“Esperamos um jogo típico de campeonato, com uma equipa que está a precisar de pontos para tentar o objetivo, que é a manutenção. E perceber que desde que este novo treinador (Danildo Accioly) assumiu de que forma é que poderão apresentar-se aqui, em termos de dinâmica. Foi essa a nossa preocupação na preparação do jogo, olhando também para o que temos de fazer. Temos de nos preocupar sempre mais connosco do que com o adversário”, atirou, confirmando que João Mário se junta Grujic e Taremi como ausentes para a partida: “É importantíssimo ter o plantel todo disponível. Neste momento não temos, dois castigados e o João Mário que está fora por lesão, e possivelmente não estará no próximo. Quanto a esta partida, há dois jogadores vão ter de entrar para o lugar desses. A estratégia passará por aí, onde é que vou utilizar o Otávio e se o vou utilizar ou não. O Pepê também, quem vai ser o lateral-direito”.
O FC Porto chega a esta partida depois da vitória diante do Benfica. Um tónico, que Sérgio Conceição assume importante.
“Disse aqui que não eram as vitórias ou resultado do fim-de-semana que ia dar mais ou menos confiança, é adquirida diariamente e no que fazemos. Obviamente que ganhar pontos a um rival que vai na frente é sempre bom. Reduzimos um bocado a distância para o primeiro, mas temos de continuar o nosso caminho. Os três pontos que ganhámos na Luz tem a mesma importância destes e temos de estar focados e m cada treino para chegar ao jogo e ter os resultados que queremos”, atirou, alertando para a displicência: “Os alertas que tive a oportunidade de passar aos jogadores e o desafio é esse: provocar no treino situações que me garantem o conforto de que a equipa vai entrar forte a todos os níveis. Perdemos pontos este ano onde não podíamos ter perdido, porque demonstrámos ser uma equipa quando todas as características estão no jogo, muito dificilmente alguém nos ganha e temos necessariamente de apontar o dedo a nós”.
Quanto à questão da arbitragem, com as nomeações de João Pinheiro e António Nobre, Sérgio Conceição deixou uma reflexão
“À medida que caminhamos para o final do campeonato, os jogos ganham o seu peso, têm uma dimensão grande porque todos os erros podem ser decisivos. É evidente, não há dúvidas e todos os intervenientes têm de dar o seu melhor. Nós estamos no máximo e o que queremos é que toda a gente esteja no máximo. Já levei um processo por dizer no final de um jogo que era bom a intervenção do VAR no jogo, mas com o mesmo critério e provavelmente levarei um processo no final desta conferência. Quanto às nomeações não vou entrar em detalhe, mas existiu erros no passado. O VAR é uma ferramenta importante, mas quem está atrás é uma pessoa. Mas se o critério foro o mesmo num determinado erro, tudo bem, eu também erro a fazer a equipa, na estratégia para o jogo. Mas não pode existir dois pesos e duas medidas e toda a gente sabe que nesta reta final é importante que as pessoas estejam a dar o melhor”, atirou.
“No futebol as coisas mudam muito rápido”
Convidado a analisar o momento do Benfica, que somou duas derrotas consecutivas e parece estar a denotar alguma quebra física, Sérgio Conceição não quis alongar muito a questão.
“Acho que os jogos são todos diferentes e existem momentos das equipas, bons e menos bons, não há como fugir a isso. Não tenho que comentar o estado de forma das outras equipas, tenho de olhar para a próxima, que é o Santa Clara e ver o que estão a fazer. Não estão com dados muito bons neste momento, mas tudo pode mudar. Temos de perceber como desmontar a estratégia que será uma surpresa, como vão alinhar. O Benfica já passou, já não vamos defrontar mais esta época, infelizmente, porque se estivéssemos na Liga dos Campeões jogaríamos com eles um jogo”, atirou.
O treinador do FC Porto também foi convidado a comentar uma época em que tem sentido algum desgaste pessoal, que terá sido libertado pela forma como festejou o triunfo na Luz com os adeptos.
“Eu não festejo vitórias, os festejos são os títulos adquiridos. Sempre disse isso. Dentro de um jogo difícil viver o momento com essa emoção. Em termos do desgaste, acontece sempre, faz parte da minha vida em tudo, não é só no futebol. Vou ao pormenor, vivo de uma forma apaixonada”, atirou, recusando falar no interesse do Inter: “Não há nada a comentar. Não sou eu que controlo isso. Num futuro próximo serei treinador do FC Porto. No futebol as coisas mudam muito rápido, eu perdendo dois o u três jogos seguidos e o presidente meter-me as malas à porta. Pode acontecer”.
Por último, um desabafo sobre uma época marcada por lesões.
"Tem sido uma época difícil porque em muitos momentos temos tido três, quatro jogadores no departamento médico. Em Milão tivemos até à última para recuperar alguns elementos, mas que na preparação não estiveram. É difícil, não é a mesma coisa. Dificulta a preparação dos jogadores. Isto não é desculpa para nada", concluiu.