A tabela da Premier League coloca-os na nona posição, mas estão apenas a cinco pontos do Manchester City, que ocupa o segundo lugar.
Com uma recente e inédita vitória na Taça de Inglaterra e também na Supertaça de Inglaterra, tem sido um excelente período para quem está ligado ao clube do sul de Londres. Um dos jogadores que mais tem contribuído para este sucesso nos últimos anos é o avançado de referência, Jean-Philippe Mateta.
O francês de 28 anos é um avançado à moda antiga. Físico, difícil de desarmar e muito forte no jogo aéreo, pode não ser o mais elegante, mas compensa largamente com golos. Mateta já soma sete golos em 13 jogos da liga esta época, tendo ainda marcado num dos jogos europeus do Palace; mais um feito inédito para o clube.
Compromisso não está em causa
Desde que chegou do Mainz há cinco anos, o ponta-de-lança já apontou 45 golos na liga, nove em competições nacionais de taça e um na Liga Conferência Europa.
Pode não parecer um registo impressionante para alguns, mas é tudo o que ele acrescenta à equipa que deve ser tido em conta ao avaliar a sua real importância para o clube.
Deve-se ainda destacar o seu compromisso, tendo em conta a grave lesão sofrida frente ao Millwall na última campanha da Taça de Inglaterra. Apesar de ter precisado de 25 pontos, Mateta regressou aos relvados poucas semanas depois, usando uma faixa adaptada ao estilo de polo aquático, que lhe permitiu jogar sem grandes limitações.
O facto de o clube já estar a tentar prolongar o seu contrato atual diz muito; no entanto, as coisas podem não correr tão bem como os adeptos do sul de Londres esperam.
Desempenho no Mundial pode ditar o futuro de Mateta
Apesar de as conversações iniciais parecerem estar a correr bem, Mateta ainda não se comprometeu totalmente com o Palace e, ao que tudo indica, vai esperar para ver como se sai pela França no próximo Mundial antes de decidir o seu futuro.
Depois de se ter estreado recentemente na equipa de Didier Deschamps, já marcou dois golos em três jogos e oferece aos Bleus algo completamente diferente.
Também já foi noticiado que o jogador poderá estar de olho numa mudança para a Serie A, sendo o AC Milan um possível destino.
O treinador do Palace, Oliver Glasner, não tem contrato para além do final da época 2025/26, o que também poderá pesar na decisão de Mateta.
Glasner descontente com a política de transferências
Embora o austríaco não tenha dado sinais de querer sair, as suas palavras no início da época podem ter incomodado o presidente do Palace, Steve Parish.
"Perdemos algumas oportunidades em julho e agosto, na janela de transferências, que nos teriam facilitado a vida, mas vamos continuar juntos e melhorar," afirmou: "Se jogas futebol europeu pela primeira vez na tua história, deves investir e não poupar. Acho que janeiro já será tarde. Nessa altura já teremos disputado mais de 50% dos nossos jogos. Estava tudo bastante claro e não disse nada, mas penso que também é altura de falar sobre isto, pois perdemos a oportunidade de fazer uma época ainda melhor no verão."
Juntando a isto as saídas de jogadores-chave, parece quase que o Palace dá um passo em frente para depois recuar dois.
Uma questão de lealdade?
Com 28 anos, Mateta está teoricamente no auge da carreira e poderá ter ainda uma grande transferência pela frente.
Com o AC Milan atualmente no topo do campeonato italiano e apenas uma derrota na liga esta época, o prestígio é evidente.
O jogador pode ainda olhar para exemplos recentes: Scott McTominay, Kevin De Bruyne e Rasmus Hojlund, jogadores da Premier League que se mudaram para Itália e viram o seu futebol crescer significativamente – (lesão de De Bruyne à parte).
Mateta só precisa de olhar para o sucesso de um jogador de perfil semelhante, Romelu Lukaku, desde que passou a atuar em Itália.
É um sinal de como o Palace gere bem as saídas dos seus principais jogadores: quando partem, levam consigo o respeito do clube. Além disso, como se viu com Olise e Eze, as suas estrelas continuam a brilhar, mesmo com o aumento de qualidade e profundidade do plantel.
Talvez o francês pense que o comboio só passa uma vez e, se perder esta oportunidade, pode não voltar a ter outra.
Parish e os restantes dirigentes podem, pelo menos, igualar qualquer proposta de contrato vinda de fora para perceber até onde vai a lealdade de Mateta.
Mesmo que isso não seja suficiente, ambas as partes podem ficar satisfeitas por saber que, enquanto durou, a sua história no futebol foi feliz e bem-sucedida.

