportunidades claras de golo) continua a defender mal.
Chiquinho, que ao contrário dos bracarenses entrou em 2024 de bicicleta e com o pé direito, ameaçou o primeiro, logo aos sete minutos, mas Matheus evitou o 1-0. A equipa de João Pedro Sousa não foi sempre perigosa, nem andou assim tão perto da baliza do guardião brasileiro, mas também não passou por grandes calafrios.
Mais inspirado pela desinspiração do que pelo que o SC Braga foi fazendo em campo, Ricardo Horta foi dos poucos capazes de mostrar capacidade para fazer algo de diferente no ataque arsenalista. O internacional português fez dois remates perigosos e apontou aí os únicos lances verdadeiramente relevantes para a equipa de Artur Jorge.
Abel Ruiz, uma vez mais, fez figura de corpo presente. Sem chama, o SC Braga chegou ao intervalo sem marcar e sem dar grandes sinais de revolta depois dos últimos encontros.
Novos problemas, novos caminhos
Às vezes, é mesmo preciso que algo se atravesse no caminho para decidir mudar de direção.
O SC Braga precisou de Zalazar, relegado para o banco para o lugar de Pizzi, para encontrar novos espaços na defesa do Famalicão, mas também precisou que a equipa de João Pedro Sousa chegasse à vantagem para procurar novas soluções.
Uma mão de José Fonte foi chumbada pelo VAR e resultou no penálti convertido por Cádiz. A partir do banco, Artur Jorge arriscou e lançou dois agitadores. Roger Fernandes, primeiro, e Bruma, ainda limitado, mais tarde.
O SC Braga não passou a ser uma equipa avassaladora a partir daí, mas sentiu outra confiança e energia na hora de atacar a baliza de Luiz Júnior. Por isso, e apesar do falhanço de Roger, chegou ao golo pelo improvável Borja, no sítio certo para encostar para a baliza deserta do Famalicão depois de um remate de Bruma.
Só que enquanto Borja encontrou baliza aberta para fazer o empate, o SC Braga pareceu encontrar uma espécie de barreira para capitalizar esse momento para chegar à reviravolta.
De resto, tudo podia ter voltado ao ponto inicial, não fosse o auxílio do VAR para reverter novo penálti assinalado a José Fonte, mas há momentos em que a sorte vira.
Com nove minutos de compensação, foi ao 11.º, depois de um ataque prometedor do Famalicão, que o SC Braga se despediu das derrotas. Zalazar cobrou o pontapé de canto e o improvável Álvaro Djaló apareceu sozinho para conseguir uma reviravolta poética depois do que aconteceu na primeira jornada.
Melhor em campo Flashscore: Álvaro Djaló (SC Braga)
