Recorde as incidências da partida

O maior campeão está de volta ao topo do futebol paulista. Foram seis anos de espera para pôr fim a uma sequência de três conquistas consecutivas do maior rival. Extremamente aplicado em campo e empurrado pelos seus apaixonados adeptos, o Corinthians prevaleceu diante de um Palmeiras que tentava fazer história e já estava habituado a reviravoltas dentro da competição.
O golo do título foi marcado por Yuri Alberto, no jogo da primeira mão. No banco de suplentes, enquanto acompanhava os minutos finais já depois de ter sido substituído, o avançado desabou em lágrimas. Um momento especial para o jogador, que viveu de tudo na sua trajetória com a camisola alvinegra.
Entre os protagonistas desta batalha épica em Itaquera, lá estava também Hugo Souza, ex-Chaves. Não é fácil substituir uma figura icónica e vitoriosa como Cássio. Mas o ex-Flamengo incorporou o espírito do Corinthians e, desde então, tornou-se uma referência. A conquista do Paulistão é a consagração do seu trabalho, tendo fechado a baliza nos duelos contra o Palmeiras.
No fim, venceu a equipa com a melhor campanha do campeonato. Um doce alívio após um tropeço inesperado na fase preliminar da Libertadores. Para o Palmeiras, o sonho do histórico tetracampeonato ficou pelo caminho. No entanto, a temporada ainda promete muito, com o clube a ter pela frente a disputa do Mundial de Clubes.

Muita luta e pouca bola
Foi uma primeira parte bastante estudada, equilibrada e disputada na Neo Química Arena. O Corinthians fechou-se na marcação, defendendo a vantagem. O Palmeiras não conseguiu encontrar soluções para o bloqueio defensivo montado pela equipa da casa, praticamente não oferecendo perigo à baliza defendida por Hugo Souza.
A etapa inicial foi marcada mais pelas divididas, cartões e discussões entre os jogadores. No entanto, o Corinthians esteve muito perto de marcar. Aos 27 minutos, Garro recebeu de Memphis e disparou forte, da entrada da área, acertando a trave defendida por Weverton.
Penálti, confusão, expulsões e Hugo Souza herói de novo
O clima continuou tenso na Neo Química Arena, que vibrava com a pressão de uma decisão muito equilibrada. Enquanto o Corinthians mantinha o seu jogo de disciplina e aplicação, o Palmeiras tentava reagir da melhor forma possível, apesar da falta de criatividade e do pragmatismo da sua abordagem.
Aos nove minutos, por exemplo, Piquerez fez um cruzamento preciso para Murilo, que aproveitou um erro de Gustavo Henrique e desviou por cima da baliza de Hugo Souza. Do outro lado, o Corinthians procurava aproveitar o contra-ataque para ser fatal.

Mas o jogo quase fugiu ao controlo da equipa da casa. Aos 22 minutos, Vitor Roque disparou em velocidade e só foi parado em cima da linha da área por um carrinho por trás do defesa Félix Torres, que já tinha um cartão amarelo. A arbitragem assinalou penálti e todo o banco do Palmeiras exigiu a expulsão do defesa corinthiano.
Irritado, Abel discutiu de forma veemente com a equipa de arbitragem e acabou expulso de campo. Félix Torres, por sua vez, permaneceu no terreno e apenas torceu para que Hugo Souza o salvasse.

Foi o que aconteceu. Mais uma vez. O guarda-redes do Timão já havia defendido um penálti de Estêvão no dérbi da primeira fase. E ele apareceu de novo no momento mais urgente do Estadual.

Aos 28 minutos, Raphael Veiga teve nos pés a oportunidade de empatar a disputa na eliminatória. O craque do Palmeiras tentou colocar a bola no canto direito, mas Hugo Souza esticou-se e fez uma intervenção excepcional, defendendo o seu sétimo pênalti desde que chegou ao Alvinegro e, sem dúvida, o mais importante.
Tensão e descontos infinitos até ao título
Aconteceu de tudo na reta final do dérbi. A começar por Félix Torres, que conseguiu ser expulso por uma nova falta sobre Vitor Roque. Depois, a confusão instalou-se com Memphis no epicentro da confusão.

Jogadores expulsos, discussões, tochas, petardos no relvado e descontos infinitos. A verdadeira batalha de Itaquera. Mas o Timão, no meio deste cenário caótico, segurou o maior rival e fez a festa diante dos seus adeptos. Uma noite histórica.

Recorde de público na Arena
Na decisão do título paulista, os adeptos do Corinthians quebraram o recorde de público da Neo Química Arena. Ao todo, foram 48.196 pagantes e 48.932 no total. A marca anterior foi registada na vitória do Corinthians sobre o Santos, por 2-1, também pelo Paulistão desta temporada, com 48.169 presentes.