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Messi confessa: "Imaginava-me a jogar toda a minha vida no Barcelona"

Messi, durante um jogo frente ao Nashville
Messi, durante um jogo frente ao NashvilleRich Storry / GETTY IMAGES NORTH AMERICA / Getty Images via AFP

Leo Messi passou por Barcelona para, entre outras coisas, ver pessoalmente o andamento das obras no Camp Nou. Não avisou o clube, o que gerou algum desconforto nos escritórios, mas nada comparado à desilusão que sentiu ao deixar a entidade culé.

E foi assim que o admitiu numa entrevista concedida há duas semanas ao jornal Sport e publicada esta terça-feira.

"Fiquei com uma sensação estranha depois de sair, pela forma como tudo aconteceu, por ter terminado os meus últimos anos a jogar sem público, devido à pandemia. Depois de uma vida inteira ali, não saí como imaginava, como sonhava. Imaginava-me, como disse, a jogar toda a minha carreira na Europa, no Barcelona e depois sim, vir para cá (Miami), como acabei por fazer, porque era esse o meu pensamento, era o que queria", reconheceu.

Uma despedida que lhe partiu o coração, mas que vai sendo curada com o tempo e com o carinho que continua a receber dos adeptos na Cidade Condal.

"Acho que o carinho das pessoas vai estar sempre presente por tudo o que vivemos. Sentimos muita falta de Barcelona, os miúdos constantemente, e a minha mulher, falamos sobre Barcelona, sobre a ideia de voltar a viver lá. Temos a nossa casa, tudo, por isso é o que desejamos", comentou.

E isso que não está nada mal em Miami, mas o Barça tem um peso especial. "Estou grato a Deus por me ter levado para aquele lugar quando era criança e também pelo nascimento dos meus filhos na cidade e por tudo o que o clube e a cidade representam, porque fui para lá muito novo, cresci e vivi toda a minha vida ali. Há imensas coisas, não só no clube, mas também na cidade, que me fazem querer ficar".

A MLS e a despedida de Jordi Alba e Busquets

Sobre a sua passagem pelo Inter Miami, Messi admite que vive de outra forma.

"Mais descontraído, sem tanta pressão, sem a obrigação, embora sempre o fizesse por vontade própria, de ganhar e alcançar todos os objetivos. Obviamente, queremos vencer, mas a pressão é diferente e isso faz com que tudo seja mais tranquilo, aproveitamos mais a família, os filhos, podemos ir aos treinos, acompanhar os jogos, passar muito mais tempo em casa, chegar a casa e não pensar tanto em futebol, mas noutras coisas", admitiu.

Estatísticas de Leo Messi
Estatísticas de Leo MessiFlashscore

Por isso, ainda não pensa na retirada. "Enquanto puder e me sentir bem fisicamente, vou continuar a jogar da mesma forma, a tentar competir, ganhar e dar sempre o máximo. No momento em que perceber que fisicamente já não estou bem, que me custa dentro do campo ou que já não desfruto, será altura de terminar, mas por agora estou a desfrutar, sinto-me bem e é nisso que estamos".

Mas terá de continuar sem dois companheiros de longa data, que decidiram pendurar as botas.

"Foi muito estranho, sobretudo a situação do Jordi (Alba), porque não esperávamos. Com o Busi (Busquets), já vínhamos a falar mais sobre isso, ele já estava a analisar e a dizer, mas o Jordi foi de um dia para o outro, não esperávamos. Apanhou-nos um dia no balneário e disse que ia comunicar, que se ia retirar, sem nunca ter falado ou comentado antes. Para nós foi de um dia para o outro e foi mais surpreendente. Mas sim, é uma pena porque, para além do que desfrutámos dentro do campo, também somos amigos. Iniciámos juntos este desafio de vir para Miami, poder partilhar os últimos anos juntos também foi muito especial".

O Mundial-2026

O outro grande desafio que tem pela frente é o Mundial-2026, em que a Argentina vai defender o título conquistado no Catar quatro anos antes.

"É um Mundial especial, como é jogar pela seleção. Mas não quero ser um peso, quero sentir-me bem fisicamente, ter a certeza de que posso ajudar e contribuir para o grupo, para a equipa. A nossa temporada é diferente da europeia. Vamos ter uma pré-época pelo meio, poucos jogos até à data do Mundial e ver no dia a dia se realmente me sinto bem fisicamente para estar como gostaria e poder participar. Mas, obviamente, consciente de que é um Mundial e é especial, e que o Mundial é o maior palco competitivo que existe. Por isso, estou entusiasmado, mas levo as coisas dia a dia".