O médio de 22 anos do Nottingham Forest ganhou recentemente a sua primeira internacionalização pela Inglaterra contra Andorra e, tanto nesse jogo como no seguinte, contra a Sérvia, foi eleito o melhor jogador da partida.
Mas o futebol, tal como a vida, é muitas vezes uma questão de aproveitar as oportunidades quando elas nos são apresentadas, e Anderson tem feito exatamente isso.
Tanto é assim que, após apenas dois jogos pela seleção, parece haver uma opinião generalizada de que tem de ser um dos pilares da equipa de Thomas Tuchel, tendo em vista o Mundial-2026.
Anderson gosta de assumir responsabilidades
O público em geral parece ter percebido - mais vale tarde do que nunca - que, em Anderson, o Forest e os Três Leões têm um jogador que não só está disposto a assumir a responsabilidade de comandar um jogo, como também adora fazê-lo.
O Newcastle deve estar a sofrer por ter sido obrigado a vender o jogador devido às regras de lucro e sustentabilidade da Premier League.
"Ninguém internamente queria fazer aquela venda, mas tivemos de a fazer", disse Eddie Howe após a troca.
"Por isso, acho que essa venda é muito invulgar, porque penso que vai voltar a acontecer, não só aqui, mas noutros clubes de futebol, quando se vendem futebolistas por razões financeiras".
Embora o Forest não pareça estar a raspar o fundo do barril em termos financeiros, nem seja um dos grandes gastadores da Premier League, e com os rumores de que o Manchester United está a preparar uma oferta de janeiro por Anderson, também eles podem descobrir que razões financeiras encorajam uma venda.
A menos que Ange Postecoglou faça a sua magia nos próximos meses no City Ground e construa a equipa à sua volta.
O interesse do Manchester United em Anderson não é surpresa
O interesse do Manchester United em Anderson é óbvio. Manu Ugarte não é o jogador ideal para o lugar de Bruno Fernandes e Casemiro deverá sair no final da época.
Anderson, médio-defensivo de raiz, tem ainda a capacidade de se movimentar no terreno e de influenciar o jogo também na zona frontal.
Contra Andorra, fez 35 passes para o último terço, ganhou sete dos seus duelos, deu 127 toques e completou 107 passes com 94% de precisão.
Do ponto de vista do clube, a sua capacidade de interromper o jogo e de fazer avançar as coisas é exatamente o que o United procura.
Durante a última temporada no Forest, Anderson foi o ponto de apoio e uma das principais razões pelas quais os Tricky Trees ficaram a um passo de se apurar para a Liga dos Campeões.
Apesar de não ser o jogador mais alto da equipa, conseguiu vencer 57 dos 87 duelos aéreos e 242 duelos individuais só na Premier League em 2024/25.
56 desarmes ganhos em 92 tentados na Premier League em 2024/25 deram a Anderson um sucesso saudável de 60,9%, enquanto as suas 31 interceções e 68 desarmes realçam os atributos defensivos do jogador.
Os seus 82,3% de eficácia de passe na Premier League na época passada foram um dos melhores de todo o plantel do Forest, enquanto as suas 387 conduções de bola também chamaram a atenção, assim como as suas 73 conduções progressivas de mais de 10.
O frágil meio-campo do United precisa de ser reforçado
Apesar de ter feito apenas sete remates à baliza no campeonato, marcou dois golos, o que não é um mau resultado. As suas seis assistências também demonstram o seu jogo completo.
No entanto, se o United conseguir contratar o jogador, é improvável que seja chamado para ser um atacante suplementar.
Anderson pode fazer o seu melhor trabalho num meio-campo do Manchester United que tem sido demasiado frágil há demasiado tempo.
Se Bruno, por exemplo, é desposicionado no centro do terreno, parece haver pouca luta por parte do resto do meio-campo do United, permitindo que as equipas adversárias simplesmente passem pela espinha dorsal do conjunto de Old Trafford.
A agressividade, a solidez e a vontade de recuperar a bola de Anderson são precisamente o que Amorim tem sentido falta, embora os seus 10 cartões amarelos na época passada precisem de ser melhorados.
Forest tem todos os trunfos
Em última análise, o Forest tem todos os trunfos numa eventual continuidade do jogador, simplesmente porque o seu contrato com o clube só termina em 2029.
Evangelos Marinakis não verá com bons olhos a aproximação do United a um dos melhores jogadores do seu clube e, se Postecoglou utilizar Anderson como será de esperar, também não ficará muito satisfeito se vir o seu médio a ficar inquieto.
No entanto, se o desempenho do jogador se mantiver ao nível atual, o clube de Midlands poderá lucrar 40 milhões de euros, o que lhe permitirá reforçar-se para a segunda metade da época, se necessário.
