Recorde as incidências da partida
A forma como os Reds perderam fulgor esta época, depois de uma campanha 2024/25 em que foram dominadores na maioria dos jogos, é um verdadeiro enigma, e o seu rendimento já levou a que se pedisse a substituição de Arne Slot.
Ambas as equipas necessitavam de pontos
Nuno Espírito Santo assumiu o comando dos Hammers numa fase de desordem, após a era Graham Potter e, embora tenha havido uma ou outra exibição encorajadora dos seus jogadores, será preciso muito mais se não quiserem lutar pela permanência até ao final da época 2025/26.
Três jogos sem perder, incluindo um empate meritório em Bournemouth – apesar de terem desperdiçado uma vantagem de dois golos no Vitality Stadium – foram sinais positivos para os anfitriões, tal como a incapacidade do Liverpool em somar duas vitórias consecutivas lhes dava esperança.
No último jogo dos Reds na Premier League, a equipa foi derrotada por 3-0 por um Nottingham Forest que só não estava no fundo da tabela devido à péssima época dos Wolves até ao momento.
No entanto, o histórico recente de duelos diretos favorecia os visitantes, que não perdiam há sete jogos consecutivos da principal divisão inglesa frente aos Hammers.
O West Ham não vencia o Liverpool na liga desde novembro de 2021, tendo marcado apenas cinco golos nesse período, e concedido 16.
Sem Salah no onze inicial
As duas vitórias e quatro derrotas caseiras dos Irons espelhavam exatamente o registo dos Reds fora de casa, sendo que a última vez que a equipa de Slot não perdeu fora de Anfield foi a 14 de setembro, frente ao Burnley.
Com grande surpresa, Mo Salah não foi titular pela primeira vez sob o comando de Arne Slot, e também pela primeira vez desde abril de 2024, igualmente fora frente ao West Ham. Assim terminou a sequência do Rei Egípcio de 53 jogos consecutivos a titular na liga.
Apesar do primeiro remate enquadrado só ter surgido ao minuto 21, por intermédio de Alexander Isak, ambas as equipas já tinham dado sinais positivos, com quatro remates bloqueados ou desenquadrados até então.
O Liverpool detinha 82% de posse de bola a meio da primeira parte, com Ryan Gravenberch especialmente ativo. Já tinha completado todos os seus 16 passes e vencido mais duelos (quatro) do que qualquer outro, enquanto os visitantes continuavam a dominar o meio-campo.
Mavropanos segurou a defesa dos Hammers
Embora os Hammers pouco tenham conseguido criar no ataque, também não descuraram as tarefas defensivas, com Konstantinos Mavropanos a vencer três dos quatro desarmes e a somar cinco alívios.
Os restantes elementos da linha defensiva também estiveram em bom plano nesse aspeto, e El Hadji Malick Diouf pode orgulhar-se das suas três interceções, o melhor registo da equipa.
Essa determinação seria novamente necessária após o intervalo, tendo em conta que o Liverpool só tinha perdido um dos últimos 20 jogos da Premier League que estavam 0-0 ao intervalo (13 vitórias e 6 empates) – precisamente frente ao Forest de Nuno Espírito Santo em setembro de 2024 (0-1).
Uma preocupação para Nuno Espírito Santo era a incapacidade da sua equipa em marcar na primeira parte. Em nove dos 13 jogos da liga esta época sob o seu comando e de Potter, não conseguiram marcar nos primeiros 45 minutos, sendo o pior registo da principal divisão inglesa.
Gakpo e Isak em sintonia
Cody Gakpo e Alexander Isak começaram a mostrar entendimento no ataque, e rapidamente combinaram para que o sueco inaugurasse o marcador pelo seu novo clube, somando o sexto golo em seis jogos frente ao West Ham.
Por mais que os anfitriões tentassem, e apesar de terem cruzado 18 vezes para a área do Liverpool, continuaram sem conseguir acertar na baliza em qualquer uma das tentativas.
Jarrod Bowen liderou o ataque como habitualmente, e os seus três remates ficaram apenas a um do total do resto da equipa.
Nada pôde fazer para evitar que Lucas Paquetá fosse expulso de forma insólita já perto do fim, apesar dos seus esforços. Dois amarelos para o brasileiro no espaço de um minuto, ambos por protestos, são inaceitáveis para uma equipa que ainda procurava o resultado.
Van Dijk imperial, Wirtz em crescendo
Com o Liverpool a continuar a controlar a posse, e Virgil van Dijk intransponível na defesa com 92,5% de passes certos, parecia apenas uma questão de tempo até os visitantes fecharem o jogo.
A única surpresa foi ter demorado até ao minuto 9p+2 para Gakpo fazer o 2-0. O seu quarto golo na liga esta época colocou-o também na liderança dos melhores marcadores dos Reds.
Foi mais do que merecido para o neerlandês, que somou sete toques na área dos Hammers, mais do dobro de qualquer colega, além de ter disputado 11 duelos individuais, o registo partilhado mais elevado do jogo, juntamente com Alexis Mac Allister.
Florian Wirtz, que tal como Isak foi alvo de críticas pelo seu rendimento esta época, pode orgulhar-se do contributo dado no Leste de Londres.

Uma eficácia de passe de 93,3% foi o melhor registo entre os titulares do Liverpool. Só Isak teve mais do que um remate enquadrado.
Perdeu a posse apenas em quatro ocasiões, muito melhor do que qualquer outro jogador de campo dos Reds, e mostrou-se mais confortável com bola do que há muito tempo, o que só pode ser positivo.
Para Nuno Espírito Santo e o seu plantel dos Hammers, é tempo de voltar ao trabalho antes da visita a Old Trafford para defrontar um Manchester United em recuperação.

