Recorde as incidências do encontro
Os Irons foram obstinados e determinados durante grande parte da segunda parte e, noutro dia, poderiam ter marcado pelo menos mais um golo.
O lateral Ollie Scarles (19 anos e 122 dias), o mais jovem jogador do West Ham a ser titular em Anfield num jogo da Premier League desde Joe Cole em fevereiro de 2001 (19 anos e 87 dias), justificou mais uma vez a sua inclusão com um desempenho sólido.
Houve momentos em que Mo Salah levou a melhor sobre ele, incluindo no golo inaugural, com o número 11 do Liverpool a somar a sua 45.ª participação num golo da Premier League esta época (27 golos, 18 assistências).
Com isso, o Rei egípcio bateu o recorde numa temporada de 38 jogos, superando Thierry Henry em 2002/03 (44) e Erling Haaland em 2022/23 (44).
Graham Potter satisfeito com o esforço do West Ham
Na conferência de imprensa que se seguiu ao jogo, o treinador dos Hammers, Graham Potter, preferiu acentuar os aspetos positivos em vez de se debruçar sobre o facto de a sua equipa estar agora em 17.º lugar da Premier League.
"O desempenho da equipa, na nossa perspetiva, foi muito positivo. Provavelmente o melhor desempenho que tivemos desde que estamos aqui", disse.
"O equilíbrio entre a defesa e o ataque foi bom contra a melhor equipa. Penso que o Liverpool começou muito bem, com intensidade, e empurrou-nos para trás, dificultando as coisas, mas o mérito é dos nossos jogadores, que mostraram uma resiliência que nem sempre tem existido. Penso que entrámos bem no jogo e, na segunda parte, achei que fizemos uma boa exibição. O público aqui é muito conhecedor, sabe quando o Liverpool está em jogo, e a forma como festejaram o segundo golo foi uma indicação disso mesmo, porque jogámos bem".
A insistência de Potter perante os meios de comunicação social de que tem havido uma melhoria consistente só pode ser atribuída aos níveis de desempenho, porque os resultados não têm correspondido ao esforço dos seus jogadores.
Potter concordou com um jornalista que fez essa observação após o jogo e, com o West Ham sem vencer nos seus últimos cinco jogos da Premier League, ultrapassou a sua mais longa série sem vitórias na competição sob o comando do anterior treinador Julen Lopetegui (quatro).
Foi também a 22.ª derrota dos Hammers na Premier League em Anfield, sendo que apenas o Newcastle (24) perdeu mais vezes em Liverpool, e os londrinos perderam as últimas oito consecutivas na metade vermelha de Merseyside por um resultado agregado de 20-6.
Pelo menos Potter não se coíbe de admitir que os resultados não têm sido bons o suficiente e a sua honestidade dá-lhe muito crédito. O facto é que, apesar da situação em que o clube se encontrava quando ele chegou, não houve impacto da chicotada psicológica e isso é preocupante.
O treinador de 49 anos venceu apenas três dos 12 jogos da Premier League que disputou à frente dos Hammers, o que lhe dá uma percentagem de vitórias inferior a 25%. Além disso, o treinador também obteve três empates e seis derrotas.
Julen Lopetegui tinha uma melhor percentagem de vitórias
Até o muito criticado Lopetegui teve uma percentagem de vitórias de 30% nos seus 20 jogos na Premier League, sendo que os 12 golos marcados pela equipa de Potter são exatamente metade dos 24 conseguidos sob o comando do espanhol.
O presidente do clube, David Sullivan, poderá, portanto, ter mais perguntas para responder se Potter não melhorar nos seus últimos seis jogos da época 2024/25 (levando-o a 18 no total).
Porque é que o clube se contentaria em manter um treinador que, no papel, é ainda pior do que Lopetegui - que teve de lidar com as críticas diariamente?
Potter teve certamente uma vida muito mais fácil nesse domínio, apesar de aparentemente não ser assim tão melhor.
É verdade que tem visão de futuro e está aberto a novas formas de trabalhar, mas, mesmo no Chelsea, Potter não foi assim tão bom.
A sua percentagem de vitórias na Premier League de 31,8% enquanto esteve em Stamford Bridge é apenas ligeiramente melhor do que a de Lopetegui no West Ham, praticamente no mesmo número de jogos (22 para Potter, 20 para o antigo treinador do Real Madrid).
21 golos em 22 jogos no Chelsea também não são registos inspiradores e isso não melhorou desde que se mudou para o leste de Londres. 12 golos em 12 jogos é um golo por jogo e reflete bem o seu tempo no lado oposto da capital.
Passagem pelo Brighton fez com que Potter fosse visto como um treinador progressista
Potter fez o seu nome no Brighton, claro, e isso talvez tenha criado a perceção de que é um técnico progressista.
É certo que os Seagulls fizeram grandes jogos, mas se estivermos a avaliar o treinador em termos de resultados, talvez seja surpreendente notar que, durante o período em que Potter esteve na costa sul, a sua percentagem de vitórias na Premier League foi de apenas 28,3%.
Nos 120 jogos em que esteve à frente do Brighton, o clube marcou 132 golos e sofreu 149.
De facto, nas últimas seis épocas, Potter disputou 154 jogos na Premier League como treinador, com 44 vitórias (22 em casa e 22 fora) e 56 derrotas. Os 165 golos marcados nesse período parecem impressionantes até se perceber que foram sofridos 185.
Por isso, parece que o poder de fazer girar a narrativa a seu favor é o que tem ajudado Potter, nascido em Solihull, a cultivar a imagem de um treinador um pouco mais "continental" em termos da forma como entende o jogo.
O facto é que, até agora, não é melhor do que Lopetegui e nada na sua carreira sugere que Potter vá melhorar ao ponto que os adeptos do West Ham e a hierarquia do clube esperam.
