Recorde as incidências do encontro
Na última visita ao norte de Londres, Eberechi Eze – atualmente jogador do Arsenal – marcou num animado empate 2-2.
Arsenal era claramente favorito antes do jogo
A equipa de Oliver Glasner iniciou o encontro na oitava posição, depois de um meritório empate 3-3 frente ao Bournemouth na última jornada, partida em que o avançado Jean-Philippe Mateta desperdiçou uma oportunidade flagrante nos descontos.
Os Gunners estavam orgulhosamente no topo da principal divisão inglesa, embora a equipa de Mikel Arteta ainda sentisse a pressão do Man City e de outros perseguidores.
Apesar de o Arsenal ser amplamente favorito, estando invicto em casa na época 2025/26 (três vitórias e um empate), já tinha sido surpreendido por esse estatuto em jogos da temporada 2024/25, tendo perdido frente a equipas que normalmente esperaria vencer, o que acabou por lhe negar o primeiro título da Premier League desde 2003/04.
Ambas as equipas mantiveram os mesmos onzes da jornada anterior, sendo a primeira vez que Arteta conseguiu repetir a equipa titular desde setembro de 2024.
Nos 10 jogos anteriores em que o espanhol apostou no mesmo onze consecutivo, os Gunners venceram nove e empataram um.
Gunners dominantes mas Gyökeres desaparecido
Como seria de esperar, os anfitriões controlaram a posse de bola nos primeiros minutos, com uns impressionantes 83,9% de posse no primeiro quarto de hora e uma taxa coletiva de passes acertados de 92%.
No entanto, houve pouca ação junto das balizas e Viktor Gyökeres só conseguiu tocar na bola uma vez.
Na verdade, se alguma equipa parecia capaz de marcar nesse período, o Palace parecia mais perigoso, com Marc Guehi e Ismaila Sarr a verem os seus remates bloqueados, e Adam Wharton a rematar ao lado.
Para dar ainda mais contexto à dificuldade do Arsenal em criar perigo, desde que o Palace regressou à Premier League em 2013, foi a primeira vez que os londrinos não conseguiram efetuar um remate nos primeiros 30 minutos de um jogo da Premier League frente a este adversário.
Leandro Trossard conseguiu finalmente rematar aos 33 minutos, sendo esta a maior espera do Arsenal por um remate numa partida da Premier League desde abril de 2021 frente ao Liverpool (também aos 33 minutos).
Eze marca frente ao antigo clube
Seis minutos depois, surgiu o segundo remate dos anfitriões, que resultou no primeiro golo do encontro. Num daqueles momentos curiosos do futebol, Eze marcou frente ao seu antigo clube, estreando-se a marcar pelos novos empregadores e, como é habitual entre jogadores, recusou festejar de forma efusiva.
Tendo em conta que o Arsenal tinha vencido todos os cinco jogos em que esteve em vantagem na época 25/26, o Palace precisava de uma resposta significativa para conseguir, pelo menos, um ponto para levar para o sul do rio.
No entanto, desde outubro de 2022 (frente ao Wolves), o Palace não conseguia virar um resultado negativo ao intervalo e vencer.
Guehi e William Saliba foram os jogadores mais ativos das respetivas equipas na primeira parte, o que ajuda a explicar a escassez de oportunidades reais nos primeiros 45 minutos.
Com um xG coletivo de apenas 0,20, foi também o valor mais baixo numa primeira parte de qualquer jogo da Premier League esta temporada.
Mais um jogo sem sofrer golos na primeira parte para os Gunners
Pela positiva, o Arsenal voltou a terminar a primeira parte sem conceder golos – a sétima vez em nove jogos da Premier League –, o melhor registo entre todos os clubes da divisão.
Logo nos primeiros cinco minutos após o recomeço, o remate de Gabriel ao ferro, juntamente com tentativas de Trossard, Declan Rice e Bukayo Saka, mostraram uma abordagem muito mais ofensiva por parte dos Gunners.
Seis dos oito remates do Arsenal até à hora de jogo vieram de bolas paradas, uma arma que os londrinos têm utilizado com grande eficácia contra os adversários.
Glasner decidiu mexer e lançou o antigo Gunner, Eddie Nketiah, na esperança de reentrar na partida. A 103.ª entrada como suplente desde 2017/18 não será certamente um registo de que o avançado se orgulhe.
Conseguiu o segundo remate enquadrado do Palace dez minutos depois de entrar, mas foi o melhor que conseguiu, tanto a nível individual como coletivo.
Palace nunca pareceu capaz de voltar ao jogo
No final, uma vitória pragmática do Arsenal significou que a equipa manteve a baliza inviolada nos últimos três jogos da Premier League, sendo que a última série mais longa sem conceder golos foi entre dezembro de 2020 e janeiro de 2021 (quatro partidas).
A 50.ª baliza inviolada de David Raya pelos Gunners foi também um marco pessoal para o guarda-redes espanhol.
Neste dia, o Palace sabe que foi derrotado pela melhor equipa, apesar do resultado sugerir um duelo mais equilibrado do que realmente foi, e o único toque de Mateta na área do Arsenal ao longo dos mais de 90 minutos é prova suficiente de que os Eagles estiveram longe do seu melhor.
Tendo efetuado mais desarmes (16 contra 12), vencido mais desses duelos (nove contra sete) e realizado mais interceções do que o Arsenal (12 contra seis), os números mostram uma tentativa determinada do Palace para vencer, mas isso pouco consolará Glasner e o seu grupo.
Com os resultados das outras partidas também a favorecerem os londrinos, Arteta considerará a exibição de domingo como missão cumprida.
